Escrever é resistir. Práticas de resistência nos Papéis da Prisão de Luandino Vieira

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X31044

Palavras-chave:

José Luandino Vieira, Papéis da Prisão, Práticas de resistência

Resumo

Neste trabalho, seguindo as linhas base definidas por pesquisas históricas (Buntman 2003; McEvoy 2015), exploro o conceito de resistência no contexto da prisão, destacando como as condições materiais são essenciais para que haja resistência, e para determinar a forma que esta assume. À luz destas considerações, procedo à análise de alguns aspetos da obra Papéis da Prisão (2015), de José Luandino Vieira. Preso político durante a luta pela independência de Angola, José Luandino Vieira escreveu a maior parte de sua literatura de ficção durante a reclusão, além de dezessete cadernos de apontamentos que foram recentemente publicados com o título Papéis da Prisão. O meu objetivo não é só analisar os Papéis como exemplo de resistência em si, mas também observar as diferentes práticas de resistência que a obra descreve.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Elisa Scaraggi, Universidade de Lisboa, Lisboa, POR

Elisa Scaraggi (MA, Univ. de Bologna, 2014) obteve o grau de Mestre em Literaturas Modernas, Comparadas e Pós-coloniais pela Universidade de Bologna e é neste momento aluna do Programa Internacional FCT em Estudos Comparatistas (PHDCOMP). Os seus principais interesses de investigação incluem a literatura carcerária, os estudos da memória e a literatura produzida em contextos autoritários. Além disso tem ainda um interesse particular em tradução literária.

 

Referências

Bosi, Alfredo. 2002. “Narrativa E Resistência.” Em Literatura E Resistência, 118–35. São Paulo: Companhia das Letras.

Buntman, Fran Lisa. 2003. Robben Island and Prisoner Resistance to Apartheid. Cambridge: Cambridge University Press.

Goffman, Erving. 1991. Asylums: Essays on the Social Situation of Mental Patients and Other Inmates. Harmondsworth, New York: Penguin (1ª edição 1961).

Laban, Michel (org.). 1980. Luandino - José Luandino Vieira E a Sua Obra: Estudos, Testemunhos, Entrevistas. Lisboa: Edições 70.

Levi, Primo. 1975. Il Sistema Periodico. Turim: Einaudi.

Mahera, Thomas V. 2010. “Threat, Resistance, and Collective Action: The Cases of Sobibór, Treblinka, and Auschwitz.” American Sociological Review 75 (2): 252–72.

Marcum, John. 1969. The Angolan Revolution. Volume I. The Anatomy of an Explosion (1950-1962). Vol. I. Massachusetts Institute of Technology: The M.I.T. Press.

McEvoy, Kieran. 2015. “Political Prisoners, Resistance and the Law in Northern Ireland.” Belfast: Queen’s University.

Medina, Maria do Carmo. 2003. Angola: Processos Políticos Da Luta Pela Independência. Luanda: Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto.

Neto, Maria da Conceição, 1997. “Ideologias, Contradições e Mistificações da Colonização de Angola no Século XX”. Lusotopie, pp.327–359.

Neto, Maria da Conceição. 2003. “Breve Introdução Histórica.” Em Angola: Processos Políticos Da Luta de Independência, 15–30. Luanda: Faculdade de Direito da Universidade Agostinho Neto.

Ribeiro, Margarida Calafate e Roberto Vecchi. 2015. “Papéis Críticos Avulsos.” Em Papéis Da Prisão. Apontamentos, Diário, Correspondência (1962-1971), 13–31. Lisboa: Caminho.

Silva, Mónica V. 2016. “Luanda Through Its Prisons: Luandino Vieira’s Papéis Da Prisão.” Journal of Lusophone Studies 1 (1): 73–87.

Vieira, Luandino José. 2015. Papéis Da Prisão. Apontamentos, Diário, Correspondência (1962-1971). Organização de Margarida Calafate Ribeiro, Roberto Vecchi, e Mónica V. Silva. Lisboa: Caminho.

Wheeler, Douglas L, René Pélissier, Pedro Gaspar Serras Pereira, e Paula Almeida. 2009. História de Angola. Lisboa: Tinta-da-china.

Downloads

Publicado

2018-08-31

Como Citar

Scaraggi, E. (2018). Escrever é resistir. Práticas de resistência nos Papéis da Prisão de Luandino Vieira. Literatura E Autoritarismo, (31). https://doi.org/10.5902/1679849X31044