Ler amanhã: Pesquisa, textos e práticas editoriais contemporâneas

23-04-2020

[ Editores convidados ]

Bruno Guimarães Martins (UFMG)

Márcio Souza Gonçalves (UERJ)

Sandra Reimão (USP)

 

Data limite para envio de artigos: 25/05/2020

Submissão de artigos na seção dossiê após inscrição no website da revista: https://periodicos.ufsm.br/animus

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Publicação: setembro-dezembro/2020

 

No âmbito das ciências humanas não foram poucas as disciplinas que desenvolveram alguma afinidade com o conjunto de práticas e gestos que se encontram entrelaçadas na edição, publicação, recepção e circulação de um texto. Criados no Brasil ao longo dos anos 1960, inicialmente foram os cursos de comunicação em Universidades públicas que assumiram o ensino de conhecimentos necessários à edição de textos. Da “editoração” à “produção editorial”, o campo da comunicação constituiu uma história de ensino e pesquisa da área, sem deixar de incorporar as complexidades de ações entrelaçadas que envolvem outros campos disciplinares, acionados através de diversos conhecimentos específicos tais como revisão, tradução, design ou conservação. Nesse sentido se avizinham positivamente outros campos de conhecimento tais como história da arte, história cultural, artes gráficas, design gráfico, estética, semiótica, fenomenologia, estudos literários e linguísticos, ciência política, educação, ciência da informação. Tratando-se de uma ciência social aplicada inserida no espaço reflexivo da universidade e da pós-graduação, a pesquisa estimula novas experiências e critica as práticas editoriais, missão que se torna especialmente complexa diante da midiatização digital que muitas vezes oculta os processos editoriais com plataformas automatizadas e algoritmos. Diante disso, reafirmamos a necessidade em teorizar criticamente a produção, disseminação e circulação de textos em diversas culturas, territórios e mídias. Para tanto, convocamos os pesquisadores a submeter artigos que articulem suas pesquisas aos processos editoriais contemporâneos e seus circuitos comunicativos. Cumpre observar além da mediação social, econômica, política e cultural, os processos de mediação técnica e procedimentos específicos da edição. Também é importante destacar que utilizamos o conceito de contemporâneo ao modo de Giorgio Agamben, ou seja, consideramos que a edição contemporânea indicará seus caminhos e sentidos a partir do olhar seletivo do pesquisador para o passado. Privilegiaremos articulações da edição contemporânea com os seguintes termos: a) Cultura e história; b) Mídias e linguagem; c) Suporte e tecnologia; d) Poética e estética; e) Circuitos comunicativos e sentido; f) Ideologia e propaganda; g) Mercadoria e cultura; h) Agentes, cadeia produtiva, gestão e consumo; i) Políticas de edição e censura; j) História dos textos; k) Corpo, identidade e território; l) Crítica e afetos; m) Leitura. Além de outras possibilidades de articulação não listadas também serão considerados artigos que apresentem relatos de pesquisas, reflexões metodológicas e experimentos didáticos.