DO <em>CANCIONEIRO DAS DONAS ÀS CANTIGAS D’AMIGO</em> DOS TROVADORES GALEGO-PORTUGUESES

Autores

  • Ria Lemaire Université de Poitiers, Centre of Latin-AmericanStudies

DOI:

https://doi.org/10.5902/2179219427427

Palavras-chave:

Cancioneiro, Mulheres, Poesia, História da Literatura

Resumo

A maior filóloga portuguesa, da época de transição do século XIX para o XX, foi Carolina Michaëlis de Vasconcelos (1851-1925). Ao compilar e publicar o Cancioneiro da Ajuda (1904), um manuscrito medieval de cantigas de amigo masculinas, ela anuncia o “Cancioneiro das donas”, que seria dedicado a uma tradição oral galega, de “autoria” feminina, de obras versadas e musicadas pelas próprias mulheres do mundo rural, como cantigas de dança ou de trabalho. As condições históricas e científicas do seu tempo, no entanto, impediram-na de concluir o projeto, pois, além de acomodarem essas obras sob uma inscrição masculina, tornaram-nas parte de um projeto de Estado Nação que se reflete na historiografia como apagamento. Este artigo acompanha o processo de passagem do Cancioneiro das Donas às Cantigas d’amigo

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AARSLEFF, Hans. Scholarship and Ideology: Joseph Bédier’s Critique of Romantic Medievalism. In: MCGANN, Jerôme J. Historical Studies and Literary Criticism. Wisconsin: University of Wisconsin Press, 1985. p. 00-00.

BÉDIER, Joseph. Les légendes épiques: recherches sur la formation des chansons de geste. Paris, Champion, 1908-1913.

FOUCAULT, Michel. Arqueologia do saber. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2007.

FOUCAULT, Michel.Whatis an Author? Bulletin de la Société française de Philosophie, n. 63, III, 1969.

FOUCAULT, Michel. O que é um autor? Trad. António Cascais e Eduardo Cordeiro.

Lisboa: Vega, 2000.

KATONA, Imre. Reminiscencies of Primitive Divisions of Labor between Sexes and Age Groups in the Peasant Folklore of Modern Times. In:

DIAMOND, S. (Ed.).Towards a Marxist Anthropology. Mouton: The Hague, 1979. p. 00-00.

LEMAIRE, Ria. Repensando a história literária. In: HOLANDA, Heloisa Buarque de (Org.). Tendências e Impasses. Rio de Janeiro: Rocco, 1994. p. 00-00.

LEPENIES, Wolf. Qu´est-ce qu´un intellectuel européen? Les intellectuels et la politique de l´esprit dans l´histoire européenne. Paris: Seuil, 2007.

MICHAËLIS DE VASCONCELOS, Carolina. Cancioneiro da Ajuda. v. 2. Halle: Niemeyer, 1904.

NUNES, José Joaquim. Cantigas d’amigo dos trovadores galegoportugueses. v. 3. Crítica, 1926-1928.

PARIS, Gaston. Legendes du Moyen Âge. Paris: Hachette et cie, 1903.

ROBERTSON, Durant Waite Jr. Essais in Medieval Culture. Princeton University Press, 1980.

SARMIENTO, Martín. Memórias para la historia de la poesía y poetas españoles. Madrid: Benedictino, 1775.

VALÉRY, Paul. La politique de l´esprit. Notre souverain bien. In: ______. Oeuvres. v. 1. Paris: Gallimard/Pléiade, 1957. p. 00-00.

ZEMON DAVIS, Nathalie. Society and Culture in Early Modern France. Stanford: Stanford University Press, 1975.

ZEMON DAVIS, Nathalie. Culturas do povo: sociedade e cultura no início da França moderna. São Paulo: Paz e Terra, 2001.

Downloads

Publicado

2017-12-12

Como Citar

Lemaire, R. (2017). DO <em>CANCIONEIRO DAS DONAS ÀS CANTIGAS D’AMIGO</em> DOS TROVADORES GALEGO-PORTUGUESES. Fragmentum, (49), 213–227. https://doi.org/10.5902/2179219427427