Método para abertura dos frutos, biometria e descrição anatômica do desenvolvimento embriogênico em sementes de pau-branco (<i>Cordia oncocalyx</i> Allemão)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509825216

Palavras-chave:

Caatinga, Extrativismo, Pau-branco, Propagação, Anatomia

Resumo

A exploração do pau-branco (Cordia oncocalyx Allemão), espécie de grande potencial madeireiro, é feita por extrativismo, sendo depredatória e sem garantia de oferta de matéria-prima suficiente e constante aos setores demandantes. A propagação da espécie em viveiros a partir de frutos e sementes poderia oferecer uma solução para esse problema. Os frutos obtidos de plantas nativas apresentam, no entanto, tamanhos diferentes e distintos graus de maturação, dificultando a germinação e o sucesso da propagação. Para estabelecer-se um protocolo de propagação para o pau-branco, partindo de um resgate com sucesso de sementes com embrião zigótico maduro, o conhecimento da anatomia da embriogênese zigótica final (na fase do fruto) é de grande importância. O presente trabalho objetivou determinar um método de abertura do fruto e estudar aspectos relacionados à microestrutura e anatomia do embrião da semente de pau-branco, inéditos até então, com o intuito de se determinar em qual fase de desenvolvimento torna-se apropriado o resgate de sementes para cultivo visando à obtenção de mudas. Frutos maduros e em diferentes estádios de desenvolvimento de pau-branco foram coletados para serem submetidos à investigação microscópica ou para a determinação da biometria. Para a descrição anatômica dos frutos e das sementes, seções transversais e longitudinais foram obtidas e processadas para microscopia óptica e eletrônica de varredura. Constatou-se que o fruto possui exocarpo e o mesocarpo, sendo este, dividido em mesocarpo sub-exocárpico e mesocarpo esclerenquimático, sendo esse último, o que confere dureza e rigidez ao fruto. O embrião torna-se visível em frutos com comprimento em torno de 1,5 cm, encontrando-se totalmente desenvolvido somente a partir de 2,0 cm, sendo este tamanho o recomendado para realizar sua excisão. A prensa hidráulica constitui-se em um método eficaz de abertura dos frutos. Conclui-se ainda que o embrião da semente de pau-branco apresenta reserva protéica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Celli Rodrigues Muniz, Embrapa Agroindústria Tropical

Fitopatologia, Microscopia Eletrônica

Diva Correia, Embrapa Agroindústria Tropical, Fortaleza, CE

Bióloga, Dra., Pesquisadora da Embrapa Agroindústria Tropical, Rua Dra. Sara Mesquita, 2270, Pici, CEP 60511-110, Fortaleza (CE), Brasil.

Arlete Aparecida Soares, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, CE

Bióloga, Dra., Professora do Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Ceará, Campus do Pici, CEP 60440-900, Fortaleza (CE), Brasil.

Referências

ABIMCI (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE MADEIRA PROCESSADA MECANICAMENTE). Estudo Setorial 2009, Ano Base 2008. Curitiba: ABIMCI, 2009. 43 p.

ANDRADE-LIMA, D. Plantas de Caatinga. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Ciências, 1989. 224p.

BRITO, L. B. M.; ARAÚJO, F. S. Banco de sementes de Cordia oncocalyx Allemão em uma área de Caatinga sobre planossolo. Revista Caatinga, Mossoró, v.22, n. 2, p. 206-212, abril/junho 2009.

CAMPANHA, M. M. et al. Perdas de solo, água e nutrientes pela erosão hídrica em diferentes sistemas de manejo agroflorestal no semiárido cearense. Embrapa Caprinos, Sobral, Circular Técnica, 37. Sobral: Embrapa Caprinos, 2008. 13p.

CARVALHO, P. E. R. Espécies arbóreas brasileiras. v. 2. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica, 2006, 627p.

CARVALHO, P. E. R. Pau-Branco-do-Sertão (Auxemma oncocalyx). Embrapa Florestas, Colombo, Circular Técnica, 153. Colombo: Embrapa Florestas, 2008. 6 p.

CARVALHO, J. E. U.; NASCIMENTO,W. E. O. Caracterização dos pirênios e métodos para acelerar a germinação de sementes de muruci do clone açu. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 30, n. 3, p.775-781, Setembro 2008.

GOTTSCHLING, M.; MILLER, J. S. Clarification of the taxonomic position of Auxemma, Patagonula, and Saccellium (Cordiaceae, Boraginales). Systematic Botany, Laramie, v. 31, n. 2, p. 361-367, 2006.

GUIMARÃES, I. P.; COELHO, M. F. B.; AZEVEDO, R. A. B. Pau branco (Cordia oncocalix Allemão) - Boraginaceae: Árvore endêmica da Caatinga. Revista Verde de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável, Pombal, v. 8, n. 5, p. 31 - 39, (Edição Especial) dezembro, 2013.

KIGEL, J.; GALILI, G. (Ed.). Seed development and germination. New York: Marcel Dekker, Inc., 1995. 853 p.

LORENZI, H. Árvores brasileiras: Manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. São Paulo: Nova Odessa, 1992. 362p.

MAIA, G.N. Caatinga: árvores e arbustos e suas utilidades. 1.ed. São Paulo: D&Z Computação Gráfica e Editora, 2004. 410p.

MMA (MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE). Caatinga. Disponível em: http://www.mma.gov.br/biomas/caatinga. Acesso em: 12 set. 2013.

RODAL, M. J. N; SAMPAIO, E. V. S. B. A vegetação do bioma Caatinga. In: Sampaio, E. V. S. B. et al. (Eds.). Vegetação e Flora da Caatinga. Recife: Associação Plantas do Nordeste, Centro Nordestino de Informações sobre Plantas. 2002, p. 11 – 24.

SILVEIRA, A.P. Influência de predadores e patógenos na dominância regenerativa de duas espécies de Auxemma Miers. (Boraginaceae). 2002. Dissertação de Mestrado, Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, Pernambuco, 2002.

SILVEIRA, A.P. et al. Predação de frutos e germinação de sementes em Auxemma oncocalyx (Allemão) Baill. eAuxemma glaziovianaTaub. In: NOGUEIRA, R.M.C. et al. (Eds.), Estresses ambientais: danos e benefícios em plantas. Recife: MXM, 2005. pp. 416-432.

SOUZA, L.A. 2008. Morphology and anatomy of the Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex I. M. Johnst diaspore (Boraginaceae). Brazilian Archives of Biology and Technology, Curitiba, v. 51, n.4, p.761 - 768, 2008.

Publicado

24-06-2022

Como Citar

Muniz, C. R., Correia, D., & Soares, A. A. (2022). Método para abertura dos frutos, biometria e descrição anatômica do desenvolvimento embriogênico em sementes de pau-branco (<i>Cordia oncocalyx</i> Allemão). Ciência Florestal, 32(2), 979–995. https://doi.org/10.5902/1980509825216

Edição

Seção

Nota Técnica