Entre violência e resistência, o valor testemunhal da “escrevivência”
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X85830Palavras-chave:
Testemunho, Violência, Resistência, Escrevivência, Conceição EvaristoResumo
A violência é uma marca distintiva do processo histórico que engendrou as hierarquias e estruturas da sociedade brasileira, como aquelas que marginalizam indígenas, pessoas negras e homossexuais, especialmente quando pobres e/ou do sexo feminino. Pensando nas modalidades de resistência que esses sujeitos marginalizados têm encontrado na literatura, proponho revisitar a noção de testemunho à luz de um sucinto panorama histórico, a fim de refletir sobre a pertinência dessa categoria para compreender parte da poesia brasileira contemporânea, em seu potencial de denúncia do genocídio negro em curso no país. Na primeira parte da análise, entram poemas da autoria de Conceição Evaristo, dando a ver o valor testemunhal de sua noção de “escrevivência”, em sua capacidade de resistir à barbárie perpetrada pelo processo civilizatório no Brasil. Aproveitando o potencial dessa noção, abordamos certas manifestações poéticas orais, do slam e do rap, naquilo que chegam a apontar os limites da própria literatura.
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