Morfologia dos diásporos, germinação e desenvolvimento das fases juvenis de <i>Adelia membranifolia</i> (Müll. Arg.) Pax & K. Hoffm. (Euphorbiaceae)
DOI:
https://doi.org/10.5902/198050988441Palavras-chave:
frutos, sementes, nervação foliar, plântulasResumo
Adelia membranifolia (Müll. Arg.) Pax & K. Hoffm. é uma árvore de pequeno porte, dioica, com distribuição restrita à América do Sul, sendo a única espécie do gênero Adelia L. (Euphorbiaceae) com ocorrência no Brasil, frequente e abundante na floresta ripária do rio da Prata, região sudoeste de Mato Grosso do Sul. Este estudo descreve os aspectos morfológicos dos frutos, das sementes e o desenvolvimento das fases juvenis de Adelia membranifolia e analisa o padrão de nervação foliar das plantas jovens visando contribuir com o conhecimento biológico e auxiliar na identificação da espécie em ambiente natural. O fruto é esquizocárpico, seco, de coloração amarelada, tricoco, mede em média 6,71 mm (± 0,51) de comprimento, 10,11 mm (± 0,78) de largura e pesa 0,42 g (± 0,12). A dispersão primária é autocórica e as sementes possuem forma globosa, coloração acinzentada, carúncula rudimentar, medem em média 3,90 mm (± 0,20) de comprimento e 3,76 mm (± 0,23) de largura. A taxa de germinação é de aproximadamente 90 % em câmara de germinação e 80 % em viveiro de mudas. A germinação é do tipo fanerocotiledonar epígea e o desenvolvimento das plântulas ocorre entre 5 a 15 dias. Os cotilédones e eofilos apresentam nervação do tipo pinada com padrão camptódromo broquidódromo.Downloads
Referências
ALVAREZ, A. S.; POTIGUARA, R. C. V.; SANTOS, J. U. M. Arquitetura foliar de espécies de Eugenia L. (Myrtaceae), da restinga de Algodoal, Maiandeua, Pará. Boletim Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências Naturais, Belém, v. 1, n. 2, p. 29-36, maio/ago. 2006.
AMORIM, I. L. et al. Morfologia de frutos, sementes, plântulas e mudas de Senna multijuga var. lindleyana (Gardner) H. S. Irwin & Barneby – Leguminosae Caesalpinioideae. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 507-516, jul./set. 2008.
AÑEZ, L. M. M. et al. Caracterização morfológica dos frutos, das sementes e do desenvolvimento das plântulas de Jatropha Müll. Arg. (Euphorbiaceae). Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 28, n. 3, p. 563-568, jul./set. 2005.
ARAÚJO, M. M. et al. Caracterização da chuva de sementes, banco de sementes do solo e banco de plântulas em Floresta Estacional Decidual ripária Cachoeira do Sul, RS, Brasil. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 66, p. 128-141. 2004.
BAPTISTA-MARIA et al. Composição florística de florestas estacionais ribeirinhas no Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. Acta Botânica Brasílica, São Paulo, v. 23, n. 2, p. 535-548, abr./jun. 2009.
BARROSO, G. M. et al. Frutos e sementes: morfologia aplicada à sistemática de dicotiledôneas. Viçosa: UFV, 1999. 443 p.
BARROSO, G. M. et al. Sistemática de angiospermas do Brasil. Viçosa: UFV, 1991. v. 2, 377 p.
BATTILANI, J. L. Variações na composição florística e estrutura da comunidade arbórea-arbustiva de um trecho da mata ciliar do rio da Prata, Jardim, Mato Grosso do Sul. 2004. 80 f. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Conservação) - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Campo Grande, 2004.
BATTILANI, J. L.; SANTIAGO, E. F.; SOUZA, A. L. T. Morfologia de frutos, sementes e desenvolvimento de plântulas e plantas jovens de Maclura tinctoria (L.) D. Don. Ex Steud. (Moraceae). Acta Botânica Brasílica, São Paulo, v. 20, n. 3, p. 581-589, jul./set. 2006.
BATTILANI, J. L.; SCREMIN-DIAS, E.; SOUZA, A. L. T. Fitossociologia de um trecho da mata ciliar do rio da Prata, Jardim, MS, Brasil. Acta Botânica Brasílica, São Paulo, v. 19, n. 3, p. 597-608, jul./set. 2005.
BELTRATI, C. M. Morfologia e anatomia de sementes. Rio Claro: UNESP, 1994, 108 p. (Apostila do curso de pós-graduação).
BERG, R. V. Fruit, seed and myrmechorus dispersal in Micranthemum (Euphorbiaceae). Newr. Journal Botany, v. 22, p. 173-194. 1975
BOTREL, R. T. et al. Influência do solo e topografia sobre as variações da composição florística e estrutura da comunidade arbóreo-arbustiva de uma floresta estacional semidecidual em Ingaí, MG. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 25, n. 2, p. 195-213, abr./jun. 2002.
BUDKE, J. C.; JARENKOW, J. A.; OLIVEIRA-FILHO, A. T. Relationships between tree component structure, topography and soils of a riverside forest, rio Botucaraí, Southern Brazil. Plant Ecology, v. 189, p. 187-200. 2007.
CARDOSO, C. M. V.; SAJO, M. G. Vascularização foliar e identificação de espécies de Eugenia L. (Myrtaceae) da bacia hidrográfica do rio Tibagi, PR. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 27, n. 1, p. 47-54, jan./mar. 2004.
CORNER, E. J. H. The seeds of dicotyledons. Cambridge: University Press, 1976. v. 1, 311 p.
DE-NOVA, J. A.; SOSA, V.; STEINMANN, V. W. A Synopsis of Adelia (Euphorbiaceae s.s.). Systematic Botany, Washington, v. 32, n. 3, p. 583-595. 2007.
FELFILI, J. M. Flora fanerogâmica das matas de galeria e ciliares do Brasil central. In: RIBEIRO, J. F., FONSECA, C. E. L.; SOUZA-SILVA, J. C. (Eds.). Cerrado – Caracterização e Recuperação de Matas de Galeria. Planaltina: Embrapa - Cerrados. 2001, p. 195-263.
FERREIRA, R. A. et al. Morfologia de frutos, sementes, plântulas e plantas jovens de Dimorphandra mollis Benth. – faveira (Leguminosae-Caesalpiniodeae). Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 24, n. 3, p. 303-309, jul./set. 2001.
FREEMAN, D. C.; GRAHAM, J. H.; EMLEN, J. M. Developmental stability in plants: symmetries, stress and epigenesis. Genetica, v. 89, n. 1/3, p. 97-119, fev. 1993.
HANDRO, W. Contribuição ao estudo da venação e anatomia foliar das Amarantáceas dos cerrados. II – Gênero Pfaffia. Anais da Academia Brasileira de Ciências, Rio de Janeiro, v. 39, n. 3/4, p. 495-506, 1967.
HICKEY, L. J. A revised classification of the architecture od dicotyledonous leaves. In: METCALFE, C. L., CHALK, R. (Eds.). Anatomy of the dicotyledons. Systematic anatomy of leaf and stem, with a brief history of the subject. Oxford: Clarendon Press. 1979, p. 25-40.
HOWE, H. F., SMALLWOOD, J. Ecology of Seed Dispersal. Annual Reviews Ecological Systematics, v. 13, p. 201-228. 1982.
IBARRA-MANRÍQUEZ, G.; RAMOS, M. M.; OYANA, K. Seedling functional types in a lowland rain forest in Mexico. American Journal of Botany, St. Louis, v. 88, n. 10, p. 1801-1812, Oct. 2001.
JARDIM A.; KILLEEN, T. J.; FUENTES, A. Guia de los arboles y arbustos del Bosque Seco Chiquitano, Bolívia. Santa Cruz, Bolívia: FAN, 2003. 324 p.
LEONHARDT, C. et al. Morfologia e desenvolvimento de plântulas de 29 espécies arbóreas nativas da área da Bacia Hidrográfica do Guaíba, Rio Grande do Sul, Brasil. Iheringia, Série Botânica, Porto Alegre, v. 63, n. 1, p. 5-14, jan./jun. 2008.
MELO, M. G. G.; MENDONÇA, M. S.; MENDES, A. M. Análise morfológica de sementes, germinação e plântulas de jatobá (Hymenaea intermedia Ducke var. adenotricha (Ducke) Lee & Lang.) Leguminosae-Caesalpinoideae. Acta Amazônica, Manaus, v. 34, n. 1, p. 9-14, jan./mar. 2004.
MENDONÇA, R. C. et al. Flora Vascular do Cerrado. In: SANO, S. M., ALMEIDA, S. P. (Eds.). Cerrado – ambiente e flora. Planaltina: Embrapa – Cerrados. 1998, p. 290-256.
MILANEZ, C. R. D.; OLIVEIRA, D. M. T.; MORAES-DALLAQUA, M. A. Semi-hypogeal germination in Pachyrhizus ahipa (Wedd.) Parodi (Fabaceae: Phaseoleae): seedling and sapling morphology. Brazilian Archives of Biology and Technology, Curitiba, v. 51, n. 2, p. 353-359, mar./abr. 2008.
OLIVEIRA, D. M. T. Morfologia comparada de plântulas e plantas jovens de leguminosas em arbóreas nativas: espécies de Phaseoleae, Sophoreae, Swartzieae e Tephrosieae. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 24, n. 1, p. 85-97, jan./mar. 2001.
OLIVEIRA, D. M. T. Morfologia de plântulas e plantas Jovens de 30 espécies arbóreas de leguminosae. Acta Botânica Brasílica, São Paulo, v. 13, n. 3, p. 263-269, set./dez. 1999.
PAOLI, A. A. S; FREITAS, L.; BARBOSA, J. M. 1995. Caracterização morfológica dos frutos, sementes e plântulas de Croton floribundus Spreng. e de Croton urucurana Baill. (Euphorbiaceae). Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 17, n. 1, p. 57-68. jan./jun. 1995.
PEREIRA, T. S.; MANTOVANI, W. Maturação e dispersão de Miconia cinnamomifolia (DC.) Naud. na reserva ecológia de Poço das Antas, Município de Silva Jardim, RJ, Brasil. Acta Botânica Brasílica, São Paulo, v. 15, n. 3, p. 335-348, set./dez. 2001.
PINÃ-RODRIGUES, F. C. M. Guia prático para a colheita e manejo de sementes florestais tropicais. Rio de Janeiro: IDACO, 2002. 40 p.
PINHEIRO, F.; RIBEIRO, J. F. Síndromes de dispersão de sementes em Matas de Galeria do Distrito Federal. In: RIBEIRO, J. F.; FONSECA, C. E. L.; SOUZA-SILVA, J. C. (Eds.). Cerrado – Caracterização e Recuperação de Matas de Galeria. Planaltina: Embrapa – Cerrados, 2001, p. 335-375.
POTT, A.; POTT, V. J. Flora do Pantanal – Listagem atual de Fanerógamas. In: SIMPÓSIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E SÓCIO-ECONÔMICOS DO PANTANAL, 2., 1999, Corumbá. Anais ... Corumbá: Embrapa - CPAP, 1999, p. 297-325.
RAMOS, M. B. P.; FERRAZ, I. D. K. Estudos morfológicos de frutos, sementes e plântulas de Enterolobium schomburgkii Benth. (Leguminosae-Mimosoideae). Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 227-235, abr./jun. 2008.
RESSEL, K. et al. Ecologia morfofuncional de plântulas de espécies arbóreas da Estação Ecológica do Panga, Uberlândia, Minas Gerais. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 27, n. 2, p. 311-323, abr./jun. 2004.
ROTH-NEBELSICK, A. et al. Evolution and function of leaf venation architecture: a review. Annals of Botany, Germany, v. 87, p. 553-556. 2001.
SALIS, S. M. et al. Fitossociologia de remanescentes de floresta decidual em Corumbá, Estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 27, n. 4, p. 671-684, out./dez. 2004.
SANTIAGO, E. F.; PAOLI, A. A. S. O aumento em superfície em Adelia membranifolia (Müll. Arg.) Pax & K. Hoffm. e Peltophorum dubium (Spreng.) Taub., em resposta ao estresse por deficiência nutricional e alagamento do substrato. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 26, n. 4, p. 503-513, out./dez. 2003.
SANTOS, S. R. G.; AGUIAR, I. B. Germinação de sementes de branquilho (Sebastiania commersoniana (Baill.) Smith & Downs) em função do substrato e do regime de temperatura. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 22, n. 1, p. 120-126, jan./jun. 2000.
SANTOS, V. J.; SALES, M. S. A tribo Hippomaneae A. Juss. ex Spach. (Euphorbiaceae Juss.) no Estado de Pernambuco, Brasil. Acta Botânica Brasílica, São Paulo, v. 23, n. 4, p. 976-990, out./dez. 2009.
SILVA, A. C. et al. Comparação florística de florestas inundáveis das regiões sudeste e sul do Brazil. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 30, n. 2, p. 257-269, abr./jun. 2007.
SILVA, S. M. et al. Composição florística e fitossociologia do componente arbóreo das florestas ciliares da Bacia do Rio Tibagi, Paraná: 2. várzea do rio Bitumirim, Município de Ipiranga, PR. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v. 4, p. 192-198, 1992.
UHL, D.; MOSBRUGGER, V. Leaf venation density as a climate and environmental proxy: a critical review and new data. Paleogeography, Palaeoclimatology, Palaeoecology, Germany, v. 149, p. 15-26. 1999.
VÁLIO, I. F. M.; SCARPA, F. M. Germination of seeds of tropical pioneer species under controlled and natural conditions. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 24, n. 1, p. 79-84, jan./mar. 2001.
WERKER, E. Seed Anatomy. Berlin: Gebrüder Borntraeger, Handbuch der Pflanzenanatomie, 1997, 428 p.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.