Concentrações de glifosato e fitotoxicidade em Lactuca sativa Buttercrunch

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2236117062665

Palavras-chave:

Agroquímico, Toxicidade, N-(fosfonometil) glicina

Resumo

Os agroquímicos, também conhecidos como agrotóxicos ou pesticidas, têm sido amplamente utilizados no controle da proliferação de pragas e ervas daninhas nos cultivos agrícolas para garantir uma alta produtividade do plantio. Dentre os pesticidas mais utilizados do mundo está o herbicida glifosato (N-(fosfonometil) glicina), pois se mostra eficaz para o controle do crescimento anual e perene de ervas daninhas na agricultura, silvicultura, áreas urbanas e jardins domésticos. Contudo, a pulverização deste composto em larga escala tem causado preocupação, uma vez que se acumula na camada superior do solo e pode gerar impactos ambientais negativos e danos à saúde humana, já que possui potencial tóxico. Diante do exposto, este estudo avaliou a fitotoxicidade de soluções do agroquímico glifosato em diferentes concentrações para a espécie de alface Lactuca sativa Buttercrunch, levando-se em conta os parâmetros número de sementes germinadas, comprimento do caule e o comprimento da raiz. As concentrações de glisofato testadas foram de 0,001 mg.L-1; 0,1 mg.L-1; 0,5 mg.L-1; 1 mg.L-1 e 20 mg.L-1; e o ensaio seguiu os procedimentos descritos pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos. Para a análise estatística, considerou-se o número de sementes germinadas de cada tratamento e o comprimento das raízes e do caule de cada uma das sementes germinadas, as quais foram inseridos em equações para a definição dos parâmetros percentuais de Efeito de Germinação (%EG), Inibição do Crescimento da Raiz (%ICR) e Índice de Germinação (%IG). Os resultados obtidos foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e comparados por meio da aplicação do Teste de Tukey ao nível de 5% de significância. Os resultados revelaram que houve 62,62% de inibição do crescimento e um índice de germinação de apenas 0,37% no tratamento com a solução de glifosato com concentração de 20 mg.L-1, indicando que altas concentrações do herbicida possuem efeitos tóxicos para o crescimento da espécie de alface L. sativa Buttercrunch. Apenas a concentração de 20 mg.L-1 obteve diferença significativas em relação às demais concentrações avaliadas, incluindo o tratamento controle para a variável “crescimento da raiz”. Deste modo, para trabalhos futuros recomenda-se que soluções de glifosato com concentrações entre 1 e 20 mg.L-1 sejam avaliadas e testadas quanto a fitotoxicidade, citotoxicidade e a genotoxicidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Thais Agda Rodrigues da Cruz Primo, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil

Possui graduação em Engenharia de Pesca pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC-CERES) em 2017

Júlia Nercolini Göde, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil

Graduada em Engenharia Ambiental e Sanitária pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Mestranda em Ciências Ambientais pela UDESC

Mariana Gomes Oliveira, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil

Engenheira Ambiental e Sanitária, Mestrada em Ciências Ambientais pela UDESC

Taciana Furtado Ribeiro, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil

Mestranda em Ciências Ambientais pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e graduada em Engenharia Ambiental e Sanitária pela mesma universidade

Lucas de Bona Sartor, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil

Mestrando em Ciências Ambientais pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC (2020). Estudante de Nível Técnico em Análises Químicas pelo Instituto Federal de Santa Catarina - IFSC (2020). Graduado em Engenharia Ambiental e Sanitária pela Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC (2019)

Renata Bulling Magro, University of the State of Santa Catarina, Florianópolis, SC

Mestranda em Ciências Ambientais pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC/CAV). Graduação em Engenharia Ambiental e Sanitária (UDESC/CAV). Graduada em Engenharia Ambiental e Sanitária pela mesma instituição

Referências

ABDELHAMEED, R.M.; EL-ZAWAHRY, M.; EMAM, H.E.; 2018. Efficient removal of organophosphorus pesticides from wastewater using polyethylenimine-modified fabrics. Polymer, v. 155, p. 225-234.

AKTAR, W.; SENGUPTA, D.; CHOWDHURY, A; 2009. Impact of pesticides use in agriculture: their benefits and hazards. Interdisciplinary Toxicology, v. 2(1), p. 1–12.

ANNETT, R.; HABIBI, H. R.; HONTELA, A; 2014. Impact of glyphosate and glyphosate-based herbicides on the freshwater environment. Journal of Applied Toxicology, v. 34(5), p. 458–479.

BOOCOCK, M. R.; COGGINS, J. R; 1983. Kinetics of 5-enolpyruvylshikimate-3-phosphate synthase inhibition by glyphosate. FEBS Letters, v. 154(1), p. 127–133.

BRASIL; 2017. Portaria de Consolidação n°5 de 28 de setembro de 2017. Ministério da Saúde, p. 1-926.

DE BRITO RODRIGUES, L.; DE OLIVEIRA, R.; ABE, F.R.; BRITO, L.B.; MOURA, D.S.; Valadares, M.C.; Grisolla, C.K., De Oliveira, D.P.; De Oliveira, G.A.R.; 2017.

Ecotoxicological assessment of glyphosate-based herbicides: Effects on different organisms. Environmental Toxicology and Chemistry, v. 36 (7), p. 1755–1763.

DEBNATH, D.; GUPTA, A. K.; GHOSAL, P. S; 2019. Recent advances in the development of tailored functional materials for the treatment of pesticides in aqueous media: A review. Journal of Industrial and Engineering Chemistry, v. 70, p. 51-69.

DUKE, S. O.; POWLES, S. B; 2008. Glyphosate: a once-in-a-century herbicide. Pest Management Science, v. 64(4), p. 319–325.

FLORENCIA, M.F.; TORRES, C.; BRACAMONTE, E.; GALETTO, L.; 2017. Effects of the herbicide glyphosate on non-target plant native species from Chaco forest (Argentina). Ecotoxicology and Environmental Safety, v. 144, p. 360–368.

GAZOLA, R.P.D.; BUZETTI, S.; GAZOLA, R.N.; DE CASTILHO, R.M.M.; FILHO, M.C.M.T.; CELESTRINO, T.S.; DUPAS, E.; 2016. Nitrogen dose and type of herbicide used for growth regulation on the green coloration intensity of Emerald grass. Ciência Rural, v. 46 (6), p. 984–990.

GÖDE, J. N.; SOUZA, D. H.; TREVISAN, V.; SKORONSKI, E.; 2019. Application of the Fenton and Fenton-like processes in the landfill leachate tertiary treatment. Journal of environmental Chemical Engineering, v. 7, p. 1-8.

GRYCZAK, M.; KILIPPER, J. T.; COSTA, P. D. DE; MACCARI, A.; 2018. Sementes de Lactuca Sativa como bioindicador de toxicidade em resíduos de construção civil. Revista Tecnologia e Ambiente, v. 24, p. 233–242.

KONSTANTINOU, I. K.; HELA, D. G.; ALBANIS, T. A.; 2006. The status of pesticide pollution in surface waters (rivers and lakes) of Greece. Part I. Review on occurrence and levels. Environmental Pollution, v. 141(3), p. 555–570.

MAGDALENO, A.; PERALTA GAVENSKY, M.; FASSIANO, A. V.; RÍOS DE MOLINA, M. C.; SANTOS, M.; MARCH, H.; MORETTON, J.; JUÁREZ, Á. B.; 2015. Phytotoxicity and genotoxicity assessment of imazethapyr herbicide using a battery of bioassays. Environmental Science and Pollution Research, v. 22(23), p. 19194–19202.

MAURYA, P.; YADAV, L.; 2014. Uses of pesticide in foods : Curse for health. Asian Journal of Bio Science, v. 9(1), p. 123–128.

MDH; 2017. Glyphosate and Drinking Water. Minnesota Department of Health, October, p.1-2.

MEFTAUL, I.M.; VENKATESWARLU, K.; DHARMARAJAN, R.; ANNAMALAI, P.; ASADUZZAMAN, M.; PARVEN, A.; MEGHARAJ, M.; 2020. Controversies over human health and ecological impacts of glyphosate: Is it to be banned in modern agriculture? Environmental Pollution, v. 263, p. 114372.

MESNAGE, R.; DEFARGE, N.; SPIROUX DE VENDÔMOIS, J.; SÉRALINI, G. E.; 2015. Potential toxic effects of glyphosate and its commercial formulations below regulatory limits. Food and Chemical Toxicology, v. 84, p. 133–153.

MORAES, R.F.DE.; 2019. Agrotóxicos no Brasil: padrões de uso, política da regulação e prevenção da captura regulatória. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, p. 84.

PFLEEGER, T.; BLAKELEY-SMITH, M.; KING, G.; LEE, E.H.; PLOCHER, M.; OLSZYK, D.; 2012. The effects of glyphosate and aminopyralid on a multi-species plant field trial. Ecotoxicology, v. 21 (7), p. 1771–1787.

QI, H.; HUANG, Q.; HUNG, Y.-C.; 2018. Effectiveness of electrolyzed oxidizing water treatment in removing pesticide residues and its effect on produce quality. Food Chemistry, Elsevier Ltd, v. 239, p. 561–568.

ROSE, T.J.; ZWIETEN, L.V.; CLAASSENS, A.; SCANLAN, C.; ROSE, M.T.; 2018. Phytotoxicity of soilborne glyphosate residues is influenced by the method of phosphorus fertiliser application. Plant and Soil, v. 422 (1–2), p. 455–465.

SIKORSKI, L.; BACIAK, M.; BES, A.; ADOMAS, B.; 2019. The effects of glyphosate-based herbicide formulations on Lemna minor, a non-target species. Aquatic Toxicology, v. 209, p. 70–80.

USEPA; 1996. Ecological effects test guidelines earthworm subchronic toxicity Test. United States Environmental Protection Agency, April, p. 1–11.

WANG, S.; SEIWERT, B.; KÄSTNER, M.; MILTNER, A.; SCHÄFFER, A.; REEMTSMA, T.; YANG, Q.; NOWAK, K. M.; 2016. (Bio)degradation of glyphosate in water-sediment microcosms – A stable isotope co-labeling approach. Water Research, v. 99, p. 91–100.

ZHAN, H.; FENG, Y.; FAN, X.; CHEN, S.; 2018. Recent advances in glyphosate biodegradation. Applied Microbiology and Biotechnology, v. 102(12), p. 5033–5043.

ZHANG, J.-W.; XU, D.-Q.; FENG, X.-Z.; 2019. The toxic effects and possible mechanisms of glyphosate on mouse oocytes. Chemosphere, Elsevier Ltd, v. 237, p. 1-10.

Publicado

2020-12-04 — Atualizado em 2022-07-28

Versões

Como Citar

Primo, T. A. R. da C., Göde, J. N., Oliveira, M. G., Ribeiro, T. F., Sartor, L. de B., Magro, R. B., & Skoronski, E. (2022). Concentrações de glifosato e fitotoxicidade em Lactuca sativa Buttercrunch. Revista Eletrônica Em Gestão, Educação E Tecnologia Ambiental, 24, e10. https://doi.org/10.5902/2236117062665 (Original work published 4º de dezembro de 2020)