Fatores do meio físico associados ao estabelecimento de espécies rústicas em ecossistemas perturbados na Mata Atlântica, Piraí, RJ – Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509810542Palavras-chave:
florística, ecossistemas perturbados, restauraçãoResumo
http://dx.doi.org/10.5902/1980509810542
Ecossistemas perturbados não apresentam composição florística original, os solos encontram-se exauridos, rasos, pedregosos, com baixa infiltração, revelando processos erosivos com diferentes níveis de geodinamismo. A área de estudo apresenta pastagens com vegetação herbácea espaçada e fragilizada a cada chuva ou incêndio, onde os indivíduos florestais que colonizaram e se estabeleceram nesses ambientes foram definidos como espécies rústicas. Este estudo objetivou relacionar as variáveis do meio físico (exposição, declividade, elevação, relevo e afloramentos rochosos) com o estabelecimento e crescimento das espécies rústicas levantadas e identificadas por censo, em trecho perturbado (terço inferior) da bacia do rio Cacaria, situado na base da serra do Mar, Piraí – RJ. Para o levantamento da vegetação foi realizado censo em uma área de 22 hectares, onde foram mensuradas, identificadas e georreferenciadas todas as espécies arbóreas de ocorrência espontânea que se encontravam isoladas em uma área de pastagem. Os fatores ecológicos exposição, elevação e declividade foram determinados com bússola, altímetro e clinômetro, respectivamente. Foram levantados e identificados 131 indivíduos, constituindo 14 espécies, agrupadas em 9 famílias. Tabernaemontana laeta Mart., Sparattosperma leucanthum (Vell.) Schum., Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld, Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stan., Cecropia pachystachya Trec., Peltophorum dubium (Spreng.) Taub., Guarea guidonia (L.) Sleumer, Acacia polyphylla DC. e Psidium guajava L. estiveram presentes em trechos da encosta com exposição para o norte, com cotas altitudinais de 60m a 80m e com declividade fortemente ondulada (20-45%), indicando preferência dessas espécies por micro-habitats com essas características.
Downloads
Referências
APG (Angiosperm Phylogeny Group) II. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG II. Botanical Journal of the Linneam Society., London, v. 141, p. 399 – 436, 2003.
BISPO, P. C.; VALERIANO, M. M.; KUPLICH, T. M. Variáveis geomorfométricas locais e sua relação com a vegetação da região do interflúvio Madeira-Purus (AM-RO). Acta Amazônica, Manaus, v. 39, n. 1, mar. 2009.
CARVALHO, P. E. R. Espécies Arbóreas Brasileiras. Colombo: EMBRAPA Florestas, 2003. v. 1. 1039 p.
CORTINES, E.; VALCARCEL, R. Influence of pioneer-species combinations on restoration of disturbed ecosystems in the Atlantic Forest, Rio de Janeiro, Brazil. Revista Árvore. v. 33, n. 5, p. 925-934, jul./ago., 2009.
DEAN, W. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.491 p.
DURIGAN, G.; NOGUEIRA, J. C. B. Recomposição de Matas Ciliares. São Paulo: Instituto Florestal, 1990. 14 p. (IF – Série registros, v. 4).
EMBRAPA – EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Análises físicas. In: Manual de métodos de análise de solo. 2. ed. Rio de Janeiro: Centro Nacional de Pesquisas de Solo, 1997. P. 1997. P. 1-79. (Embrapa – CNPS: Documentos, 1).
ESPINOLA, L. A.; JULIO JUNIOR, H. F. Espécies invasoras: conceptos, modelos y atributos. INCI, v. 32, n. 9, p.580-585. Sept. 2007.
GANDOLFI, S. História natural de uma Floresta Estacional Semidecidual no município de Campinas (São Paulo, Brasil). 2000. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2000.
GANDOLFI, S.; LEITÃO FILHO, H. F.; BEZERRA, C. L. F. Estudo florístico e caráter sucessional das espécies arbustivo-arbóreas de uma floresta mesófila semidecidual no município de Guarulhos, SP. Revista Brasileira de Biologia, v. 55, n. 4, p. 753-767. 1995.
GENTRY, A. H. Bignoniaceae - Part II (Tribe Tecomeae). Flora Neotropica. Monograph, v. 25, p. 1-370. 1992.
GIEHL, E. L. H.; BUDKE, J. C.; ATHAYDE, E. A. Distribuição espacial de espécies arbóreas em uma floresta estacional em Santa Maria, Sul do Brasil. Pesquisas Botânica, São Leopoldo, n. 58, p. 215-226. 2007.
IBGE. Vocabulário básico de recursos naturais e meio ambiente. Rio de Janeiro: IBGE, 2004.
JONES, M. M. et al. Effects of mesoscale environmental heterogeneity and dispersal limitation on floristic variation in rain forest ferns. Journal of Ecology, v. 94, p. 181–195. 2006.
JONES, M. M. et al. Explaining variation in tropical plant community composition: influence of environmental and spatial data quality. Oecologia. v. 155, p. 593–604. 2008.
KARST, J.; GILBERT, B.; LECHOWICZ, M. J. Fern community assembly: The roles of chance and the environment at local and intermediate scale. Ecology. v. 86, p. 2473–2486. 2005
LONGHI, S. J. et al. Fatores ecológicos determinantes na ocorrência de Araucaria angustifolia e Podocarpus lambertii, na Floresta Ombrófila Mista da FLONA de São Francisco de Paula, RS, Brasil. Ciência Rural, Santa Maria, Online. http://www.scielo.br/pdf/cr/v40n1/a399cr1265.pdf . Acessado em 26 fev. 2010.
LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 1998. v. 1-2.
LORENZI, H. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, 2002. v. 2-2.
MARCHIORI, J. N. C. Dendrologia das angiospermas: Leguminosas. Santa Maria. Ed. da UFSM, 1997.
MATOZINHOS, C. N. e KONNO, T. U. P. Apocynaceae S.L. na Reserva Biológica da Represa do Grama, Descoberto, MG,Brasil. Rodriguésia, v. 59, n. 1, p. 087-098. 2008.
MATTEUCCI, S. D.; COLMA, A. Metodologia para el estudio de la vegetación. Washington, Secretaria General de la OEA, 1982. 169 p.
MCCUNE, B.; GRACE, J. B. Analysis of Ecological Communities. MJM, Software Design. Gleneden Beach, Oregon, 2002.
MELO, C. E.; LIMA, J. D. Diversidade de espécies e influência de fatores estocásticos na regulação da ictiofauna em lagos de meandros na bacia do Rio das Mortes - Mato Grosso, Brasil. Brazilian Journal of Ecology, v. 1-2, p. 20-25, 2007.
MONTEIRO, E. A.; FISCH, S. T. V. Estrutura e padrão espacial das populações de Bactris setosa Mart. e B. hatschbachii Noblick ex A. Hend (Arecaceae) em um gradiente altitudinal, Ubatuba (SP). Biota Neotropica, v. 5, n. 2. 2005.
MORI, S. A. et al. Manual de manejo do herbário fanerogâmico. Itabuna, CEPLAC, 1985. 97 p.
NETTESHEIM, F. C. et al. Influence of environmental variation on Atlantic Forest tree-shrub-layer phytogeography in southeast Brazil. Acta Botânica Brasílica, v. 24, n. 2. 2010.
PEREIRA, M. C. A.; CORDEIRO, S. Z.; ARAUJO,D. S. D. Estrutura do estrato herbáceo na formação aberta de Clusia do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, RJ, Brasil. Acta bot. bras. v. 18, n. 3, p. 677-687. 2004.
PEREIRA, P. H. e MANSANO, V. F. Estudos taxonômicos da tribo Tecomae (Bignoniaceae) no Parque Nacional do Itatiaia, Brasil. Rodriguésia, v. 59, n. 2, p. 265-289. 2008.
POTT, A.; POTT, V. J. Plantas nativas para recuperação de áreas degradadas e reposição da vegetação no Mato Grosso do Sul.. Campo Grande: EMBRAPA gado de corte, 2002. (Comunicado Técnico – EMBRAPA. n. 75).
RODRIGUES, L. A. et al. Efeitos de solos e topografia sobre a distribuição de espécies arbóreas em um fragmento de floresta estacional semidecidual, em Luminárias, MG. Revista Árvore, Viçosa, v. 31, n. 1, p. 25-35, 2007.
SANTOS, F.S. Biometria, germinação e qualidade fisiológica de sementes de Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex A. Dc.) Standl. provenientes de diferentes matrizes. 2007. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias. Jaboticabal, 2007.
SATO, T. M.; CAMARGO, F.; NOGUEIRA, A. C. Frugivoria de morcegos (Mammalia, Chiroptera) em Cecropia pachystachya (Urticaceae) e seus efeitos na germinação das sementes. Papeis Avulsos de Zoologia – Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. v. 48, n. 3, p. 19-26, 2008.
SCHMIDT, J.; EVANS, I. S.; BRINKMANN, J. Comparison of polynomial models for land surface curvature calculation. International Journal of Geographical Information Science, v. 17, n. 8, p. 797-814. 2003.
SOUTO, S. M. et al. Levantamento de árvores em pastagens no municípios das regiões Serrana, Litorânea, Centro-Sul e Sul do Estado do Rio de Janeiro. Seropédica: EMBRAPA Agrobiologia, 2002. (EMBRAPA Agrobiologia, Documentos, n. 152).
SVENNING, J. C. et al. Ecological determinism in plant community structure across a tropical forest landscape. Ecology, v. 85, p. 2526 – 2538. 2004.
SVENNING, J. C. et al. The relative roles of environment, history and local dispersal in controlling the distributions of common tree and shrub species in a tropical forest landscape, Panama. Journal of Tropical Ecology, v. 22, p. 575–586. 2006.
SYSTAT for Windows. Version 11 [S.I.]: Systat Software, 2005.
TUOMISTO, H.; RUOKOLAINEN, K.; YLI-HALLA, M. Dispersal, environmental, and floristic variation of Western Amazonian forests. Science, v. 299, p.241–244. 2003.
ZUQUIM, G. et al. Distribution of pteridophyte communities along environmental gradients in Central Amazonia, Brazil. Biodiversity and Conservation, v. 18, p. 151-166. 2009.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.