<b>Representações de surdos/as em matérias de jornais e revistas</b>
Palavras-chave:
Surdos. Cultura Surda. Mídia Escrita.Resumo
As lutas dos surdos pelo direito de se representarem não como deficientes, mas como sujeitos com uma cultura própria, tendo Libras como primeira língua, são recentes no Brasil e têm como resultado, por exemplo, a lei federal 10.436/ 2002 que reconheceu o uso da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS. Sua história é marcada por lutas contra a discriminação e entre diferentes modelos de educação; nela, predominantemente, a surdez é vista em termos clínicos, focalizando-se a perda auditiva, o desenvolvimento da oralidade, a articulação das palavras, etc. Essa luta também se relaciona a formas de nomeação: assim, os surdos querem ser chamados de “surdos”, e não surdos-mudos, que os mostra como sujeitos sem comunicação ou deficientes auditivos, um termo pejorativo, da área clínica. Também a língua de nome LIBRAS é confundida com “gestos”, “linguagem”, “mímica”. Neste trabalho, focaliza-se a mídia escrita, importante para as representações que os sujeitos fazem sobre os surdos. Foram analisadas 29 matérias e anúncios de jornais e revistas brasileiras variadas, desde 2004 até 2006, com notícias ou informações sobre surdos. Investigaramse as formas de nomear os surdos – deficiente auditivo, surdo-mudo, surdo -, o tipo de referências à Língua de Sinais – língua de sinais, linguagem, gestos, LIBRAS - e também os assuntos em que os surdos eram mencionados: educação, lutas políticas, conquistas pessoais, aspectos clínicos da surdez, legendagem, religião, esporte, tecnologia, etc. Os resultados das análises mostram que ainda há muita luta para que os surdos sejam reconhecidos em sua cultura específica, como sujeitos integrais e não como “excepcionais”.Palavras-chave: Surdos. Cultura Surda. Mídia Escrita.
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