As Plantas em O Esplendor De Portugal, de António Lobo Antunes

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DOI:

https://doi.org/10.5902/2179219470873

Palavras-chave:

Literatura e plantas, Colonização, Memória

Resumo

Este artigo elabora uma leitura dos fantasmas imperiais (Vecchi, 2010) que surgem a partir das relações entre os narradores e as plantas em O esplendor de Portugal, de António Lobo Antunes. Realçaremos as explorações humanas e não-humanas, valorizando os rastros clorofílicos (Nascimento, 2021) no romance. Nossa hipótese é que as relações mediam as memórias coloniais soterradas, precisamente após a Independência de Angola, durante a guerra civil. As plantas expõem o que resta do passado no tempo presente, sendo alegorias testemunhais na narrativa. Além disso, elas anunciam formas-de-vida distintas das produzidas pelo colonialismo.

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Biografia do Autor

Annie Tarsis Morais Figueiredo, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Em travessia. Vive entre a Paraíba e o Rio Grande do Norte. É professora no Curso de Letras Língua Portuguesa do Campus Avançado de Patu (UERN). Vê a educação enquanto via principal para a abertura de trilhas contra-hegemônicas. Atua no ensino de teorias da literatura e literaturas de língua portuguesa. Desenvolve pesquisa sobre literaturas contemporâneas de língua portuguesa em diálogo com os temas: biopolítica afirmativa, antifascismo e comunidade luminosa. É doutora e mestra pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade (PPGLI/UEPB). Integra os grupos de pesquisa: Literatura e cultura afro-brasileira, africana e da diáspora (UEPB) e BIOS - Núcleo de Estudos em Biopolítica e Filosofia (UEPB). Lidera o Grupo de Pesquisa em Ensino, Literatura e Linguagem (GELIN/UERN). Áreas que envereda através das orientações de trabalhos acadêmicos: literaturas contemporâneas de língua portuguesa e suas relações com outros saberes, ensino de literatura e teoria/crítica literárias. E-mail: anniefigueiredo@uern.br 

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Publicado

2024-03-08

Como Citar

Figueiredo, A. T. M. (2024). As Plantas em O Esplendor De Portugal, de António Lobo Antunes. Fragmentum, (60). https://doi.org/10.5902/2179219470873