Silenciamento nas mídias tradicionais e fake news: o caso Ocupe Estelita como ponto de partida para uma reflexão sobre o tema
DOI:
https://doi.org/10.5902/2316882X87387Palavras-chave:
Jornalismo, Ocupe Estelita, Silenciamento, Fake newsResumo
Utilizando a cobertura da ocupação do Cais José Estelita em Recife (PE) no ano de 2014, e como forma de avaliar os dez anos do movimento completados em 2024, tecemos neste artigo considerações sobre como o silenciamento sobre temas relativos ao movimento social Ocupe Estelita aponta para certo esvaziamento e descrédito da mídia corporativa que pode contribuir com a eclosão das fake news enquanto fenômeno social. Para isso realizou-se uma análise de jornais impressos pernambucanos entre maio e junho de 2014, comparando-se o espaço dado aos diferentes polos do debate (Movimento Ocupe Estelita e Consórcio Novo Recife), diante dos fatos acontecidos no período. A pesquisa demonstra que a cobertura dos jornais pernambucanos foi marcada por silenciamentos estratégicos que favoreceram interesses econômicos, contribuindo para a perda de credibilidade do jornalismo tradicional. Essa crise de confiança abriu espaço para a ascensão de fontes alternativas de informação, incluindo as fake news.
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