Barragens no Ribeira de Iguape: projetos de desenvolvimento e riscos para o desenvolvimento sustentável
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236672528131Palavras-chave:
Remanescentes de quilombos, Hidrelétricas, Políticas de desenvolvimento, Direitos territoriais e culturais, MediaçãoResumo
Desde os anos de 1960, está projetada a construção de quatro hidrelétricas no rio Ribeira de Iguape, encampada pelo grupo Votorantim. Pensadas como necessárias para alavancar o desenvolvimento, as hidrelétricas são atualizadas pelo discurso da oferta de empregos. Tensionam assim as lutas sociais que, ao longo de mais de quatro décadas, são atravessadas por questões de regularização fundiária e reforma agrária, e incorporam a problemática ambiental e os processos de reconhecimento nos termos do artigo no 68 da CF. O objetivo do artigo é o de re etir sobre como o Movimento dos Ameaçados por Barragens e os novos canais políticos vêm equacionando o risco das barragens e dialogando no campo político. Para tal, apresenta resultados de pesquisa de campo nos territórios quilombolas do médio Ribeira, e junto às agências ali atuantes. O recorte da análise recai sobre as práticas e discursos de mediação, na negociação de interesses em con ito, para observar como se busca traduzir, entre os distintos agentes envolvidos, o discurso do desenvolvimento, em face das expectativas quanto a demandas por políticas sociais. de emprego e de suporte à produção agrícola.
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