RESISTÊNCIA DE ISCAS GRANULADAS, DISTRIBUÍDAS A GRANEL E EM MICROPORTA-ISCAS, À AÇÃO DA UMIDADE EM PLANTIO DE <i>Pinus taeda</i> NO PLANALTO SUL-CATARINENSE

Autores

  • David Alexandre Buratto
  • Nilton José Sousa
  • Marcelo Dias Souza
  • Flávio Augusto Rolin

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509828683

Palavras-chave:

Acromyrmex, sulfluramida, formiga-cortadeira.

Resumo

Os programas de controle para formigas-cortadeiras do gênero Acromyrmex na região sul do Brasil são pouco estudados, tendo suas informações embasadas no controle do gênero Atta e aos danos causados por formigas-cortadeiras em plantios de Eucalyptus spp. Esta falta de informações sobre controle de formigas-cortadeiras leva algumas empresas florestais de Santa Catarina à repetição de padrões que não são adequados às infestações e às espécies de formigas-cortadeiras que ocorrem neste Estado. Com isso, ocorre uma distribuição inadequada de iscas granuladas a granel, nas quatro estações do ano, que acabam degradadas pelo excesso de umidade provocado pela neblina e pelas precipitações constantes que ocorrem na região. Diante deste quadro, os experimentos deste trabalho tiveram como objetivos: identificar as espécies de formigas-cortadeiras; determinar a densidade de formigueiros por unidade área; analisar e avaliar a influência das estações do ano e da precipitação em cada estação sobre a conservação e degradação das iscas granuladas à base de sulfluramida (0,3%) distribuídas a granel e na forma de microporta-iscas. Para tanto, foram instalados experimentos na Fazenda Dois Irmãos, de propriedade da empresa Florestal Rio Marombas Ltda., em áreas de plantios de Pinus taeda L., localizados no município de São Cristóvão do Sul, no planalto sul do estado de Santa Catarina. Concluiu-se que: A única espécie de formiga-cortadeira encontrada na área avaliada é Acromyrmex crassispinus (FOREL, 1909); Na área experimental encontram-se 17 formigueiros, a média é de 0,94 formigueiros por hectare, com área aparente menor que 1 m² cada um; a umidade da região do planalto sul-catarinense degrada as iscas granuladas distribuídas a granel; as iscas granuladas distribuídas a granel permanecem conservadas sete dias na primavera e três dias nas demais estações do ano; as iscas granuladas distribuídas em microporta-iscas permanecem conservadas 15 dias no verão e 30 dias nas demais estações do ano; os microporta-iscas apresentam maior resistência à umidade no campo em relação às iscas granuladas distribuídas a granel; a abertura dos microporta-iscas, provocada pelo consumo parcial das iscas, que é uma característica das formigas Acromyrmex spp.,  acelera a deterioração das iscas restantes em seu interior.

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Publicado

31-08-2017

Como Citar

Buratto, D. A., Sousa, N. J., Souza, M. D., & Rolin, F. A. (2017). RESISTÊNCIA DE ISCAS GRANULADAS, DISTRIBUÍDAS A GRANEL E EM MICROPORTA-ISCAS, À AÇÃO DA UMIDADE EM PLANTIO DE <i>Pinus taeda</i> NO PLANALTO SUL-CATARINENSE. Ciência Florestal, 27(3), 1083–1093. https://doi.org/10.5902/1980509828683

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