Antimilagre, heterogeneidade setorial e o declínio da desigualdade no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5902/1414650990642Palavras-chave:
Desigualdade de renda, Dinâmica setorial, Mercado de trabalho, Abordagem baseada em tarefas, Economia brasileiraResumo
O artigo investiga a dinâmica desconcentradora de renda no Brasil entre 2003 e 2018, com foco no papel das transformações setoriais do mercado de trabalho. Com base em dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e na abordagem baseada em tarefas (task-based approach), o estudo examina como políticas como a valorização do salário mínimo e programas de transferência de renda estimularam mudanças no padrão de consumo, ampliando a demanda por setores intensivos em mão de obra, como construção civil, comércio e serviços. Os resultados mostram que, até 2012, o crescimento do emprego e a elevação de salários nesses setores contribuíram para uma redução significativa da desigualdade de renda. Essa redistribuição foi impulsionada por uma realocação setorial no mercado de trabalho, mas sem alterações estruturais profundas na composição ocupacional dos setores. Após 2012, a desaceleração econômica reverteu parte desse processo, evidenciando os limites do modelo baseado na expansão de setores de baixa produtividade. O estudo conclui que as transformações setoriais foram determinantes para a redução das desigualdades no período de crescimento, mas expõem desafios estruturais para sustentar avanços redistributivos em cenários de desaceleração econômica.
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