Consumo de jogos e Neoliberalismo Progressista: os múltiplos usos do passado nas representações de Cleópatra

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2357797593184

Palavras-chave:

Cleópatra, Assassin’s Creed, Consumo do passado, Neoliberalismo progressista, Assassin’s Creed Origins

Resumo

O presente artigo, tem como objetivo analisar como as representações históricas de Cleópatra VII variam de acordo com o contexto cultural de produção, dando enfoque para as representações desenvolvidas em meio ao que chamamos de Neoliberalismo Progressista e a questão do consumo do passado. Como fontes principais, foram utilizados os filmes Cleópatra (1917), (1934) e (1963) e o jogo Assassin’s Creed Origins (2017), pois a diferença no contexto de produção das duas obras fornece uma margem temporal para analisarmos as semelhanças e diferenças entre as duas obras – principalmente no que se refere à representação de pessoas negras.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paloma Maria Mendes da Cunha, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Mestra em História pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro; Doutoranda, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

Referências

ALEXANDER, Michelle. The New Jim Crow: Mass Incarceration in the Age of Colorblindness. Nova York: The New Press, 2020.

BALTHAZAR, Gregory da Silva. Cleópatra a sedução do Oriente: o corpo como meio feminino de exercer política. Rio Grande do Sul: PUC/RS, 2010.

BELLO, Robson Scarassati. Assassin’s Creed: Representação, espacialização e performance da História. Florianópolis. jul. 2015.

BELLO, Robson Scarassati. História e Memória em Assassin’s Creed (2007-2015). Tempo e Argumento, Florianópolis, v. 11, n. 27, p. 304 - 339, maio/ago. 2019.

BELLO, Robson Scarassati. História e Videogames: Como os jogos eletrônicos podem ser pensados pelos historiadores. (Artigo). In: Café História. Disponível em: https://www.cafehistoria.com.br/historia-e-videogames. Publicado em: 13 nov. 2017. Acesso: outubro de 2022.

BELLO, Robson Scarassati. O videogame como representação histórica: Narrativa, Espaço e Jogabilidade, em Assassin's Creed (2007-2015). 2016. 323p. Dissertação (Mestrado em História) – Programa de Pós-Graduação em História Social, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.

BENTO, Cida. O Pacto da Branquitude. São Paulo: Companhia das Letras, 2022.

CAMPBELL, Colin. Assassin’s Creed Origins’ Promiscuous Cleópatra is Just Plain Wrong: Classicists Weigh in on Lurid Depiction of Egypt’s Queen. Polygon, 2017. Disponível em: https://www.polygon.com/features/2017/11/2/16593124/assassins-creed-origins-cleopatra/#nnn. Acesso em maio de 2025.

CARDOSO, Ciro Flamarion; BELTRÃO, Cláudia (org). Semiótica do espetáculo: um método para a História. Rio de Janeiro, Apicuri, 2013.

COLLINS, Patrícia Hill. Black Feminist Thought: knowledge, consciousness and the politics of empowerment. New York: Routledge, 2000.

COLLINS, Patrícia Hill. Black Sexual Politics: African American, Gender and the new Racism. New York: Routledge, 2004.

DAVIS, Angela. A Liberdade é uma Luta Constante. São Paulo: Boitempo, 2018.

DAVIS, Angela. Women, Race and Class. New York: First Vintage Books Edition, 1983.

DE GROOT, Jerome. Consuming History: History and Heritage in Contemporany Popular Culture. Routledge: New York, 2009.

FRASER, Nancy. Do neoliberalismo progressista a Trump – e além. American Affairs, v. 1, n. 4, p. 46-64, 2017.

HARTOG, François. Crer em História. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2017.

HARTOG, François. Evidência da História: o que os historiadores veem. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2020.

HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.

HOOKS, bell. Black Looks: Race and Representation. Boston: South End Press, 1992.

HOOKS, bell. Killing Rage: Ending Racism. New York: Henry Holt and Company, 1995.

HOOKS, bell. Outlaw Culture: Resisting Representations. New York: Routledge Classics, 2006.

HOOKS, bell. Yearning: Race, Gender and Cultural Politics. Boston: South End Press, 1990.

KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação: Episódios de Racismo Cotidiano. Rio de Janeiro: Editora Cobogó, 2018.

KOSELLECK, Reinhart. Crítica e Crise. Rio de Janeiro: Contraponto Editora, 2015.

KOSELLECK, Reinhart. Estratos do Tempo: Estudos sobre História. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio, 2014.

KOSELLECK, Reinhart. Futuro Passado: Contribuição à Semântica dos Tempos Históricos. Rio de Janeiro: Editora PUC-Rio, 2015.

KOSELLECK, Reinhart; MEIER, Christian; GUNTHER, Horst; ENGELS, Odilo. O Conceito de História. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.

KOSELLECK, Reinhart. Uma Latente Filosofia do Tempo. São Paulo: Editora UNESP, 2021.

MENESES, Sônia. Os vendedores de passado: A escrita da história como produto da mídia. Revista Tempos Históricos, v.14, pp.71-90, 2010.

OLIVA, Anderson Ribeiro. Desafricanizar o Egito e embranquecer Cleópatra: silêncios epistêmicos nas leituras eurocêntricas sobre o Egito em manuais escolares de História no PNLD 2018. Brasilia: Romanitas – Revista de estudos Grecolatinos, n.10, pp. 26-63, 2017.

PILGRIN, David. Understanding Jim Crow: Using Racist Memorabilia to Teach Tolerance and Promote Social Justice. Oakland: PM Press, 2015.

PILGRIN, David. Watermelons, Nooses and Straight Razors: Stories from Jim Crow Museum. Oakland: PM Press, 2018.

ROSENSTONE, Robert. Experiments in Rethinking History. New York: Routledge, 2004.

ROSENSTONE, Robert. History on Film, Film on History. Londres: Pearson Education Limited, 2006.

ROSENSTONE, Robert. Visions of the Past The Challenge of Film to our Idea of History. Cambridge: Harvard University Press, 1997.

SCHIFF, Stacy. Cleópatra: uma biografia. EUA: Zahar, 2010.

SHOHAT, Ella. Des-Orientalizar Cleópatra: um tropo moderno da identidade. Campinas: Cadernos Pagu, n.23, pp.11-54, jul./dez. 2004.

SOUZA, Renata Soares de. Cleópatra e o cinema hollywoodiano na primeira metade do século XX. Brasil: Revista Mundo Antigo, ano III, v.3, n.05, jul. 2014.

TELES, Lana Moura Sá; ADI, Ashjan Sadique. Hipersexualização das Mulheres Negras: aspectos sócio-históricos e a influência da mídia. São Paulo: Revista Galáxia, p. 155-166, 2008.

TURIN, Rodrigo. Os Tempos da Independência: Entre a História Disciplinar e a História como Serviço. Revista Almanak, Guarulhos, n° 25, 2020.

TURIN, Rodrigo. Tempos Precários: Aceleração, Historicidade e Semântica Neoliberal. Rio de Janeiro: Zazie Edições, 2019.

WHITE, Hayden. O evento modernista. Rio de Janeiro: Revista Lugar Comum, n. 5-6, pp. 191-219, abril de 1992.

WHITE, Hayden. The Content of the Form: Narrative Discourse and Historical Representation. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 1987.

Downloads

Publicado

2025-11-24

Como Citar

Cunha, P. M. M. da. (2025). Consumo de jogos e Neoliberalismo Progressista: os múltiplos usos do passado nas representações de Cleópatra. InterAção, 16(5), e93184. https://doi.org/10.5902/2357797593184