Igreja católica: uma educadora ambiental?

Autores

  • Tânia Mara de Bastiani Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS
  • Rafael Sanches Guerra Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

DOI:

https://doi.org/10.5902/223613084207

Palavras-chave:

Educação ambiental, Igreja católica, Campanha da Fraternidade

Resumo

Partindo-se do tema “Fraternidade e a vida no planeta” e o lema “A criação geme com dores de parto”, a campanha da fraternidade 2011 lançada pela igreja católica no Brasil destaca as consequências, principalmente, aos pobres, das mudanças climáticas. Assim, este trabalho tem como objetivo discutir se a igreja católica pode ser uma educadora ambiental e, descrever o contexto do surgimento da preocupação dela com os problemas sociais através do movimento da teologia da libertação. O trabalho consiste de uma revisão bibliográfica envolvendo duas correntes da Educação Ambiental, a comportamental e a popular, onde se procura destacar em qual delas o objetivo geral, específicos e estratégias lançadas  pela campanha da fraternidade 2011 se enquadram. Além disso, se procura descrever sobre a mudança de perspectiva assumida pela igreja na América Latina, desde a década de 1950, – através da I Conferência Episcopal Latino Americana (CELAM), criada em 1955, após o Congresso Eucarístico do Rio de Janeiro; do Concilio Vaticano II (1962-1965) de Roma; e, da II CELAM de  Medelín (1968). Após descrever as características da Educação Ambiental comportamental e popular e o contexto de preocupação da igreja com as questões sociais, conclui-se que o objetivo geral, específicos e as estratégias da campanha da fraternidade 2011 lançados pela igreja católica brasileira se enquadram na corrente comportamental. Isto se dá, pois ela compreende a educação como agente atuante na conscientização subjetiva das pessoas quanto a sua postura em relação ao meio ambiente. Com esta postura, ela se afasta da corrente da Educação Ambiental popular, por não considerar a educação como agente formadora de indivíduos que intervém na realidade em que estão inseridos e que, portanto, a mudança de atitude em  relação ao meio ambiente não depende apenas de alterações subjetivas, mas da transformação da sociedade em que vivemos. Portanto, à campanha da fraternidade 2011, ao priorizar pela conscientização dos indivíduos em relação ao meio ambiente, caracteriza a igreja católica brasileira como educadora ambiental comportamental.

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Biografia do Autor

Tânia Mara de Bastiani, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Licenciada em Filosofia e Pós-graduanda do curso de especialização em Educação Ambiental – UFSM

Rafael Sanches Guerra, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS

Publicitário e Pós-graduando do curso de especialização em Educação Ambiental – UFSM

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Publicado

2012-01-23

Como Citar

Bastiani, T. M. de, & Guerra, R. S. (2012). Igreja católica: uma educadora ambiental?. Revista Monografias Ambientais, 5(5), 958–964. https://doi.org/10.5902/223613084207