REFLEXÕES ACERCA DE UMA HISTÓRIA DA DISCIPLINARIZAÇÃO DE LÍNGUAS INDÍGENAS NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5902/1516849238571

Palavras-chave:

Línguas indígenas, Disciplinarização, Institucionalização, Ensino Superior.

Resumo

Com menos de 50 anos, a escola indígena nos moldes que a conhecemos é uma construção política relativamente nova, o que torna os cursos de graduação para a formação de professores que venham a atuar nestas escolas mais recentes ainda. Este trabalho tem como foco cursos de graduação do Brasil que são intitulados como “Interdisciplinar Indígena” e que são propostos à habilitação de professores para exercício docente, não apenas, mas principalmente, em escolas de educação indígena. Partindo do gesto de leitura de um arquivo constituído por documentos pertinentes à disciplinarização de línguas indígenas no Ensino Superior, propomos uma discussão tanto no âmbito teórico da Análise de Discurso Francesa quanto no da História das Ideias Linguísticas. Esse arquivo é composto por materialidades heterogêneas, tais como Projetos Pedagógico de Curso, ementas de disciplinas, bibliografias, entre outros. Dessa forma, debruçamo-nos sobre um ponto-chave na organização educacional brasileira: parte da história brasileira sobre o processo de escolarização dos sujeitos indígenas, bem como a formação de docentes para a área. Buscamos compreender como está se dando o processo institucionalização e disciplinarização de língua(s) indígena(s) no Ensino Superior através de cursos de graduação do Brasil com foco na formação de professores para o ensino na área de Linguagens em escolas indígenas e, também, quais efeitos de sentido estão sendo produzidos através dessa construção de conhecimento linguístico e práticas didáticas de ensino de línguas.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Bruna Cielo Cabrera, Universidade Federal de Santa Maria

Doutoranda e Mestre em Estudos Linguísticos pelo Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com ênfase na área de Análise de Discurso francesa.

Referências

ALTHUSSER, Luis. Aparelhos ideológicos de estado. Tradução de Walter José Evangelista e Maria Laura Viveiros de Castro. 2. ed. Rio de Janeiro: Graal, 1985.

______. Por Marx. Tradução Maria Leonor F. R. Loureiro. Campinas: Unicamp, 2015.

AUROUX, Sylvain. A revolução tecnológica da gramatização. 2. ed. Campinas: Unicamp, 2009.

BRASIL. Estatuto do Índio. Lei 6.001, de 19 de dezembro de 1973. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6001.htm>. Acesso em: out. 2018.

______. Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação – PNE. Brasília: Inep, 2000.

CABRERA, Bruna Cielo. Uma herança de direitos abstratos: o discurso integracionista no Estatuto do Índio (1973) e seus efeitos de sentido. 2018. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Maria, Programa de Pós-Graduação em Letras, Santa Maria, 2018.

COURTINE, Jean-Jacques. Análise do discurso político: o discurso comunista endereçado aos cristãos. São Paulo: EduFSCar, 2009.

GADET, Françoise; PÊCHEUX, Michel. A língua inatingível. Tradução de Bethania Mariani e Maria Elizabeth Chaves de Mello. Campinas: Pontes, 2010.

NUNES, José Horta. Uma articulação da análise de discurso com a história das ideias linguísticas. Letras, Santa Maria, v. 18, n. 2, p. 107–124, jul./dez. 2008.

ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de discurso: princípios e procedimentos. 10. ed. Campinas: Pontes, 2012.

PÊCHEUX, Michel. Análise automática do discurso (AAD-69). In: GADET, Françoise; HAK, Tony (Orgs.). Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Tradução Bethania S. Mariani. 5. ed. Campinas: Unicamp, 2014. p. 59-158.

______. Ler o arquivo hoje. In: ORLANDI, Eni P. (Org.). Gestos de leitura: da história ao discurso. 3. ed. Campinas: Unicamp, 2010. p. 49-60.

______. O discurso: estrutura ou acontecimento. Tradução Eni Puccineli Orlandi. 7. ed. Campinas: Pontes, 2015.

______. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução Eni Puccineli Orlandi et al. 5. ed. Campinas: Unicamp, [1988] 2014.

SCHERER, Amanda Eloina. Memória e história das ideias: o ensino do francês no RS do fim do século XIX ao início do século XX. In: ORLANDI, Eni P.; GUIMARÃES, Eduardo (Orgs.). Institucionalização dos estudos da linguagem: a disciplinarização das ideias linguísticas. Campinas: Pontes, 2002. p. 121-138.

______; PETRI, Verli. Discours ou discourse: invention, configuration, transmission et disciplinarisation au Brésil. Letras, Santa Maria, v. 18, n. 2, p. 9–18, jul./dez. 2008.

UFRR. Universidade Federal de Roraima. Núcleo Insikiran de Formação Superior Indígena. Projeto Político Pedagógico do Curso de Licenciatura Intercultural. Boa Vista: UFRR, 2008.

Downloads

Publicado

2020-09-28

Como Citar

Cabrera, B. C. (2020). REFLEXÕES ACERCA DE UMA HISTÓRIA DA DISCIPLINARIZAÇÃO DE LÍNGUAS INDÍGENAS NO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO. Linguagens & Cidadania, 21. https://doi.org/10.5902/1516849238571