ANÁLISE DA ESTRUTURA E BIOMASSA FLORESTAL DE ÁREAS DE COLHEITA DE FRUTOS DE JUÇARA (<i>Euterpe edulis</i> Mart.) NO LITORAL NORTE E SERRA DO MAR - SP

Autores

  • Matheus Fischer Danelli
  • Simey Thury Vieira Fisch
  • Simone Aparecida Vieira

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509824206

Palavras-chave:

agrofloresta, palmito, estoque de carbono, Mata Atlântica.

Resumo

Os padrões de distribuição e estoque do carbono em áreas manejadas de Mata Atlântica ainda são pouco conhecidos. Visando compreender o papel destas áreas na fixação de carbono, procurou-se caracterizar a estrutura florestal e estimar a biomassa acima do solo em áreas de colheita de frutos de juçara (Euterpe edulis Mart.). O trabalho foi realizado em áreas alteradas nas quais foi introduzido o manejo de frutos de juçara, no Parque Estadual da Serra do Mar - SP e no seu entorno, abrangendo as fitofisionomias Floresta Submontana e Floresta Montana. Para representar todas as diferentes situações em que é praticado o manejo, foram selecionadas oito áreas e em cada uma foi alocada uma parcela de 10 x 100 m dividida em subparcelas de 10 x 10 m, nas quais foram inventariados todos os indivíduos arbóreos (árvores, juçaras, bananeiras e pteridófitas) com DAP (diâmetro a altura do peito) > 4,8 cm. As áreas estudadas foram caracterizadas como Florestas Secundárias e como sistemas de Consórcio de Banana e Juçara. A biomassa encontrada nas parcelas estudadas variou de 47,9 a 279,9 Mg ha-1. As Florestas Secundárias apresentaram maior biomassa que os sistemas de cultivo em Consórcio de Banana e Juçara, sendo as árvores responsáveis pela maior parte dessa biomassa. O manejo dos frutos da palmeira juçara para a produção de polpa alimentar representa uma alternativa sustentável à extração ilegal do palmito na região, diversificando os cultivos de banana existentes, agregando valor às florestas e aumentando o estoque de carbono em áreas de Mata Atlântica com sistemas agroflorestais.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ALBRECHT, A.; KNDJI, S. T. Carbon sequestration in tropical agroforestry systems. Agriculture, Ecosystems and Environment, v. 99, p. 15–27, 2003.

ALVES, L. F. et al. Forest structure and live aboveground biomass variation along an elevational gradient of tropical moist forest (Brazil). Forest Ecol. Manage., v. 260, p. 679–691, 2010.

AYRES, M. et al. BioEstat 5.0: Aplicações estatísticas nas áreas de ciências bio-médicas. Sociedade Civil Mamirauá Belém, PA. 2009.

BARBIER, E.B.; BURGESS, J.C. The economics of tropical deforestation. Journal of Economic Surveys, v.15, n.3, p. 413–432, 2001.

BORGO, M. A Floresta Atlântica do litoral norte do Paraná, Brasil: aspectos florísticos, estruturais e estoque de biomassa ao longo do processo sucessional. Curitiba. Tese de Doutorado. Setor de Ciências Agrárias. Universidade Federal do Paraná. 2010.

BURGER, D. M.; DELITTI, W. B. C. Allometric models for estimating the phytomass of a secondary Atlantic Forest area of southeastern Brazil. Biota Neotrop., v. 8, n. 4, 2008, Disponível em : http://www.biotaneotropica.org.br/v8n4/en/abstract?article+bn 03308042008

BURGER, D. M. Modelos alométricos para a estimativa da fitomassa de Mata Atlântica na Serra do Mar, SP. Tese de Doutorado, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2005.

CLARK, D.B.; CLARK, D.A. Landscape-scale variation in forest structure and biomass in a tropical rain forest. Forest Ecology and Management, v.137, p. 185-198, 2000.

COHEN, J. E. Human population: The next half century. Science, v.302, p.1172-1175, 2003.

DEAN, W. With Broadax and Firebrand – The Destruction of the Brazilian Atlantic Forest. Berkeley: University of California Press, 1995.

ENGEL, V. L. Introdução aos Sistemas Agroflorestais. Botucatu: FEPAF, 1999. 70 p

FAO FRA. Global Forest Resources Assessment 2010 (FAO FRA 2010). Food and Agricultural Organization of the United Nations, Rome. Acessado em 04 mai. 2012. Disponivel em: http://www.fao.org/forestry/fra/fra2010,

FAVRETO, R.; MELLO R. S. P.; BAPTISTA, L. R. M. Growth of Euterpe edulis Mart. (Arecaceae) under Forest and agroforestry in southern Brazil. Agroforest Syst., 2010. DOI 10.1007/s10457-010-9321-z

FISCH, S. T. V. Dinâmica de Euterpe edulis Mart. na Floresta Ombrófila Densa Atlântica em Pindamonhangaba – SP. 1999. 125f. Tese (Doutorado em Ecologia) - Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.

HUGHES, R.F.; KAUFFMAN, J.B.; JARAMILLO, V.J. Biomass, carbon, and nutrient dynamics of secondary forests in a humid tropical region of Mexico. Ecology, v. 80, n. 6, p. 1892-1907, 1999.

IPCC. Climate Change: impacts, adaptation and vulnerability. In: PARRY, M. L.; CANZIANI, O. F.; VAN DER LINDEN, P. J.; HANSON, C. E. (Ed.). Contribution of Working Group II to the Fourth Assesment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change. Cambridge: Cambridge University Press, p. 211-272, 2007.

IPT - Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos da Unidade de Gerenciamento dos Recursos Hídricos do Litoral Norte–UGRHI-3: Relatório 46.172. São Paulo: Governo do Estado de São Paulo, 2000.

KÖPPEN, W. 1948. Climatologia: con un estudio de los climas de la tierra. 3 ed. México: Fondo de Cultura Económica. 479p.

LAURANCE, W.F. Conserving the hottest of the hotspots. Biol. Conserv. v. 142, p. 1137, 2009.

LUTZ, W.; SANDERSON, W.; SCHERBOV, S. The end of world population growth. Nature, v.412, n.6846, p.543-545, 2001.

MATOS, D. M. S.; FRECKLETON, R. P.; WATKINSON, A. R. The Role of Density dependence in the population dynamics of a tropical palm. Ecology, v. 80, n. 8, p. 22635-2650, 1999.

Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI). Inventário Brasileiro das Emissões e Remoções Antrópicas de Gases de Efeito Estufa 2009. Disponível em: http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/25441.html.

MORELLATO, L.P.; HADDAD, C.F. 2000. Introduction: The Brazilian Atlantic Forest. Biotropica, v.32, n.4b, p.786-792.

MYERS, N. et al. Biodiversity hotspots for conservation priorities. Nature, v. 403, n. 1, p. 852-858, 2000.

OLIVEIRA-FILHO, A.T.; FONTES, M.A.L. Patterns of Floristic Differentiation among Atlantic Forests in Southeastern Brazil and the Influence of Climate. Biotropica, v.32, n.4b, p.793–810, 2000.

PADGURSCHI, M. C. G. et al. Composição e similaridade florística entre duas áreas de Floresta Atlântica Montana, São Paulo, Brasil. Biota Neotrop., v. 11, n. 2, 2011 Disponível em: http://www.biotaneotropica.org.br/v11n2/pt/abstract?article+bn02811022011

PAULA, M. D.; COSTA, P. C. A.; TABARELLI, M. Carbon storage in a fragmented landscape of Atlantic forest: the role played by edge-affected habitats and emergent trees. Tropical Conservation Science, v. 4, n. 3, p. 349-358, 2011.

PHILLIPS, O. L.; BAKER, T.; FELDPAUSCH, T.; BRIENEN, R. 2009. RAINFOR: Manual de campo para a remedição e estabelecimento de parcelas. 25 p.

REIS, M.S.; REIS, A. Euterpe edulis Martius – (Palmiteiro): biologia, conservação e manejo. Itajaí. Herbário Barbosa Rodrigues 2000.

RIBEIRO, M.C. et al. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv., 1141-1153, 2009.

ROCHELLE, A. L. C.; CIELO-FILHO, R.; MARTINS, F. R. Florística e estrutura de um trecho de Floresta Ombrófila Densa Atlântica no Parque Estadual da Serra do Mar, em Ubatuba/SP, Brasil. Biota Neotrop. V. 11, n 2, 2011. Disponível em: http://www.biotaneotropica.org.br/v11n2/pt/abstract?inventory+bn02711022011.

RODRIGUES, R. R.; BONONI, V. L. R. (orgs.). Diretrizes para conservação e restauração da biodiversidade no Estado de São Paulo. São Paulo: Instituto de Botânica, 246p. 2008.

RUSCHEL, A. et al. Caracterização e dinâmica de duas fases sucessionais em floresta secundária de Mata Atlântica. R. Árvore, v.33, n.1, p.101-115, 2009.

SALEMI, L. F. et al. Land-use change in the Atlantic rainforest region: Consequences for the hydrology of small catchments. Journal of Hydrology, v. 499, p. 100-109, 2013. http://dx.doi.org/10.1016/j.jhydrol.2013.06.049

SANTOS, S. R. M.; MIRANDA, I.S.; TOURINHO, M.M. Estimativa de Biomassa de Sistemas Agroflorestais das Várzeas do Rio Juba, Cametá, Pará. Acta Amazonica, v. 34, n. 1, p. 1-8, 2004.

SCARANELLO, M. A. S. Dinâmica da comunidade arbórea de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas e restinga no Parque Estadual da Serra do Mar, SP. 2010. 113f. Dissertação (Mestrado em Ciências), Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA) - Universidade de São Paulo, Piracicaba, 2010.

SCHOENEBERGER, M. M. Agroforestry: working trees for sequestering carbon on agricultural lands. Agroforest Syst. Doi: 10.1007/s10457-008-9123-8, 2008.

SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE (SMA). Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra do Mar: Secretaria do Meio Ambiente, Instituto Florestal, Divisão de Reservas e Parques Estaduais. São Paulo: SMA, 441 p., 2006.

SILVEIRA, N. D. et al. Aporte de nutrientes e biomassa via serapilheira em sistemas agroflorestais em Paraty (RJ). Ciência Florestal, v.17, n.2, p.129-136, 2007

SIMÕES, E. O dilema das decisões sobre populações humanas em parques: jogo compartilhado entre técnicos e residentes no Núcleo Picinguaba. 2010. 405f. Tese (Doutorado em Ambiente e Sociedade) - Universidade de Campinas, Campinas, 2010.

SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DA NATUREZA (SNUC). Decreto n° 4.340, de 22 de agosto de 2002. Regulamenta a Lei 9.985 de18 de julho de 2000,5. ed. Aum. Brasília: MMA/SBF, 56p., 2004.

TIEPOLO, G.; CALMON, M.; FERETTI, A.R. Measuring and monitoring carbon stocks at the Guaraquec¸ aba Climate Action Project, Paraná, Brazil. In: International Symposium on Forest Carbon Sequestration and Monitoring. Extension Series Taiwan Forestry Research Institute, p. 98– 115, 2002. Disponível em: http://www.spvs.org.br/download/monitoramento ingles.pdf.

TROIAN, L. C. Contribuições ao manejo sustentável dos frutos de Euterpe edulis Martius: Estrutura populacional, Consumo de frutos, Variáveis de habitats e Conhecimento ecológico local no sul do Brasil. 2009. 78f. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.

UN. UNITED NATIONS. The Millenium Development Goals Report Statistical Annex 2010. New York, 2010. Acessado em 04 mai. 2012. Disponível em http:// unstats.un.org/unsd/mdg/Resources/Static/Data/2010%20Stat%20Annex.pdf

UNFPA, The United Nations Population Fund. The State of World Population 2011. New York, 2011.

VELOSO, H.P.; RANGEL FILHO, A.L.R.; LIMA, J.C.A. Classificação da vegetação brasileira adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro: IBGE. Rio de Janeiro. 1991.

VIEIRA, S. A. et al. Stocks of carbon and nitrogen and partitioning between above and belowground pools in the Brazilian coastal Atlantic Forest elevation range. Ecology and Evolution. doi: 10.1002/ece3.41, 2011.

VIEIRA, S. A. et al. Estimation of biomass and carbon stocks: the case of the Atlantic Forest. Biota Neotrop., v. 8, n. 2, p. 21-29, 2008. Disponível em: http://www.biotaneotropica.org.br/v8n2/en/abstract?point-of-view+bn00108022008.

VILLANI, J. P. Zona de amortecimento do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Santa Virgínia: subsídios ao manejo sustentável dos fragmentos de Mata Atlântica. 2007. 87f. Dissertação (Mestrado em Ciências Ambientais) - Universidade de Taubaté, Taubaté, 2007.

Downloads

Publicado

30-09-2016

Como Citar

Danelli, M. F., Fisch, S. T. V., & Vieira, S. A. (2016). ANÁLISE DA ESTRUTURA E BIOMASSA FLORESTAL DE ÁREAS DE COLHEITA DE FRUTOS DE JUÇARA (<i>Euterpe edulis</i> Mart.) NO LITORAL NORTE E SERRA DO MAR - SP. Ciência Florestal, 26(3), 773–786. https://doi.org/10.5902/1980509824206

Edição

Seção

Artigos