A regeneração natural de floresta nativa é influenciada pela pecuária bovina leiteira?
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509869370Palavras-chave:
Topossequência, Floresta nativa, Pecuária, Impacto ambiental, Gestão ambientalResumo
A regeneração natural ocorre através das plantas jovens das árvores que habitam o interior das florestas e são essenciais para a sucessão ecológica das florestas nativas. Na silvicultura, a condução da regeneração natural é uma técnica de manejo florestal tradicional de baixo custo e muito adequada para florestas nativas e pequenas propriedades. A hipótese levantada é que a florística e a estrutura da vegetação são afetadas nos parâmetros fitossociológicos com a presença de bovinos. Foram avaliadas 180 parcelas de área (2 × 2 m), distribuídas em seis blocos amostrais. Indiferente a porção topográfica em topossequência, os fragmentos florestais isolados com cercas de arame apresentaram melhores parâmetros florísticos e fitossociológicos. Nas áreas florestais com acesso do pastoreio, foram comuns espécies tolerantes ao pastoreio e ao pisoteio dos animais. Estas eram espinhosas, com ramos flexíveis e/ou substâncias tóxicas e cáusticas para bovinos ou um conjunto dessas características morfo-fisiológicas. Assim, conforme os dados levantados da estrutura da regeneração natural, atualmente ocorrem duas linhas de sucessão florestal nos fragmentos florestais. Essas diferenças florísticas e estruturais entre florestas com e sem pecuária são recomendadas no planejamento sustentável da propriedade rural pecuarista.
Downloads
Referências
AGUIAR, M.D.; SILVA, A.C.; HIGUCHI, P.; NEGRINI, M.; SCHOLLEMBERG, A.L. Similaridade entre Adultos e Regenerantes do Componente Arbóreo em Floresta com Araucária. Floresta e Ambiente, v. 24, p. 1-10, 2017. http://dx.doi.org/10.1590/2179-8087.083214
BLACKHALL, M.; RAFFAELE, E.; VEBLENS, T.T. Efectos combinados del fuego y el ganado en matorrales y bosques del noroeste patagônico. Ecología Austral, v. 25, p. 1-10, 2015.
BRASIL. Portaria nº 443, de 17 de dezembro de 2014. Ministério do Meio Ambiente. Diário Oficial da União, Brasília, 18 de dezembro de 2014, nº 245, p. 121-126, 2014.
CALLEGARO, R.M.; LONGHI, S.J.; ANDRZEJEWSKIN, C.; ARAUJO, M.M. Regeneração natural de espécies arbóreas em diferentes comunidades de um remanescente de Floresta Ombrófila Mista. Ciência Rural, v. 45, n. 10, p. 1795-1801, 2015. http://dx.doi.org/10.1590/0103-8478cr20131098
CARRERE, R. La Envira (Daphnopsis racemosa): pionera, nodriza y testigo. 2009. Acesso em: 15 mai 2015. Disponível em: http://www.rapaluruguay.org/organicos/articulos/envira
COSTA, T.V.; VENZKE, T.S.L. Regeneração natural em Mata de Restinga em área de pecuária extensiva no Município de Pelotas, extremo Sul do Brasil. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 36, n. 88, p. 339-345, 2016. http://dx.doi.org/10.4336/2016.pfb.36.88.922
FAO. Organização para a alimentação e agricultura das Nações Unidas/Food and Agriculture Organization of the United Nations. Guia de boas práticas na pecuária de leite. Roma: FAO Press, 2013.
FELFILI, J.M.; CARVALHO, F.A.; LIBANO, A.M.; VENTUROLI, F.; PEREIRA, B.A.S.; MACHADO, E.L.M. Análise multivariada: princípio e métodos em estudos de vegetação. In: FELFINI, J.M.; EISENLOHR, P.V.; MELO, M. M. R.F.; ANDRADE, L. A. Editores. Fitossociologia no Brasil: métodos e estudos de caso. Viçosa: Ed. da UFV, 2011.
GHIEL, E.L.H.; BUDKE, J.C.; OLIVEIRA FILHO, A.T.; JARENKOW, J.A. Variações florísticas e relação com variáveis geográficas e climáticas em florestas ribeirinhas do sudeste da América do Sul. In: FELFINI, J.M.; EISENLOHR, P.V.; MELO, M. M. R.F.; ANDRADE, L. A. Editores. Fitossociologia no Brasil: métodos e estudos de caso. Viçosa: Ed. da UFV, 2011.
KILCA, R.V.; JARENKOW, J.A.; SOARES, J.C.W.; GARCIAS, E.N. Florística e fitofisionomia da planície de inundação do Rio Piratini e a sua importância para conservação no Pampa do Rio Grande do Sul, Brasil. Neotropical Biology and Conservation, v. 6, n. 3, p. 227-249, 2011. http://dx.doi.org/10.4013/nbc.2011.63.09
KILCA, R.V.; HIGUCHI, P.; SILVA, A.C. Impacto do pastoreio bovino em florestas nebulares no Parque Nacional de São Joaquim, Santa Catarina. Ciência Florestal, v. 30, n. 1, p. 1-17, 2020.
MAGNAGO, L.F.S.; MARTINS, S.V.; VENZKE, T.S.L.; IVANAUSKAS, N.M. Os processos e estágios sucessionais da Floresta Atlântica como referência para a restauração florestal. In: MARTINS, S.V, Editor. A Restauração Ecológica de Ecossistemas Degradados. Viçosa: Editora da UFV, 2012.
PELOTAS. 1996. Prefeitura Municipal de Pelotas. Lei Municipal nº 4.119 de 08 de Janeiro de 96. Declara Flora Ameaçada de Extinção no Município de Pelotas (RS), Brasil. Disponível em: www.leismunicipais.com.br/a/rs/p/pelotas/lei-ordinaria/1996/412/4119/lei-ordinaria-n-4119-1996-dispoe-sobre-as-especies-da-flora-nativa-de-ocorrencia-regional-consideradas-ameacadas-de-extincao-e-da-outras-providencias
RIO GRANDE DO SUL. Decreto Estadual nº 51.109/14, de 1º dezembro de 2014. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no Rio Grande do Sul. Diário Oficial, Porto Alegre, 02 de dezembro de 2014, p. 1-34. Disponível em: www.al.rs.gov.br/filerepository/repLegis/arquivos/DEC%2052.109.pdf
TANSLEY, A.G. Introduction to plant ecology: a guide for beginners in the study of plant communities. London: George Allen; Unwin Ltd., 1946.
VENZKE, T.S. Florística de comunidades arbóreas no Município de Pelotas, Rio Grande do Sul. Rodriguesia, v. 63, n. 3, p. 571-578, 2012. http://dx.doi.org/10.1590/S2175-78602012000300008
VENZKE, T.S.; COSTA, M.A.D.; MATTEI, A.V. Florística e análise de similaridade de espécies arbóreas da mata da Praia do Totó, Pelotas, RS, Brasil. Ciência florestal, v. 22, n. 4, p. 655-668, 2012. http://dx.doi.org/10.5902/198050987548
VENZKE, T.S.; MARTINS, S.V. Aspectos florísticos de três estágios sucessionais de mata ciliar em Arroio do Padre, extremo-sul do Brasil. Floresta, v. 43, n. 2, p. 191-204, 2013. http://dx.doi.org/10.5380/rf.v43i2.27667
VENZKE, T.S.L.; MIGUEL, P.; PAGANI-JUNIOR, A.; ROCHA, J.V.P.; LEIDEMER, J.D.; NACHTIGALL, S.D.; ARAÚJO, M.M.F.; STUMPF, L.; FERNANDEZ, M.B.G.; OLIVEIRA, M.S.; ROBE, G.M.; SPINELLI-PINTO, L.F. Physical quality of soils in atoposequence of a forest fragment under livestock activity in a Watershed in South Brazil. In: SAMEC, P. Forest Degradation Under Global Change. London: IntechOpen, p. 1-19, 2022. http://dx.doi.org/10.5772/intechopen.106560
VENZKE, T.S.L. Estudos sobre ecologia florestal de um gradiente ambiental no município de Pelotas, RS, Brasil: vegetação e solos. 2018. 109 f. Tese (Doutorado em Manejo e Conservação do Solo e da Água) – Universidade Federal de Pelotas, Capão do Leão, 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Ciência Florestal

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais poderão ou não ser enviadas ao autor.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte seja citada. Os originais não serão devolvidos aos autores.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.