De sujeito vulnerável a sujeito de direitos: fama e infância na internet
DOI:
https://doi.org/10.5902/2175497765314Palavras-chave:
Mídia e infância. Celebridade infantil. Youtubers mirinsResumo
Este trabalho apresenta um estudo de caso referente à campanha #SalveBelParaMeninas, realizada em maio de 2020, no Twitter. O objetivo é alimentar as discussões sobre os efeitos da presença crescente das crianças na internet. Com base na análise de conteúdo de um corpus de 20 notícias on-line coletadas nas duas semanas subsequentes ao lançamento da hashtag, o estudo revelou dois movimentos. Primeiro, o deslocamento das representações de fama na infância, de um lugar de empoderamento para um lugar de vulnerabilidade. Segundo, a construção de um debate público sobre os direitos da criança e do adolescente que podem estar sendo violados no ambiente digital.
Downloads
Referências
ANDRADE, M.; CASTRO, G. (2020) Youtubers mirins e os vídeos unboxing: uma reflexão sobre a criança conectada nas tramas da publicidade contemporânea. Mídia e Cotidiano, 14(1), pp. 96-116.
BOORSTIN, D. (1987) The Image: a guide to pseudo-events in America. New York: Vintage.
BRAGAGLIA, A.P.; FERREIRA, A.L. (2016) Os youtubers mirins e a felicidade através do consumo. Temática, 12(12), pp. 57-73.
BRASIL. (1988) Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em 14/03/2021.
BRASIL. (1990a) Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. Institui o Estatuto da Criança e do Adolescente. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em 07/08/2020.
BRASIL. (1990b) Decreto n. 99.710, de 21 de novembro de 1990. Promulga a Convenção sobre os Direitos da Criança. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/d99710.htm. Acesso em 14/03/2021.
BRUM, A.; SCHIMIDT, S. (2016) A criança ensina e aprende a cultura do sucesso no Youtubers Mirins. Anais... XVII Intercom Sul. Curitiba-PR, 26 a 28 de maio de 2016. Disponível em: http://www.portalintercom.org.br/anais/sul2016/resumos/R50-0787-1.pdf. Acesso em 22/02/2019.
BUCKINGHAM, D. (2016) A evolução da educação midiática no Reino Unido: algumas lições de história. Comunicação & Educação, 21(1), pp. 73-83.
CHARD, H. (2017) Macaulay Culkin and chil stardom in the 1990s. In: O’CONNOR, J.; MERCER, J. (eds). Childhood and celebrity. New York: Routledge, pp. 110-121.
FERREIRA, F. (2018) Infância (n)ativa: potencialidades de participação e cidadania às crianças na mídia digital. Tese (Doutorado). Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho, Programa de Pós-Graduação em Comunicação. Bauru-SP.
GABLER, N. (1999) Vida o Filme: como o entretenimento conquistou a realidade. São Paulo: Companhia das Letras.
GIRARDELLO, G.; OROFINO, I. (2012) Crianças, cultura e participação: um olhar sobre a mídia-educação no Brasil. Comunicação, mídia e consumo, 9(25), pp. 73-90.
HEGEL, G.W.F. (2008) Fenomenologia do espírito. Petrópolis: Vozes.
HIRSJÄRVI, I.; TAYIE, S. (2011) Niños y nuevos medios: estudios de caso en Egipto y en Finlandia. Comunicar: Revista científica iberoamericana de comunicación y educación, 37, pp. 99-108.
HOLLANDER, P. (2011) A cultura da celebridade americana, a modernidade e a decadência. In: TORRES, E.C.; ZÚQUETE, J.P. (orgs.). A vida como um filme: fama e celebridade no século XXI. Alfragide: Texto Editores, pp. 61-80.
KHAMIS, S. et al. (2016) Self-branding, ‘micro-celebrity’ and the rise of Social Media Influencers. Celebrity Studies. doi: http://dx.doi.org/10.1080/19392397.2016.1218292.
LIVINGSTONE, S. (2011) Internet literacy: a negociação dos jovens com as novas oportunidades on-line. Matrizes, 2, pp. 11-42.
LIVINGSTONE, S.; BOBER, M. (2005) UK Children Go Online: final report of key project finding. London: London School of Economics and Political Science.
LIVINGSTONE, S.; BRAKE, D. (2010) On the rapid rise of social networking sites: new findings and policy implications. Children & Society, 24, pp. 75-83.
MARÔPO, L. et al. (2018) Meninas no YouTube: participação, celebrização e cultura do consumo. Estudos em Comunicação, 26(1), pp. 175-195.
MARÔPO, L. et al. (2020) “I felt like I was really talking to you!”: Intimacy and trust among teen vloggers and followers in Portugal and Brazil. Journal of Children and Media, 14(1), pp. 22-37.
MARSHALL, D. (1997) Television’s construction of the celebrity. In: MARSHALL, D. Celebrity and power: fame in contemporary culture. Minneapolis: University of Minnessota Press, p. 119-149.
MOLE, T. (2007) Byron’s Romantic Celebrity: industrial culture and the hermeneutic of intimacy. New York: Palgrave Macmillan.
MONTEIRO, M.C. (2020) Crianças e Consumo Digital: A Publicidade de Experiência na Era dos Youtubers. Curitiba: Appris.
MONTEIRO, M.C. et al. (2020) “Salve Sel Para Meninas”: discussões sobre a youtuber bel e os direitos da criança e do adolescente no Twitter. In: GUEDES, B.; CARVALHO, B. (orgs.). Infâncias, juventudes e debates emergentes em comunicação. São Paulo: Pimenta Cultural, pp. 242-270.
MORAES, R. (1999) Análise de conteúdo. Revista Educação, 22(37), pp. 7-32.
MORIN, E. (1989) As estrelas: mito e sedução no cinema. Rio de Janeiro: José Olympio.
O’CONNOR, J. (2009) Beyond social constructionism: a structural analysis of the cultural significance of the child star. Children and Society, 23, pp. 214-225.
O’CONNOR, J. (2008) The cultural significance of the child star. New York: Routledge.
O’CONNOR, J.; MERCER, J. (eds.) (2017) Childhood and celebrity. New York: Routledge.
QUINTIAN, K.V.G. (2018) Youtubers mirins: crianças, práticas de consumo midiático e produção audiovisual no contexto digital. Dissertação (Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-graduação em Comunicação e Informação. Porto Alegre-RS.
SAMPAIO, I.S. (2000) Televisão, publicidade e infância. São Paulo: Annablume; Fortaleza: Secretaria de Cultura e Desporto do Estado do Ceará.
SCHOR, J. (2009) Nascidos para comprar: uma leitura essencial para orientarmos nossas crianças na era do consumismo. São Paulo: Editora Gente.
SCOTT, J. (2006) Sociologia Conceitos-Chave. Rio de Janeiro, Zahar.
SENFT, T. (2008) Camgirls: celebrity and community in the age of social networks. New York: Peter Lang Publishing.
SIBILIA, P. (2016) O show do eu: a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto.
SIROTA, R. (2001) Emergência de uma sociologia da infância: evolução do objeto e do olhar. Cadernos de Pesquisa, 112(2), pp. 7-31.
TOMAZ, R. YouTube, infância e subjetividades: o caso Julia Silva. Educação, Cultura e Comunicação, v. 8, n. 16, 2017.
TOMAZ, R. O que você vai ser antes de crescer? Youtubers, infância e celebrida. Salvador: EDUFBA, 2019a.
TOMAZ, R. Da negação da infância à invenção dos tweens: imperativos de autonomia na sociedade contemporânea. Curitiba: Appris, 2019b.
VAN DIJCK, J. (2013) The culture of connectivity: a critical history of social media. New York: Oxford.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Animus. Revista Interamericana de Comunicação Midiática
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Os autores de textos aprovados pelos pareceristas de Animus - Revista Interamericana de Comunicação Midiática cedem automaticamente, e sem qualquer tipo de ônus, o direito à primeira publicação do material submetido.
