“Teatro agora é livre”: as contradições de Gama e Silva e as negociações com o setor teatral (1967-1968)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1679849X75227

Palavras-chave:

Gama e Silva, Ministério da Justiça, Censura teatral, Ditadura militar, Resistência cultural

Resumo

Com a posse do ministro Gama e Silva na pasta da Justiça em 1967, iniciou-se um movimento de protesto de artistas e intelectuais contra a censura de diversões públicas, com destaque ao setor teatral que arcava com o ônus da recém-transferência da censura para Brasília. Essa ampla movimentação da intelectualidade desencadeou atitudes ambíguas do ministro que, inicialmente, apoiou a maior reivindicação do setor e prometeu pôr um fim à censura teatral para, em seguida, apoiar o governo no seu projeto de politização da censura e continuidade da prática centralizada. Essa mudança de posição de Gama e Silva é o ponto de partida para se analisar a emergência de um acirrado debate sobre o assunto.

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Biografia do Autor

Miliandre Garcia, Universidade Estadual de Londrina (UEL)

Doutorado em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

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Publicado

2012-05-17

Como Citar

Garcia, M. (2012). “Teatro agora é livre”: as contradições de Gama e Silva e as negociações com o setor teatral (1967-1968). Literatura E Autoritarismo, (7), 221–246. https://doi.org/10.5902/1679849X75227