O pensamento político expandido: Shakespeare, Hobbes, Maquiavel e Montaigne
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236672586435Palavras-chave:
Filosofia Política, Teoria, Arte e Política, Shakespeare, MaquiavelResumo
Tomando como referência a peça A tempestade (1611) de William Shakespeare, o ensaio aborda as relações teóricas estabelecidas entre Nicolas Maquiavel, Thomas Hobbes, Montaigne e Shakespeare. Pode-se dizer que A tempestade encena Maquiavel, imprimindo expressão sensível a conceitos como Principado Novo, Fortuna e Virtú e poder e liberdade. Com relação a Hobbes, Shakespeare elucida num recorte exemplar a origem do leviatã, indicando minúcias da violência física e da ordem moral exercida pelo soberano (by nature e by institution). Sendo a última peça escrita por William Shakespeare, este autor tomou conhecimento dos textos de Montaigne e dele traz noções como mundo novo e desejo de utopia tendo buscado polos europeus da época. Por sua vez a ideia de “liberdade” constitui-se na peça como uma pista para articular todos os demais conceitos da política que perpassam o texto de Shakespeare. Assim, pode-se dizer que neste dramaturgo existe um pensamento político sistematizado fundamentado não apenas nas análises argutas das conjunturas políticas da sua época, mas, principalmente, pela articulação de noções oriundas da filosofia política produzida no seu tempo. Enfim, Shakespeare encena não só Maquiavel, mas também traz para a cena política Hobbes e Montaigne.
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Referências
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