As poéticas da transgressão e a sociologia do medo

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DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X91729

Palavras-chave:

Moda, Simulacro, Fotografia, Medo, Neobarroco

Resumo

O presente artigo busca refletir sobre a importância dessa emoção na representação neobarroca e neosurrealista da segunda metade do século XX. O medo da mentira e o medo da violência em suas diferentes formas correspondem à elaboração das poéticas que enfatizam as questões do simulacro, da moda e da fotografia. As obras de Severo Sarduy, de Natasha Trethewey, de Anne Sexton, de Herberto Helder e de Toni Morrison, dentre outros, empreendem a tarefa de uma inscrição contestadora nas estruturas sociais dominadas pelo medo. O imaginário material ctônico corresponde ao intuito de se representar o medo e também a resistência.

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Biografia do Autor

Olga Kempinska, Universidade Federal Fluminense

Possui graduação em Filologia Românica - Uniwersytet Jagiellonski (Polônia, Cracóvia, 1999) -, mestrado em Filologia Românica pela mesma universidade, com bolsa em Katholieke Universiteit Leuven (Bélgica), e doutorado em História Social da Cultura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2008). Desde 2010 é professora 40h DE de Teoria da Literatura no Instituto de Letras da Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Teoria da Literatura, atuando principalmente nos seguintes temas: a estética da recepção, a relação entre a mímesis e as emoções, e a relação entre o discurso e o silêncio. Essas pesquisas, que valorizam a abordagem do texto literário do ponto de vista da estética, encontraram sua formulação em diferentes artigos e nas traduções, assim como em dois livros e em numerosos eventos acadêmicos internacionais. 

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Publicado

2025-12-05

Como Citar

Kempinska, O. (2025). As poéticas da transgressão e a sociologia do medo. Literatura E Autoritarismo, (44), e91729. https://doi.org/10.5902/1679849X91729