Radiojornalismo 24 horas: cheio de talk, um all-news que não é all-news

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/2175497768201

Palavras-chave:

História do rádio. Radiojornalismo. All-news

Resumo

Analisa a adaptação de formatos de programação relacionados ao radiojornalismo, conforme desenvolvidos nos Estados Unidos, à realidade midiática do Brasil, questionando a adequação do uso da expressão all-news ao realizado no país. Descreve a consolidação das emissoras dedicadas com exclusividade ao jornalismo dentro da fase histórica de segmentação do rádio brasileiro (FERRARETTO, maio-ago. 2012), procurando destacar as particularidades do que é feito no país. Assim, posiciona as pioneiras nesse estilo de programação – Jornal do Brasil AM, do Rio de Janeiro, e Gaúcha, de Porto Alegre –, centrando-se na ideia de que, para ter sucesso, no Brasil, formatos do rádio norte-americano como all-news, all-talk, talk and news e news-plus precisaram se adaptar à realidade local (MEDITSCH, jul.-dez. 2002).

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Biografia do Autor

Luiz Artur Ferraretto, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul

Professor do curso de Jornalismo e do Programa de Pós-graduação em Comunicação da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Formado em Comunicação Social – Habilitação em Jornalismo Gráfico e Audiovisual pela mesma instituição (1986), onde também concluiu o mestrado (2000) e o doutorado (2005) no Programa de Pós-graduação em Comunicação e Informação. Com a jornalista Elisa Kopplin, escreveu "Técnica de redação radiofônica" (1991) e "Assessoria de imprensa - Teoria e prática" (7ª edição em 2009). Em parceria com Fernando Morgado, produziu os e-books "Covid-19 e comunicação, um guia prático para enfrentar a crise" (2020) e "Dez passos para o ensino emergencial no rádio em tempos de covid-19”. São de sua autoria: "Rádio - O veículo, a história e a técnica" (3ª edição em 2007), "Rádio no Rio Grande do Sul (anos 20, 30 e 40): dos pioneiros às emissoras comerciais" (2002), "Rádio e capitalismo no Rio Grande do Sul: as emissoras comerciais e suas estratégias de programação na segunda metade do século 20" (2007), "Rádio - Teoria e prática" (2014) e “Paciente 13 – Testando a vacina contra a covid-19 (ou a ciência vencendo o medo)”. Lidera o Núcleo de Estudos de Rádio (NER) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, integrado por pesquisadores de diversas instituições de ensino. Na Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom), coordenou o Grupo de Pesquisa Rádio e Mídia Sonora (2007-2010). Em reconhecimento pelo seu trabalho como pesquisador, recebeu o Prêmio Luiz Beltrão de Ciências da Comunicação na categoria Maturidade Acadêmica (2021), outorgado pela Intercom. Como jornalista, foi repórter da Rádio Gaúcha (1986-1991) e gerente de Radiojornalismo, em Porto Alegre, do Grupo Bandeirantes de Comunicação (1994-1995). Somam-se à sua experiência profissional, ainda, trabalhos em assessoria de imprensa, jornalismo impresso e televisão. No Rio Grande do Sul, ganhou vários prêmios jornalísticos, como o da Associação Rio-grandense de Imprensa - primeiro lugar em Radiojornalismo (1994) e menção honrosa em Produção Radiofônica (1995) -, o da Brigada Militar - primeiro lugar em Rádio (1994) - e o Sebrae de Jornalismo Econômico - menção honrosa em Rádio (1995). Por sua contribuição ao jornalismo gaúcho, recebeu a Medalha Alberto André (2018), outorgada pela Associação Riograndense de Imprensa. Na internet, mantém a página Uma História do Rádio no Rio Grande do Sul - http://www.radionors.jor.br -, dedicada à valorização da memória do meio.

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Publicado

09-06-2023

Como Citar

Ferraretto, L. A. (2023). Radiojornalismo 24 horas: cheio de talk, um all-news que não é all-news. Animus. Revista Interamericana De Comunicação Midiática, 22(48). https://doi.org/10.5902/2175497768201

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Artigos Livres