A temível simetria do vampiro: interstício de significação entre William Blake e Anne Rice
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X27942Resumo
No romance The Tale Of The Body Thief (1991), Anne Rice aborda o poema iluminado The Tyger, de William Blake, como uma forma de discutir o tema do mal, assim como a malignidade que o vampiro protagonista, Lestat, reconhece em si mesmo. Tal questão é explorada a partir da possibilidade do personagem recuperar sua humanidade, uma vez que ele foi transformado em vampiro à força. Desse modo, pretendo desenvolver um estudo investigativo acerca das significações intercambiáveis entre as obras de Rice e Blake. Para dar conta desse problema de pesquisa, trabalho a partir das concepções teóricas da tradução intersemiótica. Sigo pela via proposta por autores como Diniz (1998), Clüver (2006) e Plaza (2008), que compreendem tradução intersemiótica essencialmente como um diálogo de significados intermídia e sempre em expansão.Tal concepção permite investigar e discutir a maneira como Rice reinterpreta, traduz e recria as significações da poesia e da pintura blakeanas em seu romance. A partir de tais aparatos teóricos, é possível considerar que o poema de Blake é semioticamente traduzido por Rice em duas instâncias. Na primeira delas, The Tyger opera como uma metáfora para a natureza do próprio vampiro Lestat, um predador terrível e belo, sublime em sua própria imagem. Na segunda instância, The Tyger relaciona-se com o romance de forma remissiva, diretamente ativa em relação à construção do enredo da obra.Downloads
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