Agroecologia e educação do campo: meios de promover a permanência do jovem no campo?
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236499431991Palavras-chave:
Assentamentos rurais, Educação, Êxodo, Juventude e TrabalhoResumo
Este trabalho tem como objetivo principal discutir sobre a realidade de jovens em áreas rurais. Buscou-se analisar as perspectivas desses jovens e sua relação com a produção Agroecológica e a Educação do Campo. Como metodologia utilizou-se de uma abordagem quali-quantitativa. Para coleta dos dados utilizou-se de pesquisa de campo, onde foram realizadas entrevistas semi-estruturadas e aplicados questionários. O foco do estudo se deu com jovens dos assentamentos Marcos Freire e Ireno Alves dos Santos no município de Rio Bonito do Iguaçu, Paraná. Ao total foram pesquisados 58 jovens distribuídos em diferentes grupos: famílias em sistema de produção Agroecológica (17), Convencional (18) e matriculados em escola do campo (23). O recorte etário aderido nesta pesquisa foi de 13 a 29 anos. Como resultado não foi possível observar que existe relação entre as perspectivas de permanência dos jovens no campo com os sistemas produtivos adotados e a Educação do Campo. Foi verificado que os principais motivos das migrações dos jovens do campo estão relacionados com a busca por escolarização e emprego. A Agroecologia e a Educação do Campo ainda enfrentam inúmeros desafios do ponto de vista teórico e prático.
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