No meio dos escombros, a memória. Shoah e o trauma na Queda
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X63295Palavras-chave:
Segunda Guerra, Literatura de Testemunho, MemóriaResumo
A literatura e a história possuem muitas afinidades. Por ambas serem constituídas como narrativas, possuem a arte de contar histórias. Em vista disso, com este trabalho, almeja-se defender que é igualmente possível estudar e refletir acerca de algum fato histórico através do gênero literário como se fossem duas margens que se tocam e se mesclam. Assim, elenca-se como objeto de estudo o romance publicado em 2011, de autoria de Michel Laub, intitulado Diário da Queda. A obra em questão traz os conflitos dos personagens e sua relação com o trauma e a memória, em consequência das exposições ao choque vivido pelos personagens na Segunda Guerra. A proposta da pesquisa é refletir sobre esse período, cujas ruínas ainda pulsam no tempo-de-aqui-agora. Finalmente, tenciona-se responder a esses questionamentos no decorrer desta pesquisa, sobretudo, com base nas teorias de Gagnebin (2009), Arendt (2012) e Adorno (1995). Conclui-se, através das discussões apresentadas, que existe a necessidade de discutir a Shoah no Brasil, uma vez que essa atrocidade aparece como mancha à história de todo ocidente e também porque no pós-guerra muitos imigrantes judeus vieram reconstituir suas vidas em território brasileiro, havendo, assim, a precisão de discutir seus passados e criar vínculos entre o ontem e o hoje.
Downloads
Referências
ADORNO, Theodor. Educação e Emancipação. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra [recurso eletrônico], 1995.
AMARAL, Jorge Fernando Barbosa do. A memória conflituosa em “Diário da Queda”. LING. – Est. e Pesq. Catalão-GO, vol. 18, n. 1, p. 79-88, jan./jun. 2014.
ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. (Obras Escolhidas v. 1) – 8ª ed. revista – São Paulo: Brasiliense, 2012.
DUFOURMANTELLE, Anne. Anne Dufourmantelle convida Jacques Derrida a falar Da Hospitalidade. / Jacques Derrida [Entrevistado]; Anne Dufourmantelle. Trad. de Antonio Romane. São Paulo: Escuta, 2003.
DUNKER, Christian Ingo Lenz. Estrutura e personalidade da neurose: a metapsicologia do sintoma à narrativa do sofrimento. Instituto de Psicologia da USP. São Paulo, v. 25, n. 1. p. 77-96, 2014.
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Lembrar, escrever, esquecer. São Paulo: Editora 34, 2009.
HEINEBERG, Ilana. Dois olhares sobre a Shoah na literatura brasileira: uma leitura dos contos “O Retrato”, de Jacó Guinsburg, e “Na minha cabeça suja, o Holocausto”,
de Moacyr Scliar. WebMosaica. Revista do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall. Porto Alegre/RS – vol. 3, n. 2, jul/dez, 2011.
LAUB, Michel. Diário da Queda. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.
MENDA, Leniza Kautz. Diário da Queda: a força da transmissão entre gerações e a transgeracionalidade. WebMosaica. Revista do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall. Porto Alegre/RS – vol. 5, n. 2, p. 20-30, jul./dez., 2013.
PARADISO, Silvio Ruiz. Identidade pós-moderna judaica na literatura de Holocausto. Uma análise em Moacyr Scliar. In: VI ENCONTRO INTERNACIONAL DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA CESUMAR, 2009, Paraná, Anais. Paraná, VI EPCC, 2009.
SELIGMANN-SILVA, Márcio. A história como trauma. In: Arthur Nestrovski, Márcio Seligmann-Silva (Orgs.) Catástrofe e representação: ensaios. São Paulo: Escuta, 2000. p. 73-98.
TAVARES, GONÇALO. Uma menina está perdida no seu século à procura do pai. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
WALDMAN, Berta. Entre a lembrança e o esquecimento: a Shoá na literatura brasileira. Arquivo Maaravi – Revista Digital de Estudos Judaicos da UFMG. Belo Horizonte/MG, v. 9, n. 17. 2015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE E CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaro que o presente artigo é original e não foi submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou na íntegra. Declaro, ainda, que após publicado pela Literatura e Autoritarismo, ele jamais será submetido a outro periódico. Também tenho ciência que a submissão dos originais à Literatura e Autoritarismo implica transferência dos direitos autorais da publicação digital. A não observância desse compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorais (nº 9610, de 19/02/98).