TROCAS GASOSAS E GRAU DE TOLERÂNCIA AO ESTRESSE HÍDRICO INDUZIDO EM PLANTAS JOVENS DE <i>Tabebuia aurea</i> (PARATUDO) SUBMETIDAS A ALAGAMENTO

Autores/as

  • Ademir Kleber Morbeck de Oliveira
  • Sônia Cristina Juliano Gualtieri

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509826457

Palabras clave:

fotossíntese, estresse por inundação, condutância estomática, tolerância a hipóxia.

Resumen

O paratudo, Tabebuia aurea, é uma árvore típica do Pantanal de Miranda, Mato Grosso do Sul, Brasil, sendo esse local, uma área de inundação sazonal. Para avaliar as trocas gasosas de Tabebuia aurea sob estresse hídrico por alagamento, grupos de plantas com oito meses de idade foram mantidas em vasos com o solo coberto por uma lâmina de 2 a 3 cm de água. As taxas de condutância estomática, transpiração e fotossíntese foram determinadas durante o período de experimento (115 dias), através de um analisador portátil de gás infravermelho. Os valores de condutância estomática no início do experimento estavam em torno de 0,22 mol m-2 s-1 e foram decrescendo até 0,02 mol m-2 s-1. Em relação à fotossíntese líquida, o valor máximo inicial foi de 8,0 mmol m-2 s-1, atingindo zero no 108º dia. Após redução em 100% da fotossíntese líquida, as plantas foram retiradas da condição de alagamento e avaliadas (8 dias). Os valores obtidos ao final do processo de recuperação para condutância estomática foram: 0,21 mol m-2 s-1 e fotossíntese = 8,0 mmol m-2 s-1. O alagamento do solo reduziu a fotossíntese, a condutância estomática e afetou o crescimento da parte aérea, induzindo o aparecimento de sintomas característicos de estresse por inundação, como a hipertrofia das lenticelas. Porém, a espécie apresenta tolerância ao estresse, indicando adaptabilidade a áreas sujeitas a alagamento periódico.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Citas

ANDRADE, A. C. S. et al. Flooding effects in seedlings of Cytharexyllum myrianthum Cham. and Genipa americana L.: responses of two neotropical lowland tree species. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 22, n. 2, p. 281-285, 1999.

ARRUDA, G. M. T.; CALBO, M. E. R. Efeitos da inundação no crescimento, trocas gasosas e porosidade radicular da carnaúba (Copernicia prunifera (Mill.) H.E. Moore). Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 18, n. 2, p. 219-224, 2004.

BATISTA, C. U. N. et al. Tolerância à inundação de Cecropia pachystachya Trec. (Cecropiaceae): aspectos ecofisiológicos e morfoanatômicos. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 22, n. 1, p.91-98, 2008.

BOCKELMANN, A. C. et al. The relation between vegetation zonation, elevation and inundation frequency in a Wadden Sea salt marsh. Aquatic Botany, Amsterdam, v. 73, n. 3, p. 211-221, 2002.

BORU, G. et al. Expression and inheritance of tolerance to waterlogging stress in wheat. Euphytica, Wageningen, v. 117, n. 2, p. 91-98, 2001.

CALBO, M. E. R.; MORAES, J. A. P. V. Efeitos da deficiência de água em plantas de Euterpe oleracea (açaí). Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 23, n. 3, p. 225-230, 2000.

DAVANSO, V. M. et al. Photosynthesis, growth and development of Tabebuia avellanedae Lor. Ex Griseb. (Bignoniaceae) in flooded soil. Brazilian Archives of Biology and Technology, Curitiba, v. 45, n. 3, p. 375-384, 2002.

EZIN, V.; DE LA PENA, R.; AHANCHEDE, A. Flooding tolerance of tomato genotypes during vegetative and reproductive stages. Brazilian Journal of Plant Physiology, Londrina, v. 22, n. 1, p. 131-142, 2010.

FRANCO, A. C. et al. Leaf functional traits of Neotropical savanna trees in relation to seasonal water deficit: from wet to dry: tropical trees in relation to water availability. Trees: Structure and Function, New York, v. 19, n. 3, p. 326-335, 2005.

GIBBS, J.; GREENWAY, H. Mechanisms of anoxia tolerance in plants. I. Growth, survival and anaerobic catabolism. Functional Plant Biology, Victoria, v. 30, n. 1, p. 1-47, 2003.

KATO, Y.; OKAMI, M. Root morphology, hydraulic conductivity and plant water relations of high-yielding rice grown under aerobic conditions. Annals of Botany, Oxford, v. 108, n. 3, p. 575-583, 2011.

KOZLOWSKI, T. T. Responses of woody plants to flooding and salinity. Tree Physiology Monograph, Victoria, v. 1, n. 1, p. 1-29, 1997.

LARCHER, W. Ecofiosiologia vegetal. São Carlos: RiMa, 2004. 531 p.

MARTÍNEZ-BALLESTA, M. C. et al. Influence of saline stress on root hydraulic conductance and PIP expression in Arabidopsis. Journal of Plant Physiology, Minneapolis, v. 160, n. 6, p. 689-697, 2003.

MCLEOD, K. W.; DONOVAN, L. A.; STUMPFF, N. J. Responses of woody seedlings to elevate flood water temperatures. In: HOOK, D. D. et al. (Eds.). The ecology and management of wetlands. Portland: Timber Press, 1987. p. 441-451.

MIELKE, M. S. et al. Some photosynthetic an growth responses of Annona glabra L. seedlings to soil flooding. Acta Botanica Brasilica, São Paulo, v. 19, n. 4, p. 905-911, 2005.

MOMMER L., PEDERSEN, O.; VISSER, E. J. W. Acclimation of a terrestrial plant to submergence facilitates gas exchange under water. Plant, Cell and Environment, Oxford, v. 27, n. 10, p. 1281-1287, 2004.

OLIVELLA, C. et al. Hormonal and physiological responses of Gerbera jamesonii to flooding stress. HortScience, Alexandria, v. 35, n. 2, p. 222-225, 2000.

OLIVEIRA, A. K. M.; GUALTIERI, S. C. J.; BOCCHESE, R. A. Gas exchange of potted Tabebuia aurea plants under hydric stress. Acta Scientiarum. Agronomy, Londrina, v. 33, n. 4, p. 641-647, 2011.

PARLANTI, S. et al. Distinct mechanisms for aerenchyma formation in leaf sheaths of rice genotypes displaying a quiescence or escape strategy for flooding tolerance. Annals of Botany, Oxford, v. 107, n. 8, p. 1335-1343, 2011.

PAREEK, A. et al. (Eds.). Abiotic stress adaptation in plants: physiological, molecular and genomic foundation. Dordrecht: Springer, 2010. 526 p.

PAROLIN, P. Morphological and physiological adjustaments to waterlogging and drought in seedlings of Amazonian floodplain trees. Oecologia, Berlin, v. 128, n. 3, p. 326-335, 2001.

PAROLIN, P. Submerged in darkness: adaptation to prolonged submergence by woody species of the Amazonian floodplains. Annals of Botany, Oxford, v. 103, n. 2, p. 359-376, 2009.

PAROLIN, P.; WITTMANN, F. Struggle in the flood: tree responses to flooding stress in four tropical floodplain systems. AoB Plants, Oxford, p. 1-19, 2010.

PELECANI, C. R.; OLIVEIRA, L. E. M.; CRUZ, J. L. Respostas de algumas espécies florestais à baixa disponibilidade de oxigênio no meio de cultivo. I - Alterações em algumas características de crescimento. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 22, n. 1, p. 61-67, 1998a.

PELECANI, C. R.; OLIVEIRA, L. E. M.; CRUZ, J. L. Respostas de espécies florestais à baixa disponibilidade de oxigênio. II - Alterações na produção e distribuição de matéria seca. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 33, n. 1, p. 37-41, 1998b.

PEZESHKI, S. R. Plant responses to flooding. In: WILKINSON, R. E. (Ed). Plant environment interactions. New York: Marcel Dekker, 1994. p. 289-321.

PEZESHKI, S. R.; ANDERSON, P. A. Responses of three bottomland woody species with different flood-tolerance capabilities to various flooding regimes. Wetland Ecology and Management, Netherlands, v. 4, n. 4, p. 245-256, 1997.

PEZESHKI, S. R.; DELAUNE, R. D. Influence of sediment oxidation-reduction potential on root elongation in Spartina patens. Acta Oecologica, Amsterdam, v. 11, n. 3, p. 377-383, 1990.

PEZESHKI, S. R.; PARDUE, J. H.; DELAUNE, R. D. The influence of soil deficiency on alcohol dehydrogenase activity, root porosity, ethylene production and photosynthesis in Spartina patens. Environmental and Experimental Botany, Amsterdam, v. 33, n. 4, p. 565-547, 1993.

POTT A. et al. Plant diversity of the Pantanal wetland. Brazilian Journal of Biology, São Carlos, v. 71, n. 1, p. 265-273, 2011.

REYNA, N. et al. Evaluation of a QTL for waterlogging tolerance in southern soybean germplasm. Crop Science, Madison, v. 43, n. 6, p. 2077-2082, 2003.

ROCHA, A. M. S.; MORAES, J. A. P. V. Influência do estresse hídrico sobre as trocas gasosas em plantas jovens envasadas de Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville. Revista Brasileira de Fisiologia Vegetal, Brasília, v. 9, n. 1, p. 43-48, 1997.

SCREMIN-DIAS, E.; LORENZ-LEMKE, A. P.; OLIVEIRA, A. K. M. The floristic heterogeneity of the Pantanal and the occurrence of species with different adaptive strategies to water stress. Brazilian Journal of Biology, São Carlos, v. 71, n. 1, p. 275-282, 2011.

SMIT, B.; STACHONIAK, M.; VAN VOLKENBURGH, E. Cellular processes limiting leaf growth in plants under hypoxic roots stress. Journal of Experimental Botany, Oxford, v. 40, n. 210, p. 89-94, 1989.

SOARES, J. J.; OLIVEIRA, A. K. M. O paratudal do Pantanal de Miranda, Corumbá-MS, Brasil. Revista Árvore, Viçosa, MG, v. 33, n. 2, p. 339-347, 2009.

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Plant Physiology. 5th ed. Sunderland: Sinauer Associates, 2010. 690 p.

TOPA, M. A.; CHEESEMAN J. M. Effects of root hypoxia and low P supply on relative growth, carbon dioxide exchange rates and carbon partitioning in Pinus serotina seedlings. Physiologia Plantarum, Copenhagen, v. 86, n. 1, p. 136-144, 1992.

TOURNAIRE-ROUX, C. et al. Cytosolic pH regulates root water transport during anoxic stress through gating of aquaporins. Nature, London, v. 425, n. 6956, p. 393-397, 2003.

VOESENEK, L. A. C. J. et al. Plant hormones regulate fast shoot elongation under water: from genes to communities. Ecology, Washington, v. 85, n. 1, p. 16-27, 2004.

VU, J. V. C.; YELENOSKY, G. Photosynthetic responses of citrus trees to soil flooding. Physiologia Plantarum, Copenhagen, v. 81, n. 1, p. 89-94, 1991.

WALDHOFF, D.; FURCH, B. Leaf morphology and anatomy in eleven tree species from Central Amazonian floodplains (Brazil). Amazoniana, Kiel, v. 17, n. 1/2, p. 79-94, 2002.

Publicado

2017-03-31

Cómo citar

Oliveira, A. K. M. de, & Gualtieri, S. C. J. (2017). TROCAS GASOSAS E GRAU DE TOLERÂNCIA AO ESTRESSE HÍDRICO INDUZIDO EM PLANTAS JOVENS DE <i>Tabebuia aurea</i> (PARATUDO) SUBMETIDAS A ALAGAMENTO. Ciência Florestal, 27(1), 181–191. https://doi.org/10.5902/1980509826457

Número

Sección

Artigos

Artículos más leídos del mismo autor/a