Cinzas de <i>Pinus spp.</i> e o mecanismo de desenvolvimento limpo: reduções certificadas de emissões e créditos de carbono
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509867679Palavras-chave:
Redução de emissões de CO2, Mitigação de impactos ambientais, Adição mineral pozolânicaResumo
A utilização das cinzas de Pinus spp. como adição mineral ou substituição parcial ao cimento Portland pode proporcionar a mitigação de emissões de CO2 e a obtenção de créditos de carbono, através do mecanismo de desenvolvimento limpo. Este trabalho pretendeu avaliar o potencial de redução de emissões de CO2, através de duas abordagens. A primeira abordagem utilizou a metodologia ACM 0005 UNFCCC, em um cenário para avaliar a viabilidade de implementação de um projeto do mecanismo de desenvolvimento limpo – MDL, com abrangência para o Estado do Paraná, utilizando as cinzas de Pinus spp. em substituição parcial ao clínquer, na produção do cimento Portland. A segunda abordagem analisou o potencial de redução de emissões de CO2, com abrangência para o território brasileiro, utilizando as cinzas de Pinus spp. em substituição parcial ao cimento Portland na mixagem de concretos, argamassa e pastas. Foram observadas elevações nas emissões de CO2, pelo aumento nas distâncias médias no transporte das cinzas, nas duas abordagens (128 km e 100 km, respectivamente). Mesmo assim, nos balanços gerais das emissões, foram observados potenciais de redução (10.800 t e 20.546 t de CO2, respectivamente). Os resultados obtidos permitiram inferir pela viabilidade da implementação de projetos de MDL e da obtenção de créditos de carbono através da redução certificada de emissões - RCEs.
Downloads
Referências
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16697: Cimento Portland - Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2018.
AGENCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES – ANTT. Tabela de Tarifas. Disponível em: https://portal.antt.gov.br/resultado/-/asset_publisher/m2By5inRuGGs/content/id/1101998. Acesso em 22 out. 2020.
COSTA, B. L. de C. da. Quantificação das emissões de CO2 geradas na produção de materiais utilizados na construção civil no Brasil, 2012. 208 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) - Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil - COPPE, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2012.
EISFELD, R. D. L.; NASCIMENTO, F. A. F. Mapemaneto dos plantios florestais do estado do Paraná: Pinus e Eucalyptus. Curitiba: Instituto de Florestas do Paraná, 2015.
ELICHE-QUESADA, D.; FELIPE-SESÉ, M. A.; LÓPEZ-PÉREZ, J. A.; INFANTES-MOLINA, A. Characterization and evaluation of rice husk ash and wood ash in sustainable clay matrix bricks. Ceramics International, v. 43, n. 1, p. 463-475, 2017.
GNR PROJECT REPORTING CO2. Total production volumes of clinker. Disponível em: http://www.wbcsdcement.org/GNR-2016/index.html. Acesso em 17 jan. 2021.
INVESTING.COM. Crédito Carbono Futuros. Disponível em: https://br.investing.com/commodities/carbon-emissions-historical-data . Acesso em 24 out. 2020.
IBÁ - INDÚSTRIA BRASILEIRA DE ÁRVORES. Relatório 2019. Disponível em: https://www.iba.org/datafiles/publicacoes/relatorios/iba-relatorioanual2019.pdf. Acesso em 22 jan. 2021.
FAIRBAIRN, E. M. R.; DE PAULA, T. P.; CORDEIRO, G. C.; AMERICANO, B. B.; TOLEDO FILHO, R. D. Evaluation of partial clinker replacement by sugar cane bagasse ash: CO2 emission reductions and potential for carbon credits. Revista IBRACON de Estruturas e Materiais, v. 5, n. 2, p. 229-251, 2012.
HANDAYENI, K. D. M. E. Lesson Learned for GHG Mitigation on Transportation Sector in Surabaya City, Indonesia. Procedia - Social and Behavioral Sciences, v. 135, p. 152-158, 2014.
MONTEIRO, P. J. M.; MILLER, S. A.; HORVATH, A. Towards sustainable concrete. Nature Publishing Group, v. 16, n. 7, p. 698-699, 2017.
POSSAN, E. Captura de CO2 em materiais cimentícios. Concreto & Construções, n 95. jul-set, p. 72-78. São Paulo: IBRACON, 2019.
REZENDE, M. F. Uso de cinza de bagaço de cana-de-açúcar em cimento Portland como mecanismo de desenvolvimento limpo, 2016. 120 p. Tese (Doutorado em Engenharia de Materiais) - Programa de Pós-graduação em Engenharia de Materias da Rede Temática de Engenharia de Materiais - UFOP - CETEC - UEMG, Ouro Preto 2016.
SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DO CIMENTO - SNIC. Relatório anual 2019. São Paulo, 2019a. Disponível em: http://snic.org.br/assets/pdf/relatorio_anual/rel_anual_2019.pdf. Acesso em 23 out. 2020.
SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DO CIMENTO - SNIC. Roadmap tecnológico do cimento: potencial de redução das emissões de carbono da indústria do cimento brasileira até 2050. Rio de Janeiro, 2019b. Disponível em http://snic.org.br/noticias-ver.php?id=28. Acesso em 23 out. 2020.
SOUZA, M. M. de; SILVA, D. A.; ROCHADELLI, R.; SANTOS, R. C. dos. Estimativa de poder calorífico e caracterização para uso energético de resíduos da colheira e do processamento de Pinus taeda. Floresta, v. 42, n. 2, p. 325-334, Curitiba, 2012.
UMAR, U. A.; SHAFIQ, N.; AHMAD, F. A. A case study on the effective implementation of the reuse and recycling of construction & demolition waste management practices in Malaysia. Ain Shams Engineering Journal, v. 12, p.283-291, 2021.
UNFCCC. Report of the Conference of the Parties serving as the meeting of the Parties to the Kyoto Protocol on its first session. 2006. Disponível em: https://unfccc.int/resource/docs/2006/cmp2/eng/10a01.pdf. Acesso em 18 jan. 2021.
UNFCCC. ACM0005 - Approved consolidated baseline and monitoring methodology - Increasing the blend in cement production. 2012. Disponível em: https://cdm.unfccc.int/methodologies/DB/1AG8O523O2UQD01BAID55YT2LZZ6R0. Acesso em 18 jan. 2021.
WIECHETECK, M. Aproveitamento de resíduos e subprodutos florestais, alternativas tecnologicas e propostas de políticas ao uso de resíduoas florestais para fins energéticos. Projeto PNUD BRA 00/20 - Apoio às Políticas Públicas na Área de Gestão e Controle Ambiental, Curitiba: MMA, 2009.
WINCKLER, J. R. Cinzas de Pinus spp. como adição mineral ou substituição parcial ao cimento Portland: viabilidade técnica e ambiental, 2021. 141 p. Tese (Doutorado) - Programa de Pós-graduação em Gestão Ambiental, Universidade Positivo, Curitiba, 2021.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Ciência Florestal
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.