Sobre as traduções para o português de "bonum" e "malum" – o "summum bonum" nas filosofias de Agostinho e Schopenhauer

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179378633993

Palavras-chave:

bonum e malum, Agostinho, Schopenhauer

Resumo

Com este artigo, pretendo fazer uma análise não só da origem etimológica dos termos latinos bonum e malum, como também de suas acepções nas doutrinas de Agostinho e Schopenhauer. O meu intuito é mostrar que o summum bonum de Agostinho, constituindo, com efeito, uma herança do ágathos platônico, possui uma significação moral. E, por conseguinte, a doutrina da negação da vontade de Schopenhauer, por ser uma retomada da ideia cristã da graça como summum bonum, deve também apresentar tal significação. Das minhas análises resultará que a tradução mais adequada para bonum e malum é, respectivamente, “bom” e “mau”, pois assim conserva-se o sentido original moral dos termos latinos, ao mesmo tempo em que se ressalta o papel moral que eles ocupam nas doutrinas dos filósofos mencionados.

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Biografia do Autor

Gleisy Picoli, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP

Doutoranda em Filosofia pela Unicamp.

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Publicado

2013-07-01

Como Citar

Picoli, G. (2013). Sobre as traduções para o português de "bonum" e "malum" – o "summum bonum" nas filosofias de Agostinho e Schopenhauer. Voluntas: Revista Internacional De Filosofia, 4(1), 114–130. https://doi.org/10.5902/2179378633993

Edição

Seção

Estudos Schopenhauerianos