Retomada da germinação de sementes de Brosimum gaudichaudii Trécul. após cessação natural
DOI:
https://doi.org/10.5902/2316980X88306Palavras-chave:
Espécie nativa, Caatinga, Caixão-de-mel, Qualidade ecofisiológicaResumo
O presente trabalho teve como objetivo avaliar o potencial germinativo de sementes de Brosimum gaudichaudii Trécul. encontradas pré-germinadas em campo, expressando possíveis mecanismos de memória hídrica. Em um remanescente de Caatinga na Bahia, coletou-se sementes de cinco matrizes de B. gaudichaudii em duas condições ecofisiológicas: pré-germinadas (apresentando radícula) e intactas. Conduzidas ao Laboratório de Análise de Sementes da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, testou-se dois tratamentos: sementes intactas (SI) e pré-germinadas (SG) com 10 repetições de 10 sementes cada. E foram colocadas em gerbox com húmus para germinar em BOD na temperatura de 30ºC e fotoperíodo de 12 horas. As avaliações ocorreram diariamente. Considerou-se germinadas a partir da formação de plântulas normais. Com auxílio do SISVAR®, realizou-se ANOVA e comparação de médias pelo teste de Tukey (p<0,05) dos parâmetros analisados: porcentagem de germinação-PG, tempo médio de germinação-TMG e índice de velocidade de germinação-IVG. O tratamento SG foi superior, estatisticamente, com 35% em relação ao SI (18%) em PG. Ambos tratamentos foram semelhantes, estatisticamente, entre si em TMG (SI=25,5 dias; SG=24,7 dias). As sementes SG foram mais vigorosas (IVG=0,146 sementes/dias) do que SI (IVG=0,076). Assim, conclui-se que as sementes de B. gaudichaudii são capazes de retomar o processo de germinação após um período de desidratação, sem perder a viabilidade, nas condições ecofisiológicas encontradas na Caatinga.
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