Nada no mundo é mais órfão que os olhos: o gesto inacabado e a aprendizagem do afeto em A outra margem do mar, de António Lobo Antunes
DOI:
https://doi.org/10.5902/2179219484337Palavras-chave:
Literatura Portuguesa, António Lobo Antunes, Desintegração, Analfabetismo afetivo, NarrativaResumo
A escrita de António Lobo Antunes é um complexo emaranhado de vozes, de tempos e espaços, que se aglutinam num tecido textual extremamente desafiador. Em A outra margem do mar, três personagens-narradores desfiam um presente sempre voltado ao passado, neste caso, um tempo de guerra em África, de desintegração familiar e de perdas. Este artigo intenta mergulhar no universo dessas três personagens a fim de expor a arquitetura caótica de seus mundos, em especial essa espécie de analfabetismo afetivo, que lhes impede gestos de ternura e de amor. Como suporte teórico, autores como Le Breton, Bauman, Restrepo, Morin, entre outros.
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