Curadoria digital urbana, rebelião monumental e a disrupção das narrativas patrimoniais em tempos de isolamento
DOI:
https://doi.org/10.5902/2595523362041Palavras-chave:
patrimônio, memória digital, território informacional, patrimônio digital, cidadeResumo
Este artigo, no campo da teoria da arte e da arquitetura debate as novas formas da curadoria digital na cidade e o surgimento de narrativas urbanas que questionam os poderes vigentes, caso do ataque recente a monumento colonialista pelo mundo e sua associação a cultura digital. Para este debate, discute-se o fortalecimento do setor privado digital durante a pandemia e se propõe pensar a nova condição da cidade em meio ao isolamento e distanciamento físico, derivado do COVID-19. Deste modo, propõe-se discutir o termo curadoria digital urbana e a revisão patrimonial em curso, refletida na remoção e ataque a monumentos pelo mundo. A remoção e o ataque coletivo aos monumentos é um marco nos modos de operar a memória urbana que revisa a construção linear da narrativa histórica, colocando em cheque a calcificação memorial. A relação entre cidadãos e os modos de habitar a cidade se transformam à medida em que as superfícies são redesenhadas pela cultura e mercado digital. A tomada da cidade pelo território informacional, gera um lapso da percepção espaço-temporal, impactando a linearidade do tempo, as narrativas e até mesmo a historicidade em seus moldes tradicionais. Deste modo, este artigo discute o impacto destas condições sobre o patrimônio, o questionamento das narrativas expostas na cidade, e o contraditório estabelecimento das memórias digitais na vida cotidiana.
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