O PROFANO NA OBRA DE ARTE
DOI:
https://doi.org/10.5902/1516849229653Palavras-chave:
Belo, Sagrado, Profano, ArteResumo
No presente trabalho, intento discutir o valor atribuído ao belo desde a Antiguidade clássica até os nossos dias e as implicações políticas atreladas à ideia de beleza. Se até o Classicismo a ideia de belo estava relacionada ao sagrado, a algo que nunca é inteiramente revelado, com o Romantismo, e especialmente após a crítica de Charles Baudelaire sobre o sentir romântico, um novo conceito de belo vem à luz, um belo antes ligado ao cotidiano que ao divino postulado pela Igreja Católica. Trata-se, portanto, como postula Giorgio Agamben, da necessária profanação do sagrado por parte do objeto artístico, profanação diretamente relacionada com os questionamentos das verdades que a sociedade atual faz passar por real e intransponível.
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