Literatura e resistência: a força da quebrada diante dos silenciamentos do campo literário

Autores

  • Marina Du bois e Souza UFMG

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X68014

Palavras-chave:

Silenciamentos, Campo literário, Literatura marginal, Cooperifa, Coletivoz

Resumo

A partir do levantamento realizado por Regina Dalcastagnè sobre o perfil do escritor brasileiro, pretende-se problematizar os silenciamentos e critérios de elegibilidade do campo literário, que culminam numa produção literária majoritariamente branca, heterossexual e masculina. Esta prevalência resulta numa adjetivação de literaturas que não se enquadram nesse padrão -literatura feminina, negra, indígena, LGBT, marginal e periférica-, na medida em que se pressupõe como universal a literatura canônica. Dialogando com as problematizações levantadas por Dalcastagnè, no segundo momento, o artigo trabalhará com os movimentos de resistência da literatura marginal, que abre vão a despeito do circuito de publicação das grandes editoras. Serão analisados brevemente dois saraus de importância emblemática nesse processo de descentralização, a Cooperifa em São Paulo e o Coletivoz em Belo Horizonte, que fazem circular a força da literatura marginal em suas escrevivências.

 

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Biografia do Autor

Marina Du bois e Souza, UFMG

Doutoranda em Teoria da Literatura e Literatura Comparada pela UFMG, Mestre em Literatura, Cultura e Tecnologia pelo programa de Estudos de Linguagens do CEFET-MG (2020). Membro do grupo de pesquisa ATLAS.  

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Publicado

2021-12-29 — Atualizado em 2022-01-13

Versões

Como Citar

Souza, M. D. bois e. (2022). Literatura e resistência: a força da quebrada diante dos silenciamentos do campo literário. Literatura E Autoritarismo, (38). https://doi.org/10.5902/1679849X68014 (Original work published 29º de dezembro de 2021)