FLORESTA OMBRÓFILA DENSA DE SANTA CATARINA - BRASIL: AGRUPAMENTO E ORDENAÇÃO BASEADOS EM AMOSTRAGEM SISTEMÁTICA
DOI:
https://doi.org/10.5902/1980509820595Palavras-chave:
Floresta Atlântica, fitossociologia, padrões espaciais, gradiente altitudinal.Resumo
http://dx.doi.org/10.5902/1980509820595
O presente trabalho teve por objetivo caracterizar os remanescentes da Floresta Ombrófila Densa, no estadode Santa Catarina. O conjunto de dados utilizado neste estudo foi disponibilizado pelo projeto InventárioFlorístico Florestal de Santa Catarina, sendo oriundo de 197 unidades amostrais do tipo conglomerado. Osconglomerados foram constituídos por quatro subunidades de 20 x 50 m, nas quais foram mensurados todosos indivíduos arbóreo-arbustivos com DAP ≥ 10 cm. A estrutura da floresta foi caracterizada com o empregode parâmetros e índices fitossociológicos. Com base na densidade das espécies, foram realizadas análisesde agrupamento e ordenação na tentativa de identificar grupos de bacias hidrográficas e faixas de altitude.Foram encontradas 577 espécies, pertencentes a 226 gêneros e 83 famílias. As famílias mais representativasem número de espécies e indivíduos foram Myrtaceae, Lauraceae e Fabaceae. Espécies de áreas perturbadascomo Alchornea triplinervia, Caseria sylvestris e Miconia cinnamomifolia estão dentre as que dominam afloresta. Por meio da análise de agrupamento, foi possível identificar três formações ao longo do gradientealtitudinal, aqui denominadas: Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas (< 30 m), Submontana (30 – 500m) e Montana (> 500 m). Variações florísticas e estruturais puderam ser detectadas entre as três formações.Em comunidades das terras baixas, a presença das famílias Anacardiaceae e Clusiaceae foi mais expressivae a altura média das árvores foi superior. Nos ambientes montanos, observou-se um aumento no número deindivíduos, área basal e diversidade, além da maior representatividade das famílias Cyatheaceae, Lauraceaee Rubiaceae. A ocorrência de Arecaceae foi marcante nos patamares submontanos. Grupos espaciais não puderam ser seguramente definidos a partir de dados estruturais de bacias hidrográficas.
Downloads
Referências
AGUIRRE, G.H. Caracterização da vegetação arbustivo-arbórea de fragmentos de Floresta Ombrófila Densa Montana. Dissertação de Mestrado, Universidade Estadual de Campinas, 2008.
AMARAL JÚNIOR, A. Flora Ilustrada Catarinense: Eritroxiláceas. Itajaí: Herbário Barbosa Rodrigues, 64 p., 1980.
AYRES, M. et al. Bioestat: aplicações estatísticas nas áreas das Ciências Biomédicas. Versão 5.0. Belém, Pará: Sociedade Civil Mamirauá, MCT-CNPq, 324 p., 2007.
BARROS, F. Análise multivariada da distribuição geográfica de espécies de orquídeas dos campos rupestres do Brasil. Tese de Doutorado, Universidade Estadual de Campinas, 206 p., 1998.
BEZERRA NETO, F. V. B. et al. Descritores quantitativos na estimativa da divergência genética entre genótipos de Mamoneira utilizando análises multivariadas. Revista Ciência Agronômica, v. 41, n. 02, p. 294-299, 2010.
BLUM, C.T. A Floresta Ombrófila Densa na Serra da Prata, Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange, PR – Caracterização florística, fitossociológica e ambiental de um gradiente altitudinal. Dissertação de Mestrado, Curso de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, UFPR, Curitiba, 2006.
BLUM, C. T.; RODERJAN, C. V. Espécies indicadoras em um gradiente da Floresta Ombrófila Densa na Serra da Prata, Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, v. 5, n. 2, p. 873 - 875, 2007.
BROWER, J.E.; ZAR, J.H. Field & laboratory methods for general ecology. W.C. Brown Publishers, Boston, 1984.
CARVALHO, P. E. R. Espécies Arbóreas Brasileiras. Brasília: Embrapa Informação Tecnológica; Colombo, PR : Embrapa Florestas, v. 2, 2006.
CARVALHO, L. M. T.; FONTES, M. A. L.; OLIVEIRA-FILHO, A. T. Tree species distribution in canopy gaps and mature forest in an area of cloud forest of the Ibitipoca Range, south-eastern Brazil. Plant Ecology, v. 149, p. 9 - 22, 2000.
CARVALHO, F. A. et al. Estrutura da comunidade arbórea da floresta atlântica de baixada periodicamente inundada na Rebio de Poço das Antas, RJ. Rodriguesia, v. 5, p. 503 - 518, 2006.
CARVALHO, F. A.; NASCIMENTO, M. T.; OLIVEIRA FILHO, A. T. Composição, riqueza e heterogeneidade da flora arbórea da Bacia do Rio São João, RJ, Brasil. Acta Botânica Brasílica, v. 22, n. 4, p. 929- 940, 2008.
CATHARINO, E.L.M. et al. Aspectos da composição e diversidade dos componentes arbóreo das florestas da Reserva Florestal do Morro Grande, Cotia, SP. Rev. Biota Neotropica, v. 6, n. 2, p. 1 - 28, 2006.
CERVI, A. C.; HATSBACH, G. G.; LINSIGEN, L. V. Composição florística de um trecho de Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas (Floresta Atlântica) na Reserva Ecológica de Sapitanduva (Morretes, Paraná, Brasil). Fontqueria, v. 55, n. 52, p. 423 - 438, 2007.
DUFRENÊ, M.; LEGENDRE, P. Species assemblages and indicator species: the need for a flexible asymmetrical approah. Ecological Monograhs, v. 67, n. 3, p. 345 - 366, 1997.
FERNANDES, C. R. Floresta Atlântica: Reserva da Biosfera. 20 ed. Curitiba: Tempo Integral, 2003.
FORZZA, R.C. et al. Introdução. in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 2010.
GALVÃO, F. et al. Composição florística e fitossociologia de caxetais do litoral do Estado do Paraná. Floresta, v. 32, n. 1, p. 17- 39, 2002.
GAUCH-JUNIOR, H.G. Mulltivariate Analysis in Community Ecology. Cambridge. Cambridge University Press, 1982.
GENTRY, A.H. Changes in plant community diversity and floristic composition on environment and geographical gradients. Annals of the Missouri Garden, v. 75, n. 1, p. 1 - 34, 1988.
GUEDES-BRUNI, R. R. et al. Composição florística e estrutura de trecho de Floresta Ombrófila Densa Atlântica aluvial na Reserva Biológica de Poço Das Antas, Silva Jardim, Rio De Janeiro, Brasil. Rodriguesia, v. 57, n. 3, p. 413 - 428, 2006.
HAMMER, O.; HARPER, D.A.T.; RYAN, P. D. PAST: Paleontological Statistics Software Package for Education and Data Analysis. Palaeontologia Electronica 4(1): 9pp. http://palaeo-electronica.org/2001_1/past/issue1_01.htm. 2001.
HILL, M. O.; GAUCH Jr., H. G. Detrended correspondence analysis, an improved ordination technique.Vegetatio, v. 42, p. 47 - 58, 1980.
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Manual técnico da vegetação brasileira. Rio de Janeiro, 92p. (Manuais Técnicos em Geociências, 1), 1992.
KLEIN, R.M. Mapa fitogeográfico do estado de Santa Catarina. Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí: UFSC, 24p, 1978.
Instrução normativa n° 6, de 23 de setembro de 2008. http://portal.saude.gov.br/portal/ arquivos/pdf/MMA_IN_N_6.pdf (acesso em: 15/03/2012).
LACERDA, M.S. Composição florística e estrutura da comunidade arbórea num gradiente altitudinal da Mata Atlântica. Tese de Doutorado, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001.
LANDRUM, L.R. A Monograph of the Genus Myrceugenia (Myrtaceae). Flora Neotropica, v. 29, p.1-135, 1981.
LEITE, P.F.; KLEIN, R.M. Vegetação. In Geografia do Brasil: Região Sul. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Rio de Janeiro, v. 2, p.113-150, 1990.
MCCUNE, B.; MEFFORD, M.J. PC-ORD, Multivariate analysis of ecological data, Version 6. MjM Software Design. Gleneden Beach. Oregon. USA, 2011.
MEDEIROS, R. M. Estratificação volumétrica e crescimento em uma floresta ombrófila densa, município de Almeirim, estado do Pará. 2008. Dissertação (Mestrado em Ciência Florestal) – Universidade Federal de Viçosa, Viçosa, 87 p., 2008.
MORI, S.A. et al. Ecological importance of Myrtaceae in an Eastern Brazilian wet forest. Biotropica, v. 15, n. 1, p. 68 - 79, 1983.
MUELLER-DOMBOIS, D.; ELLENBERG, H. Aims and methods of vegetation ecology. Wiley. New York, 1974.
NEGRELLE, R. R. B. Composição florística e estrutura vertical de um trecho de Floresta Ombrófila Densa de Planície Quaternária. Hoehnea, v. 33, n. 3, p. 261 - 289, 2006.
NIMER, E. Climatologia do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE. 422p, 1979.
OLIVEIRA-FILHO, A.T.; FONTES, M.A.L. Patterns of floristic differentiation among Atlantic Forests in Southeastern Brazil and the influence of climate. Biotropica, v. 32, p. 793 - 810, 2000.
PACIENCIA, M. L. B. Diversidade de Pteridófitas em gradientes de altitude na Mata Atlântica do Estado do Paraná, Brasil. Universidade de São Paulo – Tese de Doutorado. 230p., 2008.
PAULA, A. Florística e fitossociologia de um trecho de floresta ombrófila densa das terras baixas na Reserva Biológica de Sooretama, Linhares - ES. 2006. 91f. Tese (Doutorado em Ecologia e Recursos Naturais) – PPGERN, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2006.
PEIXOTO, A.L.; REITZ, R.; GUIMARÃES, E.F. 2001. Monimiáceas. Pp. 6-9. In: Reitz, R. (ed.). Flora Ilustrada Catarinense. Parte I. Herbário Barbosa Rodrigues, Itajaí.
PIRES, P. T. L.; ZILLI, A. L.; BLUM, C. T. (Coord.). Atlas da Floresta Atlântica no Paraná – Área de abrangência do Programa Proteção da Floresta Atlântica. Curitiba: SEMA/Programa Proteção da Floresta Atlântica – Pró-Atlântica, 104 p., 2005.
QUINET, A.; ANDREATA, R. H. P. Lauraceae Jussieu na Reserva Ecológica de Macaé de Cima, município de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguesia, v. 53, n. 82, p. 59 - 121, 2002.
REIS, A. et al. Demografia de Euterpe edulis Martius (Arecaceae) em uma floresta ombrófila densa montana, em Blumenau (SC). Sellowia, v. 45 - 48, p. 13 - 45, 1996.
REITZ, P.R. Flora Ilustrada Catarinense: Sapotáceas. Itajaí – SC, 1968. 72p.
ROCHELLE, A. L. C. Heterogeneidade ambiental, diversidade e estrutura da comunidade arbórea de um trecho da Floresta Ombrófila Densa Atlântica. 2008. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) – Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 126 p., 2008.
SAR. Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de Santa Catarina. Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina. Relatório do Projeto Piloto. Florianópolis. 2005 (mimeo), 170 p.
SCHORN, L. A.; GALVÃO, F. Dinâmica do estrato arbóreo em três estádios sucessionais de uma floresta ombrófila densa em Blumenau, SC. Cerne, v. 15, n. 2, p. 221- 235, 2009.
SDM - Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano Social e Meio Ambiente de Santa Catarina. Bacias Hidrográficas do Estado de Santa Catarina: diagnóstico geral. Florianópolis, 163 p., 1997.
SILVA, R. K. S. Fitossociologia do componente arbóreo em áreas ciliares e de nascentes de um fragmento de floresta ombrófila densa de terras baixas, em Sirinhaém, Pernambuco. Dissertação (Mestrado em Ciências Florestais) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 80 p., 2009.
SIMINSKI A. et al. 2011. Secondary Forest Succession in the Mata Atlantica, Brazil: Floristic and Phytosociological Trends. ISRN Ecology. Volume 2011, Article ID 759893: 1-19.
SOBRAL, M. A família das Myrtaceae no Rio Grande do Sul. São Leopoldo, Unisinos, 215p., 2003.
SOUZA, A. L. et al. Análises multivariadas para manejo de floresta natural na Reserva Florestal de Linhares, Espírito Santo: análises de agrupamento e discriminante. Revista Árvore, v. 14, n. 2, p. 85 - 101, 1990.
SOUZA A.L. et al. Dinâmica da regeneração natural em uma Floresta Ombrófila Densa secundária, após corte de cipós, reserva natural da Companhia Vale do Rio Doce S.A., Estado do Espírito Santo, Brasil. Revista Árvore, v. 26, n. 4, p. 411- 419, 2002.
TABARELLI, M.; MANTOVANI, W. A riqueza de espécies arbóreas na floresta atlântica de encosta no estado de São Paulo (Brasil). Revista Brasileira de Botânica, v. 1, n. 1, p. 217- 223, 1999.
VALENTIN, J. L. Ecologia numérica: uma introdução à análise multivariada de dados ecológicos. Rio de Janeiro: Interciência. 117 p., 2000.
VÁZQUEZ, J.A.; GIVNISH, T.J. Altitudinal gradients in tropical Forest composition, structure, and diversity in the Sierra de Manantlán. Journal of Ecology, v. 86, p. 999 - 1020, 1998.
VELOSO, H. P.; KLEIN, R. M. As comunidades e associações vegetais da mata pluvial do sul do Brasil. VI. Agrupamentos arbóreos dos confra-fortes da Serra Geral Situados ao Sul da Costa Catarinense e ao Norte da Costa Sul-Riograndense. Sellowia, v. 20, p. 127-180, 1968b.
VIBRANS, A.C. et al. How much remains of the Brazilian Atlantic forest in the state of Santa Catarina? Assessing the accuracy of forest cover maps using ground data from the Santa Catarina Forest and Floristic Inventory. Remote Sensing of Environment, 2012.
VIBRANS, A.C. et al. Inventário florístico florestal de Santa Catarina (IFFSC): aspectos metodológicos e operacionais. Pesquisa Florestal Brasileira, v. 30, n. 64, p. 291- 302, 2010.
VIBRANS, A. C. et al. Structure of mixed ombrophyllous forests with Araucaria angustifolia (Araucariaceae) under external stress in Southern Brazil. Revista Biologia Tropical, v. 59, n. 3, p.1371-1387, 2011.
ZACARIAS, R. R. O componente arbóreo de dois trechos de Floresta Ombrófila Densa Aluvial em solos hidromórficos, Guaraqueçaba, Paraná. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
A CIÊNCIA FLORESTAL se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da lingua, respeitando, porém, o estilo dos autores.
As provas finais serão enviadas as autoras e aos autores.
Os trabalhos publicados passam a ser propriedade da revista CIÊNCIA FLORESTAL, sendo permitida a reprodução parcial ou total dos trabalhos, desde que a fonte original seja citada.
As opiniões emitidas pelos autores dos trabalhos são de sua exclusiva responsabilidade.