Repressão, retórica e poder - As mulheres, os clérigos e a fogueira: uma leitura semiológica da protagonista Branca Dias de O santo inquérito, de Dias Gomes
DOI:
https://doi.org/10.5902/1679849X30665Palavras-chave:
Repressão, Teatro, Personagens femininas, Literatura brasileiraResumo
O presente artigo visa a analisar os semas de Branca Dias, personagememblemática de O Santo Inquérito, obra prima do dramaturgo Dias Gomes. A semiologia, isto é, estudo do sema é uma nova forma de leitura do teatro, modalidade que, no século XX, teve sua perspectiva modernizada e modificada, juntamente com todos os campos da arte. Os feixes sígnicos apresentam-se como utilíssimas ferramentas para uma visão mais global da arte dramatúrgica: aqui, o aprofundamento investigativo dar-se-á nos signos constitutivos de Branca Dias e daqueles que a circundam, pesquisando como essa interação nos fornece um panorama de "repressão" ao feminino jacente na obra. Polêmica, a obra de Gomes nos evoca não só a Inquisição européia de fins da Idade Média, mas também o contexto em que foi escrita: a ditadura militar brasileira. É uma pesquisa conjugada de texto (discurso), contexto (histórico, sócio-político), rubrica, constituição das personagens insertas na trama, enredo e outros elementos que, conjugados, promovem a ação dramatúrgica, o fim último do texto teatral.
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