Tratamentos pré-germinativos em sementes de cajá (<i>Spondias mombin</i> L.)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1980509821217

Palavras-chave:

Dormência, Escarificação mecânica, Propagação

Resumo

As sementes de cajá apresentam germinação lenta e desuniforme, pois o processo normalmente tem duração de seis meses e dois anos. Tal característica constitui-se em entrave para os viveiristas, pois onera os custos de produção e resulta em mudas com tamanhos diversos. O objetivo deste trabalho foi estabelecer técnicas e estratégias de seleção de sementes de cajá (Spondias mombin L.) que promovam ou acelerem a germinação. Para tanto, foram realizados dois experimentos. No primeiro, foram avaliadas sementes (nuculânios) de duas cores (bege e marrom) e quatro classes de tamanho (pequena, média-pequena, média-grande e grande) caracterizadas por meio do comprimento, largura e massa. No segundo experimento, as sementes classificadas quanto à cor (bege e marrom) foram submetidas ou não à aplicação de fungicida e à escarificação mecânica do endocarpo (base, ápice, lateral e sem escarificação mecânica). Os experimentos foram instalados em delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições de 20 sementes, nos seguintes arranjos fatoriais: 4 x 2 (tamanho x cor) e 4 x 2 x 2 (escarificação x cor x fungicida). Avaliou-se a emergência de plântulas em areia, primeira contagem e o tempo médio da emergência. Em ambos os estudos, a emergência foi avaliada semanalmente, até os 730 dias. Concluiu-se que a seleção de sementes marrons e média-grandes (31 x 18 cm e 2,16 g) constituiu-se em uma estratégia eficiente para aumentar e acelerar a emergência de plântulas. O tratamento das sementes com fungicida (metalaxil-M+fludioxonil) foi prejudicial ao processo germinativo. A utilização de sementes marrons e escarificadas na lateral possibilitou a aceleração da germinação (tempo médio de 489 para 336 dias).

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Biografia do Autor

Cibele Chalita Martins, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Jaboticabal, SP

Possui graduação em Engenharia Agronômica (1987) e mestrado em Agronomia (1993) na área de Produção e Tecnologia de Sementes, ambos pela FCAVJ- UNESP, Campus de Jaboticabal, doutorado em Agronomia na área de Fitotecnia (sementes) pela ESALQ-USP (1996). Atualmente é docente de Biologia e Produção de Sementes do Curso Superior em Silvicultura do Centro de Educação Tecnológica do Estado de São Paulo-FATEC, Campus de Capão Bonito e docente da pós-graduação (Agricultura) na área de Sementes da Faculdade de Cièncias Agronômicas - UNESP, Campus de Botucatu. Tem experiência na área de Ciências Agrárias, com ênfase em Análise, Produção e Beneficiamento de Sementes.

 

 

Givanildo Zildo da Silva, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, SP

Engenheiro Agrônomo, Dr., Pós-doutorando pela Universidade Federal de Goiás, Campus Jataí.  Bolsista PNPD.

Laís Dezen Durigan, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, SP

Engenheira Agrônoma, Pesquisadora Autônoma, Cooperativa de Trabalho dos Profissionais de Agronomia Ltda.

Roberval Daiton Vieira, Universidade Estadual Paulista, Jaboticabal, SP

Engenheiro Agrônomo(a), Dr., Professor da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, Campus de Jaboticabal.

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Publicado

04-04-2019

Como Citar

Martins, C. C., Silva, G. Z. da, Durigan, L. D., & Vieira, R. D. (2019). Tratamentos pré-germinativos em sementes de cajá (<i>Spondias mombin</i> L.). Ciência Florestal, 29(1), 363–370. https://doi.org/10.5902/1980509821217

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