Manejo da vegetação sob linhas de transmissão de energia elétrica na Serra de Baturité.
DOI:
https://doi.org/10.5902/198050981967Palavras-chave:
rede elétrica, Floresta Atlântica, fitossociologia, diversidadeResumo
Entre os impactos diretos causados pela instalação de redes elétricas sobre a vegetação e o solo ressaltam-se a fragmentação de trechos de mata, os efeitos de borda decorrentes da derrubada de áreas florestadas, o estabelecimento de corredores sob as linhas de transmissão de energia e a aceleração de processos erosivos do solo. Objetivou-se, no presente estudo, propor alternativas de manejo racional da cobertura vegetal de mata atlântica em áreas sob linhas de transmissão de energia elétrica (ALTEEs), instaladas na Serra de Baturité, Ceará. Foram selecionadas e delimitadas ALTEEs situadas na vertente barlavento e nos intervalos altitudinais abaixo de 600, entre 600 e 800 e acima de 800 metros, em redes de média (13,8 kV) e alta tensão (69 kV). Foram selecionadas e avaliadas áreas não-perturbadas, consideradas como referencial no estudo comparativo com as ALTEEs. Os resultados apontaram que o manejo da vegetação em áreas sob linhas de transmissão de energia deve considerar principalmente os seguintes aspectos: (1) o hábito de crescimento das espécies em áreas não-perturbadas; (2) a taxa de crescimento da vegetação; (3) ações distintas nas regiões imediatamente abaixo da rede elétrica, na faixa de servidão e acima da faixa de servidão. A execução do plano de manejo, associado às constantes avaliações técnicas, possibilitarão a adequação da metodologia para as diferentes situações ambientais da Serra de Baturité e/ou outras localidades.
Downloads
Referências
ABREU, A.R.; FIEDLER, N.C.; PÁDUA, C. B. V. et al. Fatores econômicos relacionados à intervenção na vegetação para a implantação de linhas de transmissão no estado de Rondônia. Ciência Florestal, v.12, n.1, p. 153-158, 2002.
ANDRADE-LIMA, D. The Caatinga Dominium. Revista Brasileira de Botânica, v.4, n.2, p. 149-153, 1981.
BROWER, J.E.; ZAR, J.H.; von ENDE, C. N. Field and laboratory methods for general ecology. 4. ed. Boston: McGraw-Hill, 1998. 273 p.
CORRÊA, F. A. Reserva da Biosfera da Mata Atlântica: roteiro para o entendimento de seus objetivos e seu sistema de gestão. Brasília: Ministério do Meio Ambiente. Conselho Nacional do Meio Ambiente, Secretaria de Biodiversidade e Florestas: (Série Cadernos da Reserva da Biosfera, 2). 1995.
FIGUEIREDO, M. A.; BARBOSA, M. A. A vegetação e flora na serra de Baturité. Coleção Mossoroense. Série B, n.747. 1990.
FIGUEIREDO, M.A.; NUNES, L.E.C. Aspectos Florísticos dos remanescentes de Mata Atlântica no Ceará: Uma comparação com as áreas tradicionais de ocorrência no Brasil. In: REUNIÃO NORDESTINA DE BOTÂNICA, 1996, Natal, Rio Grande do Norte. Anais ... RN: Editora, 1996.
FUNCEME – Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos. Séries históricas. Disponível em: <http://www.funceme.br/DEPAM/download/postos/54.txt>. Acesso em: 14 junho 2005.
JACOMINE, P.K.T.; ALMEIDA, J.C.; MEDEIROS, L.A.R. Levantamento exploratório-reconhecimento de solos do Estado do Ceará. Recife: EMBRAPA, DPP, SUDENE. 1973. 2v. 830 p. (Boletim Técnico, 28, Série Pedológica, 16).
KAGEYAMA, P.; GANDARA, F. B. Restauração e conservação de ecossistemas tropicais. In: CULLEN, L.; RUDRAN, R.; VALADARES-PÁDUA, C. (Org.). Métodos de estudos em biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2003. p. 383-395.
MANTOVANI, W. Conservação de biodiversidade: importância das serras úmidas no nordeste semi-árido brasileiro. In: OLIVEIRA, T. S. & ARAÚJO, F.S. (Org.). Diversidade e Conservação da Biota na Serra de Baturité, Ceará. Fortaleza: Edições UFC, COELCE, 2006. p. 3-15.
MORI, S. A.; BOOM, B. M.; CARVALHO, A. M. et al. Southern Bahians Moist Forest. The Botanic Review, v. 49, p. 155-232, 1983.
OLIVEIRA, R.R.; ZAÚ, A.S. Impactos da instalação de linhas de transmissão sobre ecossistemas florestais. Floresta e Ambiente, v. 5, p. 184-191, 1998.
PIETROBOM, M. R.; BARROS, I. C. L. Pteridófitas de um remanescente de floresta atlântica em São Vicente Férrer, PE, Brasil. Acta Botânica Brasílica, v. 16, p. 457-479, 2002.
SEBBENN, A.M.; SEOANE, C. E. S.; KAGEYAMA, P. Y. et al. Efeito do manejo na estrutura genética de populações de caixeta (Tabebuia cassinoides). Scientia Florestalis, v. 58, p. 127-143, 2000.
SEMACE – Superintendência Estadual do Meio Ambiente. Zoneamento ambiental da APA da Serra de Baturité: diagnóstico e diretrizes. Fortaleza: 1992. 109 p.
SITOE, A. Bases ecológicas para agronomia e silvicultura. Universidade Eduardo Mondlane, Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal. Versão 3.0. 94 p. 2003. Disponível em: <http://www.uem.mz/faculdade/agronomia/eflorestal/ecologia.pdf>.
TABARELLI, M.; MANTOVANI, W. Clareiras naturais e a riqueza de espécies pioneiras em uma floresta atlântica montana. Revista Brasileira de Biologia, v. 59, p. 251-261, 1999.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.