Memórias do exílio e o testemunho como resistência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X67657

Palavras-chave:

Resistência, Ditadura civil-militar, Testemunho, Memória, Exílio

Resumo

O exílio foi utilizado pela ditadura civil-militar brasileira como um ato punitivo, mas, para muitas pessoas contrárias ao regime de opressão, ele também foi a única alternativa de fuga das ações repressivas. O objetivo deste artigo é observar os modos de produção e de representação da resistência presentes no livro Memórias do Exílio, Brasil 1964 - 19??: De muitos caminhos (1976). Para essa empreitada, nosso arcabouço teórico conta com as proposições de Pedro Fornaciari Grabois e Rodrigo de Castro Orellana a respeito do conceito de poder e resistência em Michel Foucault; Eurídice Figueiredo no que concerne a produção literária realizada durante a ditadura civil-militar brasileira. No que diz respeito à narrativa testemunhal e seu papel como política de resistência, utilizaremos os trabalhos de Márcio Seligmann-Silva e Beatriz Sarlo.

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Publicado

2021-12-29 — Atualizado em 2022-01-13

Versões

Como Citar

Fullan, D. (2022). Memórias do exílio e o testemunho como resistência. Literatura E Autoritarismo, (38). https://doi.org/10.5902/1679849X67657 (Original work published 29º de dezembro de 2021)