O silêncio da neta do general: O trabalho de afastamento afetivo em Rio-Paris Rio, de Luciana Hidalgo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X86652

Palavras-chave:

Ditadura civil-militar, Luciana Hidalgo, Política e linguagem, Romance contemporâneo

Resumo

Neste ensaio, abordo o romance Rio-Paris-Rio a partir do tema da subjetividade da personagem principal em seu processo de elaborar e reelaborar suas identificações e suas possibilidades de negociar com o passado e os vínculos familiares com figuras do regime militar. Esse trabalho da personagem faz coincidir, em minha leitura, o deslocamento espacial e temporal com o subjetivo, fazendo a questão do exílio aparecer de modo complexo. Estando a enunciação de uma posição de resistência condicionada a um contexto autoritário como o da ditadura, argumento que o silêncio da personagem não significa a ausência de uma mensagem mas pode ser visto como uma mensagem sobre o limite daquilo que se pode dizer em dadas condições.

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Biografia do Autor

Jorge Scola, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutor em Antropologia Social (UFRGS, 2022). Bacharel em Ciências Sociais (UFRGS, 2014), Licenciado em Ciências Sociais (UFRGS, 2020) e Mestre em Antropologia Social (2017) pelo Programa de Pós-Graduação da mesma instituição (PPGAS/UFRGS)

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Publicado

2025-06-13

Como Citar

Scola, J. (2025). O silêncio da neta do general: O trabalho de afastamento afetivo em Rio-Paris Rio, de Luciana Hidalgo. Literatura E Autoritarismo, (44), e86652. https://doi.org/10.5902/1679849X86652