Uma leitura racial de “A paixão segundo G. H.”: ressignificando o romance de Clarice Lispector a partir dos estudos sobre racismo
DOI:
https://doi.org/10.5902/2357797588054Palabras clave:
Experiência negraResumen
A presente discussão debruça-se sobre a análise obra A paixão segundo G. H., da autora modernista Clarice Lispector, e promove uma leitura a respeito da questão racial no romance. A interpretação analisa a figura de Janair, empregada doméstica negra, que, não estando presente no enredo do romance, marca sua participação a partir de uma inscrição feita à carvão por ela, deixada na parede do quarto de empregada. Essa atitude movimentou a vida organiza e monótona da protagonista do romance de Clarice Lispector, deixando-a desconfortável, com raiva e imaginando que a empregada a odiava, o que indica que estes sentimentos contra esta personagem ausente podem ser analisados como imagens do racismo. Para tanto, a leitura atravessa as discussões de autores que debatem o tema racial como, Frantz Fanon, que realiza no texto A experiência vivida no negro uma espécie de teoria confessional. Para tanto, o trabalho realiza uma aproximação entre as obras com o interesse de pensar e/ ou repensar esse romance de Lispector, analisando as visões de G. H., Janair e Fanon como formas de traduzir o racismo. Assim, como escopo teórico foram utilizados, além da leitura de Frantz Fanon (2008), autores como Benedito Nunes (1995, 2009), Alfredo Bosi (2017), Evando Nascimento (2012), bem como a referência a documentos oficiais como os dados demográficos (2019) e a revisitação ao texto literário, com o interesse de promover uma interpretação a partir do viés racial acerca dessa obra de Clarice Lispector.
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Citas
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