ATRIBUTOS FUNCIONAIS DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA EM LAGES - SC

Autores

  • Francieli de Fátima Missio
  • Ana Carolina da Silva
  • Pedro Higuchi
  • Solon Jonas Longhi
  • Martha Andréia Brand
  • Polliana D´Angelo Rios
  • Angélica Dalla Rosa
  • Fernando Buzzi Junior
  • Marco Antônio Bento
  • Didiane Ana Gonçalves
  • Rodineli Loebens
  • Francieli Pscheidt

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509826460

Palavras-chave:

comunidade arbórea, estratégias ecológicas, alocação de recursos.

Resumo

O presente estudo teve como objetivo descrever atributos funcionais de espécies arbóreas em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista em Lages - SC, com o propósito de agrupá-las funcionalmente. Para cada uma das 20 espécies mais abundantes na área de estudo foi amostrado um total de 10 indivíduos e determinada a média da densidade da madeira e o tamanho médio das folhas. Dessas espécies, também foi descrito o regime de renovação foliar, a síndrome de dispersão de propágulos e a altura máxima no fragmento. Os resultados de altura máxima e de densidade da madeira sugerem a existência de um trade-off entre o investimento de recursos para o crescimento em altura, garantindo o acesso à maior disponibilidade lumínica, ou em densidade da madeira, permitindo maior capacidade de resistência e sobrevivência em um ambiente sombreado de sub-bosque. As gimnospermas Araucaria angustifolia e Podocarpus lambertii apresentaram as folhas de menor tamanho, enquanto Cupania vernalis, Jacaranda puberula e Matayba elaeagnoides, todas de folhas compostas, apresentam as maiores folhas. Quatro grupos funcionais se destacaram: 1) perenes de folhas grandes, 2) perenes de folhas pequenas, 3) decíduas zoocóricas e 4) decíduas não zoocóricas. Os resultados demonstraram que as espécies mais abundantes do fragmento de Floresta Ombrófila Mista estudado apresentam variações dos atributos funcionais avaliados, sugerindo diferentes estratégias de vida. 

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 11941-02: determinação da densidade básica em madeira. Rio de Janeiro, 2003. 6 p.

ALMEIDA, S. R. et al. Florística e síndromes de dispersão de um remanescente de Floresta Ombrófila Mista em sistema faxinal. Ambiência, Guarapuava, v. 4, n. 2, p. 289-297, 2008.

CAILLIEZ, F. The analytical solution of the additive constant problem. Psychometrika, Lisboa, v. 48, n. 2, p. 305-308, 1983.

CHABOT, B. F.; HICKS, D. T. The ecology of leaf life spans. Annual Review of Ecology and Systematics, Palo alto, v. 13, n. 1, p. 229-259, 1982.

CHAVE, J. et al. Regional and Phylogenetic Variation of Wood Density Across 2456 Neotropical Tree Species. Ecological Applications, Washington, v. 16, n. 6, p. 2356-2367, 2006.

CHAVE, J. et al. Towards a worldwide wood economics spectrum. Ecology Letters, Montpellier, v. 12, n. 4, p. 351-366, 2009.

CORNELISSEN, J. H. C. et al. Handbook of protocols for standardised and easy measurement of plant functional traits worldwide. Australian Journal of Botany, Melbourne, v. 51, n. 4, p. 335-380, 2003.

FALSTER, D. S.; WESTOBY, M. Alternative height strategies among 45 dicot rain forest species from tropical Queensland, Australia. Journal of Ecology, Oxford, v. 93, n. 3, p. 521-535, 2005.

FERREIRA, P. I. et al. Espécies potenciais para recuperação de Áreas de Preservação Permanente no Planalto Catarinense. Floresta e Ambiente, Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, p. 173-182, 2013.

FONSECA, C. R. et al. Shifts in trait-combinations along rainfall and phosphorus gradients. Journal of Ecology, Oxford, v. 88, n. 6, p. 964-977, 2000.

GIEHL, E. L. H. et al. Espectro e distribuição vertical das estratégias de dispersão de diásporos do componente arbóreo em uma floresta estacional no sul do Brasil. Acta Botanica Brasílica, Feira de Santana, v. 21, n. 1, p. 137-145, 2007.

GITAY, H.; NOBLE, I. R. What are functional types and how should we seek them? In: SMITH, T. M.; SHUGART, H. H.; WOODWARD, F. I. Plant functional types: their relevance to ecosystem properties and global change. Cambridge: Cambridge University Press, 1997. p. 3-19.

GIVNISH, T. J. Comparative studies of leaf form: assessing the relative roles of selective pressures and phylogenetic constraints. New phytologist, Hoboken, v. 106, n. s1, p. 131-160, 1987.

GIVNISH, T. J. Adaptive significance of evergreen vs. deciduous leaves: solving the triple paradox. Silva Fennica, Helsinki, v. 36, n. 3, p. 703-743, 2002.

GOWER, J. C. A general coefficient of similarity and some of its properties. Biometrics, Washington, v. 27, n. 4, p. 857-871, 1971.

HIGUCHI, P. et al. Influência de variáveis ambientais sobre o padrão estrutural e florístico do componente arbóreo, em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Montana em Lages, SC. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, n. 1, p. 79-90, 2012.

HIGUCHI, P. et al. Influência do clima e rotas de migratórias de espécies arbóreas sobre o padrão fitogeográfico de florestas na região sul do Brasil. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 23, n. 4, p. 539-553, 2013.

HIJMANS, R. J. et al. The WorldClim interpolated global terrestrial climate surfaces. Version 1.3. 2004. Disponível em: <http://www.worldclim.org>. Acesso em: 17 abr. 2014.

IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: IBGE, 2012. 272 p.

KING, D. A. et al. The role of wood density and stem support costs in the growth and mortality of tropical trees. Journal of Ecology, Oxford, v. 94, n. 3, p. 670-680, 2006.

KÖPPEN, W. Climatologia: con un estudio de los climas de la tierra. México: Fondo de Cultura Economica, 1948. 478 p.

KOHYAMA, T. et al. Tree species differentiation in growth, recruitment and allometry in relation to maximum height in a Bornean mixed dipterocarp forest. Journal of Ecology, Oxford, v. 91, n. 5, p. 797-806, 2003.

LALIBERTÉ, E.; LEGENDRE, P. A distance-based framework for measuring functional diversity from multiple traits. Ecology, Ithaca, v. 91, p. 299-305, 2010.

LALIBERTÉ, E.; SHIPLEY, B. FD: measuring functional diversity from multiple traits, and other tools for functional ecology. R package version 1.0-11. [s. l.: s. n.], 2011.

LAVOREL, S. et al. Plant functional classifications: from general groups to specific groups based on response to disturbance. Trends in Ecology and Evolution, Cambridge, v. 12, n. 12, p. 474-478, 1997.

LOPES S. F. Padrões florísticos e estruturais das florestas estacionais semideciduais do triângulo mineiro MG. 2010. 192 f. Tese (Doutorado em Ecologia) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2010.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 2. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 1998. v. 1, 368 p.

LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. 3. ed. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2000. v. 2, 352 p.

MATTOS, E. A. et al. Variação espacial e temporal em parâmetros fisioecoló-gicos de plantas. In: ROCHA, C. F. D.; ESTEVES, F. A.; SCARANO, F. R. Pesquisas de longa duração de Jurubatiba: ecologia, história natural e conservação. São Carlos: RiMa, 2004. p. 99-116.

MCGILL, B. J. et al. Rebuilding community ecology from functional traits. Trends in Ecology and Evolution, Cambridge, v. 21, n. 4, p. 178-185, 2006.

MURPHY, P. G.; LUGO, A. E. Ecology of tropical dry forest. Annual Review of Ecology and Systematics, Palo Alto, v. 17, n. 1, p. 67-88, 1986.

NATHAN, R. et al. Mechanisms of long-distance dispersal of seeds by wind. Nature, London, v. 418, n. 6896, p. 409-413, 2002.

NEGRINI, M. et al. Dispersão, distribuição espacial e estratificação vertical da comunidade arbórea em um fragmento florestal no planalto catarinense. Revista Árvore, Viçosa, v. 36, n. 5, p. 919-929, 2012.

OKSANEN, J. et al. Vegan: community ecology package. R package version. [s. l. : s. n.], 2009. v. 1.

PÉREZ-HARGUINDEGUY, N. et al. New handbook for standardised measurement of plant functional traits worldwide. Australian Journal of Botany, Canberra, v. 61, n. 3, p. 167-234, 2013.

PILLAR, V. D.; DUARTE, L. D. S. A framework for metacommunity analysis of phylogenetic structure. Ecology Letters, Montpellier, v. 13, n. 5, p. 587-596, 2010.

POORTER, L.; BONGERS, F. Leaf traits are good predictors of plant performance across 53 rain forest species. Ecology, Ithaca, v. 87, n. 7, p. 1733-1743, 2006.

R CORE TEAM. R: A Language and Environment for Statistical Computing. Vienna: R Foundation for Statistical Computing, [2014]. Disponível em: <http://www.R-project.org>. Acesso em: 2 mar. 2014.

RASBAND, W. S. ImajeJ., version 1.42q. USA: National Institute of Health, 2007.

REICH P. B.; WALTERS, M. B.; ELLSWORTH, D. S. From tropics to tundra: global convergence in plant functioning. Proceedings of the National Academy of Sciences, Washington, v. 94, n. 4, p. 13730-13734, 1997.

ROZENDAL, D. M. A.; HURTADO, V. H; POORTER, L. Plasticity in leaf traits of 38 tropical tree species in response to light; relationships with light demand and adult stature. Functional Ecology, Oxford, v. 20, n. 2, p. 207-216, 2006.

SALAMI, B. et al. Influência de variáveis ambientais na dinâmica do componente arbóreo em um fragmento de Floresta Ombrófila Mista em Lages, SC The influence of environmental variables on tree species component dynamics in a montane araucaria forest fragment in Lages, SC. Scientia Forestalis, Piracicaba, v. 42, n. 102, p. 197-207, 2014.

SILVA, A. C. et al. Relações florísticas e fitossociologia de uma Floresta Ombrófila Mista Montana Secundária em Lages, Santa Catarina. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, n. 1, p. 193-206, 2012.

THOMSON, F. J. et al. Seed dispersal distance is more strongly correlated with plant height than with seed mass. Journal of Ecology, Oxford, v. 99, n. 6, p. 1299-1307, 2011.

VALLADARES, F.; BRITES, D. Leaf phyllotaxis: Does it really affect light capture? Plant Ecology, Dordrecht, v. 174, n. 1, p. 11-17, 2004.

VAN DER PIJL, L. Principles of dispersal in higher plants. Berlin: Springer-Verlag, 1982. 162 p.

VIOLLE, C. et al. Let the concept of trait be functional! Oikos, Copenhagem, v. 116, n. 5, p. 882-892, 2007.

WALKER, B. H. Biodiversity and Ecological Redundancy. Conservation Biology, Cambridge, v. 6, n. 1, p. 18-23, 1992.

WEBB, C. T. et al. A structured and dynamic framework to advance traits-based theory and prediction in ecology. Ecology Letters, Montpellier, v. 13, n. 3, p. 267-283, 2010.

WESTOBY, M. et al. Plant Ecological Strategies: some leading dimensions of variation between species. Annual Review of Ecology and Systematics, Palo alto, v. 33, n. 1, p. 125-159, 2002.

WRIGHT, I. J. et al. The worldwide leaf economics spectrum. Nature, London, v. 428, n. 6985, p. 821-827, 2004.

Downloads

Publicado

31-03-2017

Como Citar

Missio, F. de F., Silva, A. C. da, Higuchi, P., Longhi, S. J., Brand, M. A., Rios, P. D., Rosa, A. D., Buzzi Junior, F., Bento, M. A., Gonçalves, D. A., Loebens, R., & Pscheidt, F. (2017). ATRIBUTOS FUNCIONAIS DE ESPÉCIES ARBÓREAS EM UM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRÓFILA MISTA EM LAGES - SC. Ciência Florestal, 27(1), 215–224. https://doi.org/10.5902/1980509826460

Edição

Seção

Artigos

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

<< < 5 6 7 8 9 10