Hibridismo organizacional e performatividade crítica em cooperativas: releituras e possibilidades de pesquisas a partir dos princípios cooperativistas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2359043248309

Palavras-chave:

hibridismo organizacional, performatividade crítica, cooperativismo, princípios cooperativistas

Resumo

A complexidade envolvendo a gestão das cooperativas leva a questionamentos sobre a forma que sua estrutura é desenvolvida, os mecanismos de gestão utilizados bem como a verdadeira finalidade do empreendimento. Ao assumir sua dupla natureza econômica e social, as cooperativas podem ser visualizadas de forma híbrida buscando equilíbrio entre as práticas desenvolvidas para que não se perca em seus princípios. De forma paralela, a busca por resultados que de fato expressem os anseios dos cooperados e evidencie a importância deste tipo de empreendimento, impulsiona as cooperativas a buscarem não um desempenho convencional, mas uma performatividade crítica. Assim, por acreditarmos que há necessidade de reinterpretações que analisam estas organizações de forma adequada, o objetivo desse ensaio é apresentar o hibridismo organizacional e a performatividade crítica como lentes teóricas para compreensão das cooperativas. De forma complementar, realizamos aproximações dessas lentes aos princípios cooperativistas, despertando inúmeras reflexões para fundamentar novas investigações.  

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Layon Carlos Cezar, Universidade Federal de Viçosa.

Departamento de Administração e Contabilidade

Alexandre Reis Rosa, Universidade Federal do Espírito Santo

Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas

Departamento de Administração

Referências

ACI. Co-operative identity, values & principles. Disponível em: https://www.ica.coop/en/cooperatives/cooperative-identity?_ga=2.18306289.995099500.1587056770-263832590.1587056770. Acesso em: 16 abr. 2020.

AGGERI, F. Qu’est-ce que la performativité peut apporter aux recherches en management et sur les organisations. M@n@gement, v. 20, n. 1, p. 28, 2017. Disponível em: http://www.cairn.info/revue-management-2017-1-page-28.htm.

ALVESSON, M.; SPICER, A. Critical leadership studies: The case for critical performativity. Human Relations, v. 65, n. 3, p. 367–390, 2012.

AMODEO, N. B. P. et al. A Organização do Quadro Social como instância participativa em duas cooperativas agropecuárias de Minas Gerais. Revista de Extensão e Estudo Rurais, v. 1, n. 2, p. 521–552, 2011.

AUDEBRAND, L. K. Expanding the scope of paradox scholarship on social enterprise: the case for (re)introducing worker cooperatives. M@n@gement, v. 20, n. 4, p. 368, 2017. Disponível em: http://www.cairn.info/revue-management-2017-4-page-368.htm.

BATTILANA, J. Agency and Institutions: The Enabling Role of Individuals’ Social Position. Organization, v. 13, n. 5, p. 653–676, 17 set. 2006. Disponível em: http://journals.sagepub.com/doi/10.1177/1350508406067008.

BATTILANA, J. et al. Harnessing productive tensions in hybrid organizations: The case of work integration social enterprises. Academy of Management Journal, v. 58, n. 6, p. 1658–1685, 2015.

BATTILANA, J.; CASCIARO, T. Overcoming Resistance to Organizational Change: Strong Ties and Affective Cooptation. Management Science, v. 59, n. 4, p. 819–836, abr. 2013. Disponível em: http://pubsonline.informs.org/doi/abs/10.1287/mnsc.1120.1583.

BATTILANA, J.; DORADO, S. Building Sustainable Hybrid Organizations: The Case Of Commercial Microfinance Organizations. Academy of Management Journal, v. 53, n. 6, p. 1419–1440, 2010.

BATTILANA, J.; LEE, M. Advancing Research on Hybrid Organizing - Insights from the Study of Social Enterprises. Academy of Management Annals, v. 8, n. 1, p. 397–441, 2014.

BERTUOL, R.; CANÇADO, A. C.; SOUZA, M. F. A. A Prática dos Princípios Cooperativistas: Um Estudo de Caso no Tocantins. Amazônia, Organizações e Sustentabilidade, v. 1, n. 2, p. 7–18, 31 dez. 2012. Disponível em: http://www.bibliotekevirtual.org/index.php/2013-02-07-03-02-35/2013-02-07-03-03-11/766-aos/v01n02/7571-a-pratica-dos-principios-cooperativistas-um-estudo-de-caso-no-tocantins.html.

CABANTOUS, L. et al. Critical Essay: Reconsidering critical performativity. Human Relations, v. 69, n. 2, p. 197–213, 2016.

CANÇADO, A. C. S. M. DE F. A.; CARVALHO, J. E. F. B. DE; IWAMOTO, H. M. Desfazendo Um Mal Entendido: Discutindo as Diferenças Entre Lucros e Sobras. Administração Pública e Gestão Social, v. 1, n. 5, p. 28–33, 2013.

CEZAR, L. C. Hibridismo organizacional e sua interface com a performatividade crítica: estudo de caso em uma cooperativa de cafeicultores Fair Trade do Espírito Santo. 2018. 178 f. Universidade Federal do Espírito Santo, 2018. Disponível em: http://portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_12890_TESE LAYON VERS%C3O FINAL PARA DEP%D3SITO.pdf.

CEZAR, L.; FANTINEL, L. The sales of craft over a Lively Talk and a cup of Coffee: social representations in a commercialization center of solidarity economy. Brazilian Business Review, v. 15, n. 5, p. 475–493, 1 set. 2018. Disponível em: http://bbronline.com.br/index.php/bbr/article/view/379.

CHENEY, G. et al. Worker cooperatives as an organizational alternative: Challenges, achievements and promise in business governance and ownership. Organization, v. 21, n. 5, p. 591–603, 2014.

CHU, R. A. Hibridização Organizacional e Cultural: o caso da integração pós-aquisição de uma escola de negócios a uma universidade no Brasil. 2013. 119 f. Tese (Doutorado), Escola de Administração de Empresas de São Paulo, Fundação Getúlio Vargas, 2013.

CHU, R. A.; WOOD JR., T. Brazilian cultural organization in post-globalization: global or local? [Cultura organizacional brasileira pós-globalização: global ou local?]. Revista de Administração Pública, v. 42, n. 5, p. 969–991, 2008. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-76122008000500008&lng=pt&nrm=iso&tlng=en.

DIMITRIADIS, S. et al. Blurring the Boundaries: The Interplay of Gender and Local Communities in the Commercialization of Social Ventures. Organization Science, v. 28, n. 5, p. 819–839, out. 2017. Disponível em: http://pubsonline.informs.org/doi/10.1287/orsc.2017.1144.

DOHERTY, B.; HAUGH, H.; LYON, F. Social enterprises as hybrid organizations: A review and research agenda. International Journal of Management Reviews, v. 16, n. 4, p. 417–436, 2014.

EBRAHIM, A.; BATTILANA, J.; MAIR, J. The governance of social enterprises: Mission drift and accountability challenges in hybrid organizations. Research in Organizational Behavior, v. 34, p. 81–100, 2014.

FERNANDES, P. H. C. et al. Benefit Corporation Legislation and the Emergence of a Social Hybrid Category. California Management Review, v. 57, n. 3, p. 315–348, 2015. Disponível em: http://journals.sagepub.com/doi/10.1525/cmr.2015.57.3.5.

FLECHA, R.; NGAI, P. The challenge for Mondragon: Searching for the cooperative values in times of internationalization. Organization, v. 21, n. 5, p. 666–682, 2014.

FREITAS, A. F. DE et al. Organização do Quadro Social (OQS): uma inovação institucional na gestão social de Cooperativas. Administração Pública e Gestão Social, v. 2, n. 1, p. 45–66, 2010.

GIDDENS, A. A Constituição da Sociedade. 2. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2003.

GRASSI, R. A. Williamson e “ formas híbridas ”: uma proposta de redefinição do debate. Economia e Sociedade, v. 1, n. 1, p. 43–64, 2003.

HERAS-SAIZARBITORIA, I. The ties that bind? Exploring the basic principles of worker-owned organizations in practice. Organization, v. 21, n. 5, p. 645–665, 2014.

HOLT, D.; LITTLEWOOD, D. Identifying, Mapping, and Monitoring the Impact of Hybrid Firms. California Management Review, v. 57, n. 3, p. 107–125, 2015.

JOHNSON, B. Polarity Management: Identifying and Managing Unsolvable Problems. Amhrest, MA: HRD Press, 1996.

KENNEDY, E. D. et al. Hybrid Organizations as Shape-Shifters: California management review, v. 57, n. 3, p. 59–83, 2015.

KING, D. The possibilities and perils of critical performativity: Learning from four case studies. Scandinavian Journal of Management, v. 31, n. 2, p. 255–265, 2015.

KING, D.; LAND, C. The democratic rejection of democracy: Performative failure and the limits of critical performativity in an organizational change project. Human Relations, v. 71, n. 11, p. 1535–1557, 2018.

LAZZARINI, S. G.; BIALOSKORSKI NETO, S.; CHADDAD, F. R. Decisões financeiras em cooperativas: fontes de ineficiência e possíveis soluções. Gestão & Produção, v. 6, n. 3, p. 257–268, dez. 1999. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-530X1999000300010&lng=pt&tlng=pt.

LECA, B.; GOND, J. P.; BARIN CRUZ, L. Building ‘Critical Performativity Engines’ for deprived communities: The construction of popular cooperative incubators in Brazil. Organization, v. 21, n. 5, p. 683–712, 2014.

LEE, C. et al. How the Zebra Got Its Stripes : Imprinting of Individuals and Hybrid Social Ventures. Harvard Business School Working Paper, v. 14, n. 005, 2013.

LEE, M.; JAY, J. Strategic Responses to Hybrid Social Ventures. California Management Review, v. 57, n. 3, p. 126–147, 2015.

MAIGNAN, M. The collective interest cooperative company (SCIC), a social innovation : performativity of alternative models in the third sector organizations. Reimagining, Rethinking, Reshaping: Organizational Scholarship in Unsettled Times 30th EGOS Colloquium, Jul 2014, no halshs-01468643f. Rotterdam, Netherlands: [s.n.], 2014.

MAIGNAN, M.; ARNAUD, C.; CHATEAU TERRISSE, P. La gestion des tensions organisationnelles dans les coopératives multisociétaires à vocation sociale : le cas d’une Société Coopérative d’Intérêt Collectif dans le secteur du logement social. Management international, v. 22, n. 2, p. 128–143, 11 mar. 2019. Disponível em: http://id.erudit.org/iderudit/1058166ar.

MARQUIS, C.; BATTILANA, J. Acting globally but thinking locally? The enduring influence of local communities on organizations. Research in Organizational Behavior, v. 29, p. 283–302, 2009.

MEIRA, F. B. Liminal organization: Organizational emergence within solidary economy in Brazil. Organization, v. 21, n. 5, p. 713–729, 2014.

MEYER, C.; HUDON, M. Alternative organizations in finance: Commoning in complementary currencies. Organization, v. 24, n. 5, p. 629–647, 2017.

OCASIO, W.; THORNTON, P. H.; LOUNSBURY, M. The Institutional Logics Perspective. In: GREENWOOD, R. et al. (Org.). . The SAGE Handbook of Organizational Institutionalism. 2. ed. [S.l.]: SAGE Publications, Inc., 2017. p. 928.

OCB. O que é cooperativismo. Disponível em: https://www.ocb.org.br/o-que-e-cooperativismo. Acesso em: 17 abr. 2020.

PARANQUE, B.; WILLMOTT, H. Cooperatives—saviours or gravediggers of capitalism? Critical performativity and the John Lewis Partnership. Organization, v. 21, n. 5, p. 604–625, 2014.

PEREIRA, J. R. et al. Cultura Organizacional e Cultura Brasileira: Compreendendo as Fragilidades do Cooperativismo Brasileiro. NAU Social, v. 4, n. 6, p. 61–81, 2013. Disponível em: http://www.periodicos.adm.ufba.br/index.php/rs/article/view/225.

RAWHOUSER, H.; CUMMINGS, M.; CRANE, A. Benefit Corporation Legislation and the Emergence of a Social Hybrid Category. California Management Review, v. 57, n. 3, p. 13–35, 2015.

SANTOS, F. M.; PACHE, A.-C.; BIRKHOLZ, C. Making Hybrids Work: California management review, v. 57, n. 3, p. 36–59, 2015.

SCHNEIDER, J. O. Democracia, participação e autonomia cooperativa. 2. ed. São Leopoldo: Editora Unisinos, 1999.

SERVA, M. Epistemologia da administração no Brasil: o estado da arte. Cadernos EBAPE.BR, v. 15, n. 4, p. 741–750, dez. 2017. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512017000400741&lng=pt&tlng=pt.

SPICER, A.; ALVESSON, M.; KÄRREMAN, D. Critical performativity: The unfinished business of critical management studies. Human Relations, v. 62, n. 4, p. 537–560, 2009.

SPICER, A.; ALVESSON, M.; KÄRREMAN, D. Extending critical performativity. Human Relations, v. 69, n. 2, p. 225–249, 2016.

STOREY, J.; BASTERRETXEA, I.; SALAMAN, G. Managing and resisting ‘degeneration’ in employee-owned businesses: A comparative study of two large retailers in Spain and the United Kingdom. Organization, v. 21, n. 5, p. 626–644, 2014.

TEIXEIRA, M.; ROGLIO, K. The Influences of Institutional Logics Dynamics on Organizational History: the Case of Veiling Holambra Cooperative. Brazilian Business Review, v. 12, n. 1, p. 1–35, 5 fev. 2015. Disponível em: http://bbronline.com.br/index.php/bbr/article/view/88.

WOOD JR., T. Organizações híbridas. Revista de Administração de Empresas, v. 50, n. 2, p. 241–247, 2010.

Downloads

Publicado

2021-06-30

Como Citar

Cezar, L. C., & Rosa, A. R. (2021). Hibridismo organizacional e performatividade crítica em cooperativas: releituras e possibilidades de pesquisas a partir dos princípios cooperativistas. Revista De Gestão E Organizações Cooperativas, 8(16), 01–40. https://doi.org/10.5902/2359043248309

Edição

Seção

Artigos