(Re)estruturação do setor sucroenergético: formação e (re)territorialização da produção e do consumo de etanol no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5902/2236499434310Palavras-chave:
(Re)estruturação, Territorialização, Setor Sucroenergético, Incentivos FiscaisResumo
A retomada da produção e do desenvolvimento das vendas de etanol hidratado no Brasil apresentou forte crescimento a partir dos primeiros anos do século XXI. No que diz respeito a sua produção e consumo, trata-se de um sistema que ocorre de forma concentrada em uma determinada fração do território, o Centro-Sul do Brasil, que tem o estado de São Paulo como maior produtor e consumidor. Diante desses elementos, o presente artigo tem por objetivo analisar o processo de (re)estruturação do setor sucroenergético brasileiro, em especial a territorialização da produção e do consumo de etanol no país. Para isso, realizou-se uma revisão teórica sobre o tema, assim como levantamento e análise de dados secundários. Como resultado, percebe-se que a (re)estruturação do setor e a formação do mercado de etanol concentrou a produção no Centro-Sul do Brasil e, consequentemente, grande parte dessa produção é consumida nesse mercado construído pela grande presença de veículos flex fuel, mas, principalmente, pelas políticas de incentivos ao consumo desse produto, em especial, a redução do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Tais incentivos vêm fazendo com que, no setor, permaneça uma política paternalista e protecionista. Portanto, o setor sucroenergético brasileiro se beneficiou e continua a se beneficiar da “generosidade” do Estado, motivo pelo qual cabe dar-lhe a alcunha de Estado mãe.
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