Conforto térmico dos usuários em vegetação e revestimento urbanos no campus da UFMT em Cuiabá - MT

Autores

  • Paulo Celso do Couto Nince Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT
  • Flávia Maria de Moura Santos Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT
  • José de Souza Nogueira Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT
  • Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT

DOI:

https://doi.org/10.5902/2236130813625

Palavras-chave:

PET, Áreas verdes, Revestimento do solo

Resumo

O conforto térmico dos usuários, dentro de padrões aceitáveis, contribui ao uso das áreas verdes em ambientes urbanos, para fins de circulação e lazer. Este artigo teve como objetivo geral avaliar o conforto térmico dos usuários do campus UFMT/Cuiabá, em diferentes tipos de revestimento do solo e próximo à vegetação arbórea. Foram realizadas medições das variáveis microme- teorologia no Campus da Universidade Federal de Mato Grosso/ UFMT. Inicialmenteescolheram-se quatro pontos no campus onde apresentassem diferentes tipos de revestimento do solo, sendo solo, grama, concreto e asfalto. Registou-se os dados durante 43 dias contínuos em duas estações do ano: quente-úmida e quente-seca durante o ano de 2012. A coleta dos dados registrados durante o dia, à sombra da mangueira (Mangifera indica) constataram-se as menores temperaturas de bulbo seco (Tbs), médias comparadas aos outros pontos com os diferentes tipos de revestimentos. A percepção térmica neutra ou confortável, avaliada com Temperatura Equivalente Fisiológica (PET), aconteceu somente no período noturno das 19h às 07h. O revestimento grama liderou as sensações de conforto podendo tornar-se um indicador para espaços mais gramados do que o uso de outros revestimentos impermeabilizantes. Na análise dos resultados registrou as árvores de decisão onde indicaram preferência na estação quente úmida a variável local nos dois índices PET, destacando a mangueira e a grama num grupo, concreto e asfalto num outro, quanto à estação quente seca indicaram a variável vento como a principal, ficando o local a nível secundário. Por isso, somente à noite há possibilidade de conseguir a faixa conforto térmico. No período diurno à sombra da mangueira, o PET é bem menor, nos dois períodos de medição, que os outros pontos de medição, atingindo o máximo de 35,4ºC às 15h no segundo período. Estas constatações podem vir a confirmar a importância de proporcionar sombreamento nos espaços abertos, optar, quando possível, por cobertura de grama (Paspalumnotatun) ao solo a revestimentos de concreto ou asfalto, sendo que o concreto pode ter preferência ao asfalto por ter maior facilidade de trocas térmicas, em climas tropicais. O percentual de confortável e tolerável para o local da pesquisa foi muito grande, indicando uma forte adaptação dos usuários ao clima de Cuiabá/ MT.

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Biografia do Autor

Paulo Celso do Couto Nince, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT

Professor de Graduação do curso de Engenharia Civil, Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Física Ambiental. Área da Pesquisa: Conforto Urbano

Flávia Maria de Moura Santos, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT

Professora de Graduação do curso de Arquitetura e urbanismo e Professora do Programa de Pós-Graduação em Física Ambiental em nível de Mestrado e Doutorado. Área da Pesquisa: Conforto Urbano

José de Souza Nogueira, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT

Professor de Graduação do curso de Física e Professor do Programa de Pós-Graduação em Física Ambiental em nível de Mestrado e Doutorado. Área da Pesquisa: Conforto Urbano.

Marta Cristina de Jesus Albuquerque Nogueira, Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT

Professora de Graduação do curso de Arquitetura e urbanismo e Professora do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental em nível de Mestrado e Professora do Programa de Pós-Graduação em Física Ambiental em nível de Mestrado e Doutorado. Área da Pesquisa: Conforto ambiental e Conforto Urbano

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Publicado

2014-09-01

Como Citar

Nince, P. C. do C., Santos, F. M. de M., Nogueira, J. de S., & Nogueira, M. C. de J. A. (2014). Conforto térmico dos usuários em vegetação e revestimento urbanos no campus da UFMT em Cuiabá - MT. Revista Monografias Ambientais, 13(4), 3529–3541. https://doi.org/10.5902/2236130813625

Edição

Seção

ARTIGOS