As Plantas em O Esplendor De Portugal, de António Lobo Antunes
DOI :
https://doi.org/10.5902/2179219470873Mots-clés :
Literatura e plantas, Colonização, MemóriaRésumé
Este artigo elabora uma leitura dos fantasmas imperiais (Vecchi, 2010) que surgem a partir das relações entre os narradores e as plantas em O esplendor de Portugal, de António Lobo Antunes. Realçaremos as explorações humanas e não-humanas, valorizando os rastros clorofílicos (Nascimento, 2021) no romance. Nossa hipótese é que as relações mediam as memórias coloniais soterradas, precisamente após a Independência de Angola, durante a guerra civil. As plantas expõem o que resta do passado no tempo presente, sendo alegorias testemunhais na narrativa. Além disso, elas anunciam formas-de-vida distintas das produzidas pelo colonialismo.
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