Artefurar: ocupação Ksa rosa
DOI:
https://doi.org/10.5902/2595523345288Palavras-chave:
ocupação Ksa Rosa, arquitetura, arte, buraco, cidadeResumo
Na Ocupação Ksa Rosa, os muitos furos existentes agem como metáforas, metonímias, analogias, antíteses e paradoxos da concepção de casa com a qual fomos domesticados. Aí ocorrem inversões, sobreposições, alterações de sentido. Uma porta, por vezes, transforma-se em janela, uma parede se se torna passagem, entradas, muitas vezes, são bloqueadas. O furo é um etéreo elemento de transição. Estes buracos, passagens, acessos, portas e janelas fazem parte da constituição essencial da arquitetura, participam daquilo que é o fundamento do habitável, dos rudimentos arquetípicos da arquitetura. Espécie de reminiscência ancestral que viabiliza a circulação da vida. Furos expõem a nudez da arquitetura. Furos são sempre entradas para mundos, efeitos de expansão, exposição, expressão diante de universos. Por eles nascemos, despertamos, desabrochamos para novas configurações, cenários e contextos. Ao perfurarmos, (re)produzimos o mundo, dobramos o espaço, abrimos o que era fechado ao mundo numa curvatura de acolhimento, uma invaginação. As aberturas encerram a polaridade platônica da luz e da escuridão. A entrada através delas é sempre envolvida de mistério, o escuro da terra, a gruta, a caverna, o terrorífico, o grotesco. Portas também são saídas, trazem a luz, o vento no rosto, a revelação, a beleza, o alívio, a esperança, o encorajamento, o mundo, a vida. O furo não tem tempo, não pertence ao tempo, a nenhum tempo, é um não tempo. Além de uma heterotopia, uma heterocronia. Uma borda entre dois ou mais estados diferentes. Um tempo sem tempo ou um tempo de muitos tempos.
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- 2022-03-04 (3)
- 2022-02-10 (2)
- 2020-07-20 (1)
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