Da senzala ao cárcere: corpo e maternidade às margens da história

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179219438824

Palavras-chave:

corpo, maternidade, olhar, imagem, enquadramento.

Resumo

Neste artigo, objetiva-se a compreensão de sentidos para o corpo e a maternidade da mulher negra, a partir de um trajeto de leitura situado no encontro entre memória e acontecimento, o qual permite vislumbrar a radicalidade da experiência do olhar. Para tanto, discute-se o estatuto desigual da condição de existência da mulher negra em gestos de análise discursiva da pintura, particularmente da tela Mãe preta, e de duas fotografia de babás e crianças representativas do Brasil oitocentista, articulando-as a uma postagem na rede social Facebook em que a maternidade nas prisões e penitenciárias brasileiras é tematizada.

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Biografia do Autor

Aline Fernandes de Azevedo Bocchi, Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade de Franca (UNIFRAN)

Mestrado em Ciências da Comunicação pela USP - Universidade de São Paulo (2006), com apoio Capes. Doutorado em Linguística pela UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas (2013). Pós-Doutorado pela mesma instituição com estágio na Université Paris 13, apoio Capes PNPD e bolsa Capes de Estágio no Exterior (2015). Pós-doutorado na FFCLRP/USP (2017) com apoio Fapesp.

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Publicado

2020-02-10 — Atualizado em 2022-03-24

Versões

Como Citar

Bocchi, A. F. de A. (2022). Da senzala ao cárcere: corpo e maternidade às margens da história. Fragmentum, (54), 135–157. https://doi.org/10.5902/2179219438824 (Original work published 10º de fevereiro de 2020)