Paisagens da região de gestão do planejamento 03 - Porto Alegre: percepções, apropriações, usos e conflitos na planície de inundação do Rio Gravataí

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2236499469975

Palavras-chave:

Ocupação urbana, Paisagem, Planície de inundação, Conflitos socioambientais

Resumo

O presente artigo apresenta possíveis caminhos para abordagem de questões relacionadas à Região de Gestão do Planejamento 03 – Porto Alegre, utilizando como categoria de análise o conceito geográfico de paisagem. Como ponto de partida temos as premissas do documento público denominado Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental da cidade de Porto Alegre/ RS, no Brasil. Após iremos destacar por meio de registros fotográficos as percepções das paisagens, sobre as distintas formas de apropriação, usos do solo urbano e consequentemente, os conflitos ocorridos nesta região. Com base nessas análises, iremos pontuar questões sobre a ocupação da área da planície de inundação do Rio Gravataí. E, para além, faremos a análise acerca dos impactos da poluição sonora oriunda da urbanização, nas paisagens que circundam o Quilombo da Família Machado. O procedimento metodológico nos auxilia na análise dessas paisagens imagéticas e sonoras, captadas por dispositivos tecnológicos tais como: fotografias, imagens de satélite, gravações de áudio e vídeo. Todos estes procedimentos estão associados à leitura do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, em sua versão atual, para maior compreensão sobre aspectos da Região 3. Também serão utilizadas as ferramentas do ArcGis e do Google Earth para elaboração de mapas e imagens dessa região do município.  Ao fazer as análises dos processos que contribuíram para as configurações atuais da Região 3 de Porto Alegre, tivemos a experiência de elaborarmos uma breve reflexão sobre os possíveis impactos dos processos de urbanização nessa parte da cidade em termos socioambientais, sobre os conflitos urbanos relacionados aos processos de desocupação e realocação das populações da periferia. Observamos as intervenções antrópicas em um ecossistema vulnerável, por causa das formações geomorfológicas de planícies de inundação e solos hidromórficos (configuração natural). Essa pesquisa nos possibilitou um contato mais aprofundado na dinâmica dessa região, a qual faz fronteira com o perímetro urbano, que ainda, preserva uma biodiversidade de valor incalculável.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Cecilia Balsamo Etchelar, Federal University of Rio Grande do Sul

Geógrafa pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Mestra em Sensoriamento Remoto e Doutoranda no Programa de Pós Graduação em Geografia da UFRGS. Pós Graduada no curso de Gestão Ambiental na Indústria pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) polo de Bento Gonçalves- RS. Atualmente presta serviços como Geógrafa na empresa Ekobio em Cachoeirinha-RS e membra fundadora da COOPTESPE - Cooperativa de Trabalho de Técnicos Especializados no município de Porto Alegre – RS. Também atuo como tutora do curso Licenciatura em Geografia EAD/UFRGS Litoral e Professora do Curso EAD de Pós Graduação em Geoprocessamento da Faculdade São Francisco de Assis de Porto Alegre - RS.

Janaína Costa Teixeira, Federal University of Rio Grande do Sul

Doutoranda do curso de Geografia UFRGS. Possui bacharelado e licenciatura em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2013). Mestrado em Geografia pela UFRGS (2016). Pesquisa Temas como: análise territorial, transformações socioespaciais, estudos fronteiriços, vulnerabilidade social, políticas públicas.

Gabriel Muniz de Souza Queiroz, Federal University of Rio Grande do Sul

Mestrando em Geografia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Possui curso superior de tecnologia em Design Gráfico pelo Instituto Federal de Pernambuco (2007) e bacharelado em Cinema e Audiovisual pela Universidade Federal de Pernambuco (2013). Pesquisa Temas como: paisagens, paisagens sonoras, lugar, território, corpo e ancestralidade, geografias negras.

 

Brandaly Staudt, Federal University of Rio Grande do Sul

Possui graduação em Agronegócio pela Universidade Paulista(2019) e graduação em Geologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos(2013). Tem experiência na área de Geociências. Atuando principalmente nos seguintes temas: Águas subterrâneas, Vulnerabilidade natural, Risco de contaminação, Geoprocessamento, Índice GOD e Índice de susceptibilidade. Mestranda em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Roberto Verdum, Federal University of Rio Grande do Sul

Possui graduação em Licenciatura em Geografia (1987) e Bacharelado em Geografia (1988) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestrado (1993) e Doutorado (1997) em Géographie et Aménagement pela Université de Toulouse Le Mirail, França. Atualmente, é Professor Titular do Departamento de Geografia/IGEO/Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), onde atua desde 1989 no curso de Graduação em Geografia; desde 1998 nos cursos de Pós-graduação em Geografia/IGEO e Desenvolvimento Rural/FCE e desde 2007 no curso de Graduação EAD em Desenvolvimento Rural ? PLAGEDER/PGDR/FCE. Tem experiência na área de Geociências, Geografia e Desenvolvimento Rural, com ênfase em Geomorfologia, atuando nos seguintes temas: análise ambiental, paisagem, desertificação e arenização. Na coordenação de grupos de pesquisa destacam-se: a) Arenização/desertificação - questões ambientais (http://www.ufrgs.br/areais-pampa). b) Laboratório da Paisagem PAGUS - UFRGS (https://pagusufrgs.wordpress.com). Na coordenação de convênio internacional destaca-se: Capes/Cofecub (2017-2020): Qualités de produits territorialisés au Rio Grande do Sul (QUALPROSUL), entre o PPG em Geografia/IGEO/UFRGS e o Laboratoire Espace Société/Le Mans Université, França.

Referências

AMIGOS DA TERRA BRASIL. Em audiência pública lotada, Vila Nazaré mostra a força de sua união frente às ameaças de remoção [24 DE MAIO DE 2018 POR AMIGOSDATERRA]. Disponível em: http://www.amigosdaterrabrasil.org.br/2018/05/24/em- audiencia-publica-lotada-vila-nazare-mostra-a-forca-de-sua-uniao-frente-as-ameacas-de- remoção/. Acesso em: 07 de dez 2020.

BRAGA, E. O. Dicionário do Patrimônio Cultural. IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Disponível em: http://portal.iphan.gov.br/dicionarioPatrimonioCultural/detalhes/78/gentrificacao . Acesso em 07 de dez 2020.

CARDOSO, R. C. Região 3 de Planejamento Urbano: um diálogo entre teoria e realidade, na cidade de Porto Alegre. GPIT - Grupo de Pesquisa Identidade e Território. Disponível em:https://www.ufrgs.br/gpit/wp-content/uploads/2011/04/cardoso-renata-regic3a3o-3.pdf. Acesso em 07 de dez 2020.

E-CYCLE. Ecologia acústica: sons podem servir para analisar saúde ambiental. Disponível em:https://www.ecycle.com.br/component/content/article/13-consuma-consciencia/4039-ecologia-acustica-os-sons-podem-servir-para-analisar-a-biodiversidade-e-a-saude-de-um-habitat-assinatura-sonora-informacao-ferramenta-medicao-afericao-geofonia-biofonia-musica-cerebro-antrofonia-bernie-krause.html. Acesso em: 07 de dez. 2020.

HASENACK H., et al., Diagnóstico Ambiental do Município de Porto Alegre – Relatório 6. Porto Alegre: Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (FAURGS), 2004. Disponível em: http://www.apoema.com.br/Diagn%F3stico%20Ambiental%20de%20Porto%20Alegre%202 004.pdf. Acesso em: 23 de out. 2020.

LEFEBVRE, H. La producción del espacio. Madrid: Capitan Swing, 2013.

MALANSKI, L. M. O interesse dos geógrafos pelos sons: alinhamento teórico e metodológico para estudos das paisagens sonoras. R. RA´E GA, Curitiba, v.40, p. 145- 162, Editora UFPR, 2017.

MENEGAT, R. (Coord.). Atlas Ambiental de Porto Alegre. 3. ed. Porto Alegre: Ed. Universidade/UFRGS, 2006. 256p. CD-ROM.

OBSERVAPOA - Observatório de Porto Alegre. Região Eixo Baltazar. Disponível em: http://portoalegreemanalise.procempa.com.br/?regioes=15,0,0. Acesso em: 07 de dez de 2020.

PORTO ALEGRE. RIO GRANDE DO SUL. PDDUA. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental. (2010) Disponível em: http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/spm/usu_doc/planodiretortexto.pdf. Acesso em 07 de dez 2020.

PORTO ALEGRE. Lei complementar 434, de 1 de dezembro de 1999. Dispõe sobre o desenvolvimento urbano no Município de Porto Alegre, institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto Alegre e dá outras providências. Disponível em: http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/spm/usu_doc/lei_434_integra_atualizada_o ut_2010.pdf. Acesso em: 09 jun. 2020.

Prefeitura Municipal de Porto Alegre. Turismo e Viva o Centro a Pé. Disponível em: http://lproweb.procempa.com.br/pmpa/prefpoa/vivaocentro/default.php?reg=2&p_secao=12 0 . Acesso em 07 de dez 2020.

PREFEITURA DE PORTO ALEGRE. As Caras da Cidade - 2 - Cidade Xadrez. Disponível em: http://www2.portoalegre.rs.gov.br/spm/default.php?reg=3&p_secao=193. Acesso em: 22 de out. 2020.

PREFEITURA DE PORTO ALEGRE. Conheça a terminologia utilizada no PDDUA. Disponível em: https://www2.portoalegre.rs.gov.br/spm/default.php?reg=1&p_secao=14. Acesso em: 22 de out. 2020.

SANTOS, D. N. dos; SAAD, A. R.Análise do ruído sonoro no entorno de grandes aeroportos: um estudo de caso do aeroporto internacional de São Paulo. Boletim Gaúcho de Geografia (BGG). Disponível em: https://seer.ufrgs.br/bgg/article/view/45999/32951. Acesso em: 07 de dez 2020.

SANTOS, M. Metamorfoses do Espaço Habitado: Fundamentos Teóricos e Metodológicos da Geografia. 6.ª ed. 2 reimp. - São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2014.

SCHAFER, R. M. A Afinação do Mundo. 2. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2011.

SCHMITT, N. I.M.; MENTGES, C. L.; ALVAREZ, C.; PRETTO, A. A. Ruído ambiental de porto alegre: análise sob o ponto de vista do zoneamento do uso e da ocupação do solo.XXVIII encontro da SOBRAC,2018. Disponível em: https://proceedings.science/sobrac/papers/ruido-ambiental-de-porto-alegre--analise-sob-o-ponto-de-vista-do-zoneamento-do-uso-e-da-ocupacao-do-solo. Acesso em: 07 de dez. 2020.

SÃO PAULO ZONA SUL. Barulhos do aeroporto podem prejudicar audição. [Reportagem] publicado em 20 de agosto de 2015. Disponível em: https://jornalzonasul.com.br/barulhos- do-aeroporto-podem-prejudicar-audicao/. Acesso em: 07 de dez 2020.

SILVA, A. A. (Orgs.). Introdução ao pensamento de Jean Gottmann. Curitiba: CRV, 2017. 204 p.

Secretaria do Meio Ambiente e da Sustentabilidade / Urbanismo (SMURB (SPM). Como a população pode participar. Definição da região 3 de Porto Alegre. Disponível em: https://www2.portoalegre.rs.gov.br/spm/default.php?p_secao=127. Acesso em 07 de dez 2020.

VERDUM, R., VIEIRA, L., PINTO, B.F. e da SILVA, L.A. (ORGs.). Paisagem: leituras, significados e transformações. Porto Alegre.Ed. UFRGS, 2016.

MNOPQ NEGA UFRGS. Cartografia Social Quilombo Machado. Canal de Youtube do Cineclube Bamako, 2018. Disponível em: https://youtu.be/jKTEqrCOSiE. Acesso em: 08 de dez. de 2020.

QUEIROZ, G. M. Paisagem Sonora Quilombo Machado - Colagem. Canal de Soundcloud do autor, 2020. Disponível em: https://on.soundcloud.com/Q4rFm. Acesso em: 08 de dez. de 2020.

Downloads

Publicado

2023-10-20

Como Citar

Etchelar, C. B., Teixeira, J. C., Queiroz, G. M. de S., Staudt, B., & Verdum, R. (2023). Paisagens da região de gestão do planejamento 03 - Porto Alegre: percepções, apropriações, usos e conflitos na planície de inundação do Rio Gravataí. Geografia Ensino & Pesquisa, 27, e69975. https://doi.org/10.5902/2236499469975

Edição

Seção

Meio Ambiente, Paisagem e Qualidade Ambiental